12 - Um plano para impedir um assalto

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- Então ainda temos mais um ladrão para apanhar? - inquiriu Paula, ao que o técnico respondeu:

- Sim. Infelizmente, há um problema.

- Qual? - perguntou Filipe.

- Se houver três pessoas a assaltarem e uma for morta, o plano não requer muitas mais alterações na forma estratégica. - Os dois irmãos olharam um para o outro e, ao mesmo tempo, disseram:

- Não percebemos patavina do que disse.

- Bem, até podem ter um elemento morto, mas se ainda tiverem duas pessoas restantes, podem assaltar o cofre à vontade.

- Então o plano continua em pé? - perguntou Paula.

- Pode-se dizer que sim.

- E há alguma pista em relação a quando vão atacar?

- Bem, há aqui um segundo conjunto de letras muito pequeno. Utilizando o mesmo código, o assalto vai ser feito hoje, às 18:30. - disse o técnico com um pouco de orgulho na voz. - Mas não tenho certezas de nada. Podem ter utilizado um código diferente.

- Já é bom ser uma data válida. Mas ser uma data válida mesmo depois de Guilherme ter sido assassinado? Isso é a cereja no topo do bolo! - exclamou Filipe. - Tenho a certeza que o código está certo. Obrigado. - Filipe desligou o telemóvel e começou logo a dar indicações à irmã:

- Quando chegarmos a casa dele, não o deixes perceber que nós sabemos que há um terceiro membro ou a hora na qual o roubo vai ser efetuado. Quero apanhá-los em flagrante. Gosto muito de surpreender as pessoas.

- Ok. Mas achas que faz mal se eu perguntar para ver que resposta é que ele me dá? Quero ver se ele me mente...

- Ok, mas podes fazê-lo de qualquer maneira, desde que ele não perceba que nós sabemos. E não te esqueças, a seguir temos que ir falar com o segurança. Mas, primeiro de tudo, temos um bom almoço. Quando encontrarmos um restaurante que pareça bom paramos para comer. Pode ser?

- Ok.

Os dois irmãos continuaram a conduzir em direção a casa da primeira vítima, à procura de um bom restaurante para poderem almoçar. Encostaram o carro num local que dizia "Restaurante do Cunha". Tiveram 10 minutos à espera de uma mesa até que finalmente se sentaram numa mesa no fundo da divisão.

A mesa não recebia muito iluminação e, assim, os dois irmãos estavam na penumbra, o que era bom, visto que não queriam ser interrompidos. As únicas pessoas que os iam interromper eram uns empregados a perguntar o que eles iam comer. Mesmo assim, tiveram uma conversa calma sobre os suspeitos, sobre o plano de assalto e tudo que estava envolvido no caso, mas só depois de Paula pedir frango assado e Filipe porco com mostarda. Filipe começou o diálogo:

- Vamos rever o plano para parar o assalto. Tu vais ficar trancada num cubículo nas casa de banho e fazes um furo na parede (mas um furo grande) para conseguires tirar fotografias sobre o plano. Enquanto isso, eu fico escondido dentro do cofre para conseguir ver o que eles vão fazer. Assim que eles começarem a sair, eu dou-te sinal e tu sais da casa de banho. Tu derrubas o homem misterioso e eu trato de Carlos.

- Ok. Mas, por agora, tenta desfrutar do almoço e para de te preocupar com o trabalho.

Os dois irmãos desfrutaram do seu almoço sem mais conversas acerca da investigação. Apenas conversa de circunstância. Quando o almoço terminou, os dois irmãos decidiram pagar a conta (desta vez foi sem discussões e os dois pagaram pelo que comeram) e começaram a viajar outra vez. A viagem não teve trânsito. Um ou dois semáforos avariados, mas de resto, foi uma viagem calma e lenta. O único som dentro do carro foi do telemóvel de Filipe, que tocou outra vez e, mais uma vez era o técnico forense. Filipe atendeu, pondo imediatamente em alta-voz:

- Estou?

- Detetive Filipe?

- Sim, sou eu. - respondeu Filipe

- Eu descobri quem é o terceiro companheiro no cri...

- Filho da p*ta! - exclamou Filipe de repente, um carro passou, ignorando o sinal de STOP que tinha. Por pouco os dois carros não bateram. - Desculpe. O que estava a dizer?

- Eu estava a dizer que descobri quem é a terceira pessoa que ia assaltar o shopping a partir do terceiro conjunto de impressões digitais nos planos. - disse o técnico. - Eu vou enviar-lhe uma foto com uma fotografia da pessoa.

- Ok. Vou abri-la agora. Espere, eu conheço esta cara. Este é o médico que tratou a minha irmã no hospital.

Sapatos de Salto Mortal (#Wattys2015)Onde histórias criam vida. Descubra agora