18 - Prontos para a ação

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- Deixa ver. - pediu Filipe. Este aproximou-se da câmara e, logo a seguir, comentou: - Sim, é ela, se não me engano. Que local é este?

- Esta é a biblioteca onde Lucinda estudava.

- Hm. Pode por a parte do rapto desde o início? - O técnico nem respondeu. Pôs a filmagem no início e o rapto foi visto por Paula e Filipe com mais pormenores.

No vídeo, Lucinda estava a sair da biblioteca, já à noite, quando Deolinda veio de trás, deu-lhe um choque com um taser e deixou-a cair, inconsciente, numa cadeira de rodas, onde a levou.

Filipe começou a pensar na utilização da cadeira de rodas... Provavelmente, esta tinha sido utilizada no transporte da vítima para os atos não parecerem suspeitos. Os seus pensamentos foram interrumpidos por Paula:

- Qual terá sido o motivo dela? - inquiriu Paula.

- Não sei, mas quando a prendermos vai ser fácil de descobri-lo. - respondeu Filipe, pensando. - Pequena mudança de planos... Nós vamos salvar a Lucinda, prendemos Deolinda e depois vamos interrogar a mulher da vítima. Ok?

- Pode ser. Mas temos que nos despachar. Sabe-se lá o que é que aquela maluca está a fazer à pequena rapariga. Já lhe deu um choque, e sabe-se que as pessoas têm tendência para melhorar a praticar este tipo de atos.

- Se te estás a queixar do tempo que tens para a salvar, não devias estar aqui sentada a dizer isto e aquilo. - disse Filipe, levantando-se.

Os dois irmãos saíram da esquadra, sem serem interrompidos daquela vez. Filipe entrou num carro da Polícia, ligou a sirene e, com Paula, começou a conduzir. Mal virou a esquina, Filipe não conseguiu andar nem mais um centímetro, devido ao trânsito.

- Assim nunca mais chegamos lá!! - comentou Paula.

- Não penses assim. Eu tenho uma ideia. - disse Filipe, pegando no telemóvel. - Vi isto no Die Hard...

- O filme com o Bruce Willis? - perguntou Paula, sem perceber o que o seu irmão ia fazer.

- Sim. - Filipe premiu três botões e começou a falar. - Detetive Filipe Costa, número de distintivo 679203. Preciso de uma ambulância para a esquina das ruas Rua João Roby e Rua Central de Vales. - disse Filipe, desligando o telmóvel. - Para além de nos abrir caminho, está lá para o caso de algo correr mal.

Felizmente, o plano de Filipe resultou. Todos os carros desviaram-se e deixaram Filipe, Paula e a ambulância passar. Conseguiram chegar em 5 minutos, e estavam prontos para a ação. Os dois subiram por um cano e entraram por uma janela. A janela dava para o segundo andar, mas um segundo andar apenas constituído por um perímetro com 5 metros de espessura, feito com tábuas de madeira. O primeiro andar era exatamente igual, mas Paula e Filipe preferiram entrar pela entrada mais afastada para não serem detetados. Filipe emprestou uma arma a Paula. Ela aceitou-a, dizendo:

- Não te preocupes que disto nunca me vou esquecer. - disse Paula, verificando se a arma tinha balas.

- Lembra-te... Tem cuidado para Lucinda sair daqui ilesa e não atires para matar.

- Tiras a piada a tudo... - comentou Paula, na brincadeira.

Filipe foi para o canto oposto e começou a descer por umas escadas. Olhou para baixo, e estava Lucinda amarrada à cadeira de rodas, enquanto que Deolinda estava a andar de um lado para o outro, com uma Glock na mão, à espera de Guilherme. Não havia horas marcadas para o encontro, pelo que Deolinda devia ficar pelo armazém o dia todo. Como estava virada para a porta, não estava a ver Filipe, que estava a cortar as cordas que amarravam Lucinda. Filipe pegou na pequena criança e foi para cima, enquanto que Paula descia as escadas.

- Mãos ao ar! - berrou ela, quando chegou ao pé de Deolinda. - Devagar. Pouse a arma no chão e chute-a para aqui. - Em vez de fazer isso, Deolinda decidiu começar aos tiros, escondendo-se atrás das máquinas que ainda estavam lá. 

Um pequeno tiroteio entre Deolinda e Paula começou mas, felizmente, Filipe conseguiu descer as escadas mais uma vez e alvejou Deolinda de trás num dos ombros. Filipe prendeu-a e os paramédicos que estavam na ambulância levaram-na para o hospital. Enquanto isso, Filipe e Paula foram para a esquadra, para ver se os resultados do emissor da mensagem ameaçadora já tinham chegado.

- Olá, Sr. Técnico Forense. - cumprimentou Filipe. Já conseguiu determinar quem enviou a mensagem?

- Interessante que digam isso... Os resultados estão a vir agora por fax. - disse o técnico, apontando para a folha de papel que saía da máquina. - Aqui têm.

- Espere, eu conheço essa pessoa, apesar do nome Cristina Santos não me lembrar de nada. - comentou Paula. - Já sei quem é! É a senhora que está na receção no hospital em que Bruno trabalha.

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