2 - Caixas caídas

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- Como assim, uma bomba? - perguntou Filipe do outro lado da linha.

- Bem, está uma coisa pregada ao salto de um sapato e está a piscar... Se isso não é suspeito, não sei o que é. - disse Paula, saindo da loja.

- Olha, eu estou na ponta oposta do shopping. Chego aí em 4 minutos. Entretanto, tenta tirar toda a gente da loja. Se tiveres que provocar um incêndio, provoca-o à vontade. Se tiveres que disparar uma pistola, dispara-a. Se tiveres que fazer algo inortodoxo, fâ-lo. Tenta apenas pôr essas pessoas em segurança. Ninguém pode morrer. Esse é o teu objetivo. Depois tratamos dos sapatos num ambiente controlado. - pediu Filipe, obrigando a sua irmã a entrar na loja ds sapatos. - Olha, volta à loja e descreve-me a bomba.

- Espera só um bocado. - disse a irmã, abrindo a caixa com os sapatos armadilhados. - Ok, já tenho aqui a caixa aqui. Vou tirar o salto para ver como é que a bomba é. Fod*-se! - berrou a irmã, ao bater com o salto na sua cara. Todas as pessoas da loja ficaram a olhar para ela. - Espera um bocado que no armazém tenho mais privacidade. - A irmã entrou no armazém pousou a caixa e o sapato, ficando a examinar o salto. - Tem dois fios (um azul um vermelho), um temporizador e sabe-se lá mais o quê.

- Oh Meu Deus. Eu já vou para aí para desarmadilhar a bomba. Vem apenas cá fora. - Paula assim fez. Veio a correr, mas tropeçou, largou a caixa e o telemóvel, e estes provocaram uma queda de outra caixas. - Tenta agir com naturalidade. - disse o irmão, ao ouvir o barulho todo. A irmã voltou a apanhar o telemóvel e saiu da loja, dizendo:

- Só há três problemas... O primeiro é que temos imensa gente a entrar e sair da loja. Eu larguei os sapatos num sítio e as pessoas podem pensar que eles estão à venda. Alguém pode comprá-los, e se saíram da loja, podem apenas ser detonados noutra loja, ou mesmo quando todos no shopping já tiverem saído. - referiu a irmã, saindo da loja outra vez.

- E qual é o segundo?

- O segundo problema é que pode não ser apenas um par de sapatos. Se for mais que um par, há muita maior probabilidade de sapatos com explosivos serem comprados, e detonados.

- Diz-me agora o terceiro.

- Bem, eu deixei cair imensas caixas e já não sei qual é a que tem a bomba.

- O QUÊ?! - perguntou o irmão, berrando.

- Desculpa. Disseste para eu vir para cá para fora imediatamente, e eu, com tanta pressa, tropecei e deixar cair imensas caixas.

- Ok. - disse o irmão. Ele calou-se, visto que estava a pensar nuna nova estratégia. - Novo plano: fica dentro da loja, impede a compra de sapatos e continua a tentar tirar todos da loja, mas, ao mesmo tempo, age com normalidade. Eu chego daqui a 2 minutos. - disse o irmão, desligando o telemóvel.

Paula voltou para dentro da loja. Pediu à dona da loja para não deixar ninguém sair com sapatos, o que não resultou. Aí, teve que voltar à sua função de organizar os sapatos.

- Paula, já viu a desarrumação que eu fez? Exijo que arrume a porcaria que fez! - exclamou a sua chefe.

Paula começou a arrumar as caixas e fez uma coluna com estas. Passado 1 minuto, o seu irmão chegou à loja.

- Rápido! É esta coluna aqui, na caixa do meio. - disse Paula, que já tinha descoberto outra vez qual das caixas continha a bomba.dirigindo- Tiraram todas as caixas e abriram a caixa verde do meio. Dentro, os sapatos pretos com lacinho na ponta pareciam inocentes. Desmontaram o sapato, mas este não tinham nenhuma bomba. Desmontaram o outro sapato e também não havia nada lá dentro. Começaram a pensar que se calhar alguém podia ter mexido nas caixas. Não havia nenhum modo de restringir a busca, até que Filipe se lembrou:

- Não sabes o tamanho, pois não?

- Acho que era 37. - Pegaram em todas as caixas verdes de tamanho 37 e desmontaram todos os sapatos, mas nada. A bomba parecia ter sido dissolvida. Os dois irmão dirigiram-se para a caixa registadora e o irmão perguntou se alguns sapatos de tamanho 37 tinham sido vendidos, ao que obteram esta resposta:

- Sim, vendi-os àquela senhora ali. - A menina na caixa apontou para uma senhora de costas com um saco na mão.

- Pare! - berrou o irmão. Mas foi muito tarde. A mulher tinha desaparecido na multidão do shopping.

Sapatos de Salto Mortal (#Wattys2015)Onde histórias criam vida. Descubra agora