Irmãos

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Foi numa noite conturbada em que descobri a verdade. O cheiro de sangue me extasiava e eu pedia por ele, então tudo voltou à minha mente. O que antes eu não lembrava, de repente me inundou, me fazendo recordar de cada instante da minha infância esquecida. Quando abri os olhos, vi Kaname sentado do outro lado do quarto, eu estava no dormitório da Lua. Ele andou até mim.

- Yuuki...

- O que houve? - eu disse ainda meio zonza.

- Como se sente? Lembra-se de mim? - falou ainda mais próximo.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao fitar sua face. Eu o toquei com cautela, tinha medo que tudo havia sido um sonho. Ele me retribuiu com um sorriso triste e me abraçou.

- Esperei tanto tempo por este momento. - disse ele.

Eu não consegui responder. Apenas o abracei com força e deixei minhas lágrimas rolarem. Descobri naquele dia que Kaname era, na verdade, meu irmão mais velho e que minhas lembranças haviam sido apagadas por um feitiço feito para me proteger de algo que ainda não sabia o que era.

Espantei-me por um instante, recordando que sempre fui apaixonada por ele, mas a meu ver, isso estava errado, ele era meu irmão, não poderia acontecer nada entre nós, não era natural. Sentia-me culpada por isso, de certa forma. Então ele disse que eu nasci para ser sua esposa, que em uma família de vampiros sangue-puros, era normal, para que pudessem dar continuidade à linhagem. Não sei o que senti ao ouvir aquilo.

Fui abraçada novamente, então ele me beijou. O beijo de Kaname era quente, um tanto suave e cauteloso, eu o correspondi com amor. Sempre esperei por este beijo. Sonhei com isso durante muito tempo e agora estava acontecendo. Suas mãos deslizaram por minhas costas, chegando à cintura. Ele me pegou no colo e me deitou em sua cama. Sua respiração estava ofegante, suas mãos eram firmes em meu corpo, então ele parou por um instante e me olhou. Seus olhos eram fixos nos meus. Senti-me corar e meu coração acelerou. Ele voltou a me beijar, fervorosamente desta vez, enquanto suas mãos passeavam por meu corpo todo. Ele foi beijando minha orelha, meu pescoço, meu colo, me deixando louca a cada toque. Num repente senti suas presas penetrarem meu pescoço, isso nunca havia acontecido. Ele nunca havia me mordido. O único que já o fizera foi... Zero.

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