5 - O mistério reina no hospital

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No momento em que Paula desmaiou, o seu irmão ficou alarmado. Seria uma quebra de açúcar? Um coágulo? Ou seria uma alergia a um dos estilhaços que tinham penetrado na sua perna? Ou seria o impacto da explosão que tinha provocado as convulsões? Sim, porque Paula, depois de ter caído, começou a ter ataques. O seu irmão lançou-se para o chão para a ajudar, ordenou à menina que ligasse para o 112, e, 7 minutos depois, a ambulância chegou. Filipe ajudou os paramédicos a colocar a sua irmã na cama (isto depois de os paramédicos injetarem um líquido no corpo dela de forma a parar as convulsões). Filipe seguiu para o hospital na ambulância, sempre a vigiar a sua irmã, para nada de mal lhe acontecer. O hospital só estava a 10 minutos de distância.

Filipe entrou no hospital e foi com a sua irmã até a sala das cirurgias. Aí foi impedido de entra na divisão por dois enfermeiros e teve que aguardar na sala de espera. Esta divisão era basicamente a receção. Quatro cadeiras estavam opostas ao balcão, onde uma secretária cheia de papéis e com um computador se situavam. Uma senhora escurinha já de idade estava sentada numa cadeira, e falava ao telefone muito alegre, incomodando todos no hospital com o seu barulho. Filipe sentou-se numa das cadeiras, esperando por alguém que lhe pudesse dizer o que se passava com a sua irmã e, acima de tudo, se ela estava bem. De repente, mesmo no momento em que ia perguntar à senhora da receção se alguém lhe podia dizer qualquer coisa, um médico apareceu para lhe contar o que se passava:

- Bem, eu vou ser honesto consigo... Não dá para perceber muito bem o que se passa. Os músculos da perna estão muito inchados e tem todos os nervos afetados. Todo o sistema nervoso está infetado. Posso afirmar que teve qualquer coisa a ver com a explosão, mas não dá para perceber se foram os estilhaços ou o impacto desta. Mas não se preocupe porque vai ficar tudo bem. Só não percebemos a razão do desmaio nem das convulsões.

- Filipe? - perguntou uma senhora com os seus netos. Essa senhora era a mãe dos dois irmãos e os netos eram os filhos de Paula.

- Mãe... O que estás aqui a fazer? - perguntou Filipe, mudando logo de cara e de tom.

- Bem, ligaram-me de repente. Atendi e disseram-me que a minha filha estava no hospital, e me tinha selecionado como contacto de emergência. Tu por acaso não sabes o que aconteceu?

- Não sei muito bem. Ela estava a ajudar-me com uma investigação de alarme de bomba... - Filipe bem queria acabar a sua frase , mas a sua mãe não permitiu a ocorrência disso:

- Já te disse para não meteres a tua irmã nestas coisas. Ela está finalmente com uma vida decente e tu decides pô-la a investigar um caso? Ainda por cima um caso com bombas?

- Mãe, ela tem idade para escolher por si, e assim o fez. Eu não influenciei a sua escolha. Mas, como estava a dizer, estávamos a investigar um caso de alerta de bomba e esta explodiu. Nenhum de nós morreu mas a Paula ficou com a perna a sangrar. Depois ela desmaiou e ficou com convulsões. Eu e uns paramédicos levamo-la para o hospital e a partir da aí fiquei sentado nessas cadeiras. Passado um bocado veio um médico dizer-me que não se sabia de nada. Era tudo muito misterioso. - Realmente era tudo muito misterioso. O mistério reinava no hospital, e não dava espaço para clarificações. Passados 5 minutos, o médico voltou a aparecer:

- Já descobri! - exclamou o médico, aparecendo de repente. - Era uma alergia. O vírus rebentou com um vaso nervoso e o sistema nervoso ficou todo afetado com o vírus.

- Consegue tratá-la? - perguntou Filipe e a sua mãe ao mesmo tempo.

- Sim. - O telemóvel de Filipe começou a tocar e ele atendeu:

- Senhor Filipe, veio ter aos meus ouvidos que você precisa de respostas acerca do que aconteceu à sua irmã.

- Quem é você?

- Apenas alguém que sabe demasiado e precisa de admitir tudo a alguém. Mas, como estava a dizer, ouvi dizer que precisa de respostas, e eu estou disposto a dá-las. Se as quiser ouvir vá ao Estacionamento do Shopping daqui a uma hora. Venha sozinho. - disse a voz misteriosa, despedindo-se.

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