19 - Um gosto por profissionais

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- Pois é! - comentou Paula.

- Qual era a sua relação com a vítima? - perguntou Filipe ao técnico, esperando respostas concretas.

- Não sei... Ainda não consegui determinar nada, mas esperava que vocês o pudessem fazer por mim.

- Nós não percebemos nada de tecnologia avan...

- Ele está-nos a dizer para irmos perguntar à senhora, Paula... Pensa! - exclamou Filipe, brincando com a irmã. Virou-se para o técnico e perguntou-lhe: - Já tem algum resultado na procura de alguma substância na bala ou nos cartuchos?

- Já consegui ter composições químicas, mas ainda não tenho nenhum resultado concreto. Terei-o daqui a 2 horas, com sorte daqui a 1.

- Ok, obrigado. Nós temos que interrogar mais dois suspeitos que estão no hospital, e só deveremos voltar daqui a algum tempo. - disse Filipe, despedindo-se. Paula perguntou-lhe:

- Não são dois interrogatórios, são três!

- Já não vale a pena interrogar a mulher da vítima. Só íamos perguntar se ela sabia de alguém que pudesse ter raptado a sua filha... - Os dois irmãos saíram da esquadra e foram para o hospital, onde, primeiro de tudo, interrogaram a senhora da receção.

- Então, estão à procura do Dr. Estrela? Ele, infelizmente, não está... Foi preso por roubo.

- Na verdade queríamos falar consigo. E só para esclarecer uma coisa, eu não estou doente.

- Só um pouco da cabeça. - sussurrou Paula, recebendo uma cotovelada do seu irmão logo de seguida, que tinha ouvido o comentário.

- Sabe quem Guilherme Sinde era?

- Sim, era o meu namorado.

- O quê? - perguntaram Filipe e Paula ao mesmo tempo.

- É verdade, mas lembrem-se que a idade é apenas um número! - disse ela, sorrindo. - Suponho que estejam aqui porque ele morreu.

- E nós encontramos uma mensagem ameaçadora enviada de um telemóvel descartável que o seu cartão de crédito pagou.

- O que é que queiram que eu diga? Sim, eu enviei a mensagem, mas tudo tem um motivo. Eu não sou maluca, como, de acordo consigo, o seu irmão. - Filipe começou a olhar para senhora, como diz " Cale-se...". - Estava tudo a ser maravilhoso: ele era muito romântico, simpático... Por outras palavras, ele era perfeito!

- Pode chegar ao objetivo? - perguntou Paula, ao que a senhora respondeu:

- Resumindo a história, estava tudo a correr bem quando ele de repente acabou comigo. E eu fiquei tão triste e zangada!!! - disse a senhora, mudando logo de cara.

- Então decidiu matá-lo, não foi?

- Não. Eu fiquei muito zangada, mas todos os meus dias são passados atrás desta mesa! Não o poderia ter matado, pois não teria tempo.

- Ok, depois nós iremos verificar isso. Agora, uma pergunta que não tem nada a ver... Sabe em que sala está Deolinda Machado?

- Sala de exames 2. Está à espera de cirurgia para remover uma bala do ombro

Os dois irmãos seguiram para a sala de exames, abriram a porta e depararam-se com Deolinda drogada com morfina, ligada a uma máquina.

- Ela está bem?

- Sim, só deve estarem estado de transe devido à morfina. Mas eu consigo tirá-la de lá. - disse Filipe, carregando repetidamente num botão com uma setinha a apontar para baixo. Os números digitais vermelhos da máquina começaram a baixar e Deolinda acordou, comentando logo:

- Já tenho visitas!!! Mas, aparentemente, são as pessoas que me alvejaram...

- Pois... Nós temos que lhe perguntar mais umas coisas...

- Não vai sair nada de bom daqui mas, por favor, continue.

- Matou Guilherme Sinde?

- Um profissional, eu gosto disso. Mas não... Se eu o matasse não receberia o dinheiro do assalto!

- O q...

- É melhor contar tudo desde o início. Eu ouvi a explosão e tive que ir para o outro lado do shopping, e, aí, ouvi o segurança e os outros a fazerem planos e, como estava com pouco dinheiro, achei que merecia um pouco do saque. Aí, tirei-lhe a carteira, escrevi num cartão a mensagem, e devolvi a carteira. O resto foi fácil.

- Então raptou-a por dinheiro! Muito obrigada, respondeu a uma pergunta muito complexa. - agradeceu Paula.

Os dois irmãos seguiram para o carro e dirigiram-se para a esquadra, onde receberam os resultados.

- Podem agradecer-me - começou o técnico. - porque eu resolvi-vos o caso.

- A sério?

- Sim! A substância que encontrei tinha muitos componentes e eu estive a pesquisar na Internet que substâncias podiam ser. Dados os componentes e as proporções, posso dizer que, basicamente, é um produto para cofres. E só há um suspeito que lida com cofres...

- Hugo Lima.

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