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Quando eu cheguei no apartamento de Samantha eu chorei por horas, eu deveria ter voltado para Nova York, mas eu precisava da minha melhor amiga para colocar a cabeça no lugar.

Ela escutou tudo o que eu tinha para dizer, sobre a confusão que meus pensamentos haviam se tornado e as indecisões que tomavam meu coração. Depois me abraçou como uma irmã e me confortou com seus provérbios chineses.

"Lamentar aquilo que não temos é desperdiçar aquilo que já possuímos."

O tipo de coisa que eu compartilharia no Facebook em 2013, mas com certeza me fez pensar um pouco sobre tudo.

— Pensei que você quisesse que eu voltasse com Lewis — Questionei, após analisar aquela frase.

Ela suspirou.

— É a maneira que você interpreta — Sorriu sem mostrar os dentes, parecendo meio frustrada — Você acha que não o tem? Porque eu acho que ele sempre foi seu — Cruzei os braços e fiz bico, me jogando contra o encosto do sofá.

— Você não tá ajudando — Reclamei, olhando para o teto.

Sassá gargalhou.

Aquela pontada de dor voltou a pressionar meu peito. Ele sempre foi seu.

A imagem daquela noite em Londres, voltou a me assombrar. Competindo por espaço na cama, como sempre fazíamos, ele puxou uma caixinha da mesa ao lado, todo sem jeito, e começou a se explicar, gaguejando sem parar.

— E-eu comprei isso faz uma semana... — A pequena caixa ainda permanecia fechada.

Hm, o que é isso? — Tentei puxar de sua mão, mas ele foi rápido em afastar.

— Calma — Riu da minha curiosidade — Você tem que aprender a deixar eu terminar minhas frases.

Revirei meus olhos com o drama. Deitei em seu peito, percebendo seu coração batendo forte e acelerada como nunca. De repente me deixando nervosa também.

— Eu não pensei em um grande evento, eu queria que isso fosse entre a gente — Sussurrou no quarto escuro, enquanto deixava um carinho sutil no meu cabelo, afastando ele do meu rosto.

— Você tá me deixando preocupada — Ri de nervoso, voltando a olhar para ele daquele jeito devoto que as garotas olham para o primeiro amor.

— Não fica — Sorriu com seus dentinhos da frente separados. Tão adorável — É um... anel — Suspirou ao terminar de dizer.

— Um anel? — Perguntei, com o cenho franzido.

— É — Agora ele parecia meio inseguro sobre o que dizer.

Me lembro certinho do sorriso trêmulo, vacilante.

E também me lembro de quando tudo aquilo se tornou tenso o bastante para o sorriso sumir por inteiro. Porque eu não respondi sua pergunta, apenas mexi a cabeça negativamente sem nem sequer pronunciar um não decente.

Eu realmente queria ser alguém, não só a filha do Toto Wolff, ou a namorada de Lewis Hamilton, como a mídia da época me tratava. Não era sobre fama, mas sim sobre parar de se esconder na sombra de alguém.

Eu queria ser bem sucedida, parar de morar com o meu pai, ter um emprego, uma função no mundo, algo pelo qual eu pudesse acordar e sentir que não estava sendo inútil. Trabalhar com aquilo que eu gostava, ter um apartamento no meu nome o qual paguei com meu dinheiro e me tornar independente.

Quando eu saia com as minhas amigas, a maioria delas tinham assuntos legais para compartilhar, enquanto eu só sabia falar sobre o trabalho do Hamilton, ou o carro do Hamilton, ou os amigos do Hamilton, ou o apartamento do Hamilton, ou... Enfim, nada sobre mim.

FLASHING LIGHTS - lewis hamiltonOnde histórias criam vida. Descubra agora