- O quê? Como é que não reparou nisso antes?
- Nunca me pediram para analisar os planos com o microscópio, e... Aliás, eu analisei os planos com o microscópio por vontade própria! - exclamou o técnico. - Se me tivessem pedido antes, eu já o tinha feito.
- Ok, a culpa é toda minha, mas, de qualquer maneira, não interessa. Neste momento temos de impedir um assalto. - disse Filipe, carregando no acelerador para ir mais rápido. - Obrigado pela informação. Tenho a certeza que não é a última vez que me liga. - Do outro lado da linha, o técnico forense riu-se e, logo de seguida, desligou a chamada.
Os dois irmãos começaram a ficar nervosos. Não tinham a certeza se iriam conseguir impedir o assalto. Havia muitas variáveis envolvidas, e se uma falhasse, os responsáveis pelo assalto não seriam apanhados.
Por exemplo, se Filipe não chegasse a tempo ao cofre, não poderia ver o assalto a ocorrer, e não podia dar o sinal a Paula. Assim, nenhum dos culpados seria apanhado. Se Paula não estivesse no compartimento certo da casa de banho, não conseguiria tirar as fotografias, pois não teria ângulo, e, tirando o testemunho dos irmãos, não haveria provas dos assaltos. Estes exemplos eram apenas dois de uma infinidade. Porém, tudo acabaria por correr bem, mas só depois de uma longa corrida do parque de estacionamento para o centro comercial, estando Paula sempre a segurar a sua mala.
Logo a seguir a chegarem ao centro comercial, viram Bruno e Carlos. Quase como se os seus instintos os obrigassem a olhar para lá. Cada um tomou o seu lugar. Filipe correu para o cofre (local discreto no suposto armazém de uma loja) enquanto que Paula correu para o pequeno compartimento da casa de banho. Ambos enfrentaram problemas.
Filipe encontrou um brutamontes que não o deixava passar. Lidou com a situação mostrando o seu crachá de Polícia e dando 50€ ao aparente segurança. Este passou logo a ficar suspeito. Se era segurança e aceitava subornos, quem sabe se não viu o homicídio e foi pago para ficar calado? Mesmo assim, Filipe deixou-o ir naquele momento. Escondeu-se em cima de uma cadeira (a mesa não deixava ninguém vê-lo em cima da cadeira), ficando muito encolhido.
Paula, por seu lado lidou com o compartimento da casa de banho ocupado. Ia para lá quando uma mulher a ultrapassou. Paula começou a bater à porta e, quando a mulher não a deixou entrar, começou a gritar:
- Abra a m*rda da porta, ou arrombo-a.
- Há outros compartimentos livres!
- Eu preciso deste. - Afinal de tudo, sempre foi necessário arrombar a porta. Após mais 15 segundos de discussão, Paula começou a pontapear a porta de maneira tão violenta que o trinco que mantinha a porta fechada rebentou. A outra mulher começou a protestar:
- Eu vou chamar a segurança!
- Vá se quiser. - disse Paula, fechando a porta com um cordel que tinha na sua mala. Pegou no berbequim e começou a furar a parede. Mal acabou, os dois companheiros no crime entraram pela porta.
Filipe, que estava no seu esconderijo, começou a supor que tinham entrado ao subornar o segurança. Olhou para Paula pelo pequeno furo, e esta já tinha a câmara na mão e esta já estava a tirar fotografias.
Os dois companheiros entraram e saíram em apenas 2 minutos. Filipe deu o sinal a Paula e os dois companheiros, ao ouvirem o sinal, começou a fugir. Paula cortou o cordel num instante com uma tesoura que guardou na sua mala e começou a correr para apanhar o médico. Carlos foi apanhado em apenas 10 segundos e Bruno foi derrubado, quando Paula saltou de cima da borda de uma fonte para cima dele, provocando a queda do médico pequeno parque infantil. Os dois foram presos imediatamente. Filipe foi à beira de Paula e congratulou-a:
- Parabéns... Podes te ter esquecido de muita coisa, mas conseguiste lembrar-te de como deter alguém. Mas vamos ter que interrogar tanto o segurança, como o gerente do shopping e o brutamontes.
- Se calhar também é melhor interrogar a senhora que me impediu de entrar no compartimento da casa de banho.
- Porque não? Mas só os interrogamos na esquadra. - Os dois irmãos entraram no carro e foram para a esquadra, onde o técnico forense que tinha analisado o telemóvel foi anunciar os resultados:
- Olá, detetive. Eu, ao analisar o telemóvel, encontrei uma mensagem que dizia "Tu nunca mais me fazes isto. E se o fizeres, eu mato-te".
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Sapatos de Salto Mortal (#Wattys2015)
Mystery / ThrillerUma explosão com origem num sapato de salto alto matou várias pessoas num shopping. Conseguirão a dona da loja e o seu irmão resolver o caso, onde assaltos, raptos, e outro homicídio estão envolvidos?