– Finalmente. Próxima parada: Londres. – falei convencido de que desta vez, realmente, partiríamos.
Levantamos e fomos para o portal de embarque. Lá estava ele, esperando por nós. O avião. Caminhamos até ele e entramos. Finalmente sentamos em nossas respectivas poltronas. Ruka estava ao meu lado, mas não falava nada. Um tédio. Em poucos minutos o avião decolou. Olhei para fora a tempo de ver tudo ficando menor, até desaparecer atrás das nuvens, era uma vista incrível.
– Kiryuu-kun... – despertei imediatamente.
– Sim? – olhei para Ruka que me chamava com a voz baixa – O que quer, Souen-senpai? – não fui o melhor dos cavalheiros.
– Ruka. Pode me chamar apenas de Ruka. Não estamos na Academia e é estranho vendo alguém me chamar assim fora da escola. – ela fez uma pausa – O que pensa em fazer quando chegarmos à Londres? – ela perguntou ainda serena.
– Matarei Kuran e trarei Yuuki de volta para a Academia, RUKA. – dei uma ênfase no nome dela.
– Mas ele não está na lista da Sociedade. Como fará isso? Além do mais, ele é um puro sangue. O que está pretendendo? – ela estava confusa.
– Realmente não me importo em ficar encrencado por matá-lo. Ao menos saberei que jamais o veria outra vez. – ela baixou os olhos.
– Não pode matá-lo. – ela olhou novamente para mim – Não vou deixar. – seu olhar era desafiador – Kaname-sama é a pessoa mais importante para mim, eu o amo verdadeiramente e não o deixarei tirá-lo de mim.
– Como pensa em me impedir. – aceitei o desafio.
– Farei o que for possível. – sua voz ainda era calma, mas senti um ameaça nela.
– Veremos. – disse, revirando os olhos.
O resto da viagem foi silencioso e, algumas horas depois, estávamos em Londres. Finalmente. Descemos no aeroporto central e pegamos nossa bagagem, apenas uma mala e uma mochila, pois não pretendíamos ficar muito tempo.
– Estou com fome. – resmunguei.
– Venha, conheço um ótimo restaurante nessa avenida. – ela disse sorrindo.
Andamos alguns minutos pela avenida e chegamos a um restaurante gigantesco. Parecia ter de tudo e tinha muita gente lá dentro. Como acharíamos um lugar para nós? Ao chegarmos na porta, um segurança que parecia cochilar, deu um bocejo e olhou em volta, quando nos avistou, arregalou os olhos e ficou vermelho como um pimentão.
– Ru-Ru-Ruka-sama – ele gaguejava – Q-Q-Quanto tempo não a vejo por aqui. Como a senhorita está? Veio a trabalho? Gostaria de uma mesa? Para quantas pessoas? – ele parecia suar.
– Calma, Tanaka. – ela falava calma – Não precisa se exaltar. Estou de férias com primo. Mesa pra dois, por favor.
Ele nos cumprimentou formalmente e entrou no restaurante seguido por nós. Todos pareciam nos olhar e cochichar. Logo um senhor muito elegante e de boa aparência veio ao nosso encontro.
– Boa tarde, senhorita Ruka. A que devo a honra de sua visita ao nosso humilde restaurante? – ele fez uma reverência.
– Boa tarde, Edgard. Acabamos de chegar e estamos famintos. Estou de férias com meu primo Zero – ela olhou para mim. Foi então que ele notou que eu estava ao lado. Fiz uma reverência e ele apenas acenou com a cabeça – Tem uma mesa para nós?
– Claro que sim, me acompanhem.
Fomos até o piso superior do restaurante e ficamos numa mesa isolada de todo o resto. O local estava vazio e era muito mais bonito que o resto do restaurante. Sentamos e escolhemos nossos pratos. Esperamos o garçom sair e então a olhei, chamando a atenção dela para mim.
– Primo, é? – queria saber o porquê da mentira.
– De segundo grau – ela desviou os olhos para a taça de vinho, dando um gole – Este restaurante é de uma nobre família de vampiros, que não gostam muito de intrusos, muito menos caçadores. – ela me olhou diretamente nos olhos - E se eu não dissesse que você era da família, iriam tentar descobrir sobre sua vida toda, além de espalharem por aí que uma modelo famosa está com um novo affair. O que não é verdade. Como aqui é freqüentado por muitas celebridades, eles ficam atentos a tudo e adoram uma fofoca. – ela sorriu sarcástica.
– Entendi. – falei apenas.
O garçom voltou com a comida e tudo parecia ótimo. Comemos e conversamos um pouco, tínhamos que dar a entender que éramos primos felizes de férias. Que chatice. Odeio expor a minha vida. Falamos da vida na Academia, do diretor e dos outros alunos da Night Class. Não foi tão ruim. Melhor do que passar o dia todo em silêncio no tédio total. Foi até que... Agradável. Após comermos e agradecermos pela comida, pagamos a conta e saímos do restaurante.
– E então – eu falei – para onde temos que ir agora?
– Precisamos pegar um táxi. A mansão fica a algumas horas do centro. É bem afastada. – ela disse olhando para o céu. Estava cansada, deu pra perceber.
– Você quer descansar primeiro? – ela olhou para mim novamente – Sei que você costuma dormir de dia e ficar acordada de noite, mas passou a noite e o dia todo sem dormir, deve estar cansada, assim como eu. Podemos encontrar um lugar e então descansamos. Amanhã iremos atrás de Kuran e Yuuki.
– Hai. – ela concordou.
Eu realmente estava muito cansado. Precisava urgente de um lugar para dormir, então procuramos um hotel. Para nosso azar, estava tendo um festival e a cidade toda estava lotada por turistas. Foi difícil encontrar uma vaga, mesmo que fosse para uma super modelo. Estava tudo cheio. Andamos por horas até encontrarmos um hotel. Quando finalmente encontramos, já estávamos acabados. Entramos no hotel e perguntamos sobre o quartos. Mas que quartos? Não havia quartos, mas apenas um. Um quarto disponível. Não acreditamos. Nos olhamos e chegamos a seguinte conclusão: vai ter que ser esse mesmo. Estávamos muito cansados pra continuar procurando por quartos que talvez nem encontrássemos. A cidade estava lotada. Aceitamos o quarto e fizemos o check-in. Enquanto subíamos as escadas, algo aconteceu. Senti um cheiro muito forte e isso me atraía muito. Meu coração disparou.
– Sangue. – senti uma forte dor no peito.
Olhamos para trás e vimos que um dos funcionários que limpava a vidraça, havia caído e se cortado. Era um corte fundo e saía muito sangue. Meu coração acelerava cada vez mais. Eu precisava. Mal conseguia me manter de pé. Ruka me ajudou e me levou ao quarto rapidamente, antes que eu tivesse algum tipo de ataque. Entramos no quarto e ela trancou a porta.
– Na bolsa – falei entre dentes – Por favor, pegue minhas pastilhas de sangue na bolsa.
Ruka revirou minha mochila, apressadamente. Parecia eufórica. Sabia que algo aconteceria se ela não encontrasse. Eu estava muito mal. Sentia minhas presas latejarem e meu peito parecia que iria explodir. Senti meu estômago contrair e a dor aumentava. Eu precisava das minhas pastilhas, elas eram feitas para que eu não precisasse me alimentar de sangue humano, para que não ficasse com tanta sede, para me poupar a dor, era um tipo de sangue genérico dissoluto em água e eu precisava delas. Eu precisava de sangue.
– Não encontro. – ela me olhou assustada – Não está em lugar nenhum, Kiryuu-kun.
– IMPOSSÍVEL! – esbravejei.
Comecei a procurar na mochila toda. Esvaziei. Joguei tudo no chão e revirei. Não estava. Realmente não estava. E não acreditei. Eu não havia levado as pastilhas comigo. A dor e a sede me consumiam. Eu queria sangue. Eu precisava dele. Eu precisava saciar minha sede e não havia como. O que eu faria agora?! As pastilhas não estavam na bolsa. E agora?!
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Escolhas
FanfictionOlá pessoas! A Fanfic contem semelhanças com o Anime/Mangá Original de Vampire Knight, para o melhor desenvolvimento da trama, mas o texto é inteiro de autoria minha, sem qualquer plágio ou citação. Essa mesma fanfiction já foi postada por mim em o...