Acordei numa cama e estava cheia de agulhas. Meu sangue estava sendo drenado e eu estava morrendo de fome. Eu parecia mais magra e mais fraca. Mal conseguia me mexer. Olhei em volta, mas não havia ninguém por perto, então tentei forçar para tirar aquelas coisas de mim, mas foi em vão.
Zero POV's
Enquanto eu e Ruka comíamos, observávamos cada canto da sala, na esperança de haver uma brecha para que pudéssemos escapar de alguma forma. Em poucos minutos, fomos surpreendidos por uma voz que ecoava pela sala, era a voz dele.
– Não tentem nenhuma gracinha – começou – Vocês estão sendo observados o tempo todo e tudo tem um objetivo. – ele riu – A sala contem entradas de ar espalhadas, estrategicamente, por todo o cômodo e se vocês não fizerem o que eu mandar, as entradas liberarão um gás tóxico, que os farão querer matar um ao outro ou quem sabe matar a si próprios. – mais uma gargalhada – Então, vamos começar com a brincadeira?
– Do que está falando, seu doente?! – gritei. Ruka estava visivelmente assustada.
– Nós vamos brincar um pouco. Não se preocupem, garanto que vão gostar.
– Duvido muito! A única coisa que gostaríamos é sair daqui. – falei irritado.
– E vocês irão, muito em breve, mas antes vocês devem fazer o que eu mandar e se não fizerem direito, já sabem das conseqüências.
– E o que você quer que façamos? – perguntou Ruka.
– Simples, quero que transem!
– VOCÊ QUER O QUE? – gritamos em uníssono.
– Exatamente o que ouviram. Quero que transem. Mas nada teatral. Quero que pareça real, quero que pareça que estão perdidamente apaixonados um pelo outro, que são um casal feliz. Façam isso e poderão ir embora.
– Você é doente ou o que, cara? Pervertido! Não vamos fazer nada disso. Não somos um casal.
– Se vocês não fizerem, já sabem o que pode acontecer a vocês. E só para garantir, sei onde mora a família de Ruka e onde está o irmãozinho dela. Se não fizerem o que estou mandando, irei visitá-lo e quem sabe o que poderei fazer a ele.
Nós nos olhamos e pude perceber o quão abalada ela estava. Eu nem ao menos sabia que Ruka tinha um irmão. Seus olhos se encheram de lágrimas ao ouvi-lo falar na possibilidade de ir atrás de seu irmão caçula e fazer algum mal a ele. Cheguei perto dela e sequei suas lágrimas.
– Não se preocupe Ruka, vamos sair daqui e acabar com esse desgraçado. Ele não fará nada ao seu irmãozinho, ele está blefando.
– E se não estiver? Como ele sabe que eu tenho um irmão caçula? – ela disse – E se ele for atrás do Shin? Ele tem apenas cinco anos! – ela chorava ainda mais – O que vamos fazer, Zero?
– Pelo jeito não nos resta escolha. – ela me olhou espantada.
– O que quer dizer?
– Precisamos fazer o que ele está mandando. Não quero que sofra com uma ameaça assim. Também tive um irmão que ainda vive em mim e eu faria de tudo para protegê-lo se eu tivesse a chance. – eu a acalmei – Não queria que tivesse que escolher se entregar a um homem que não é o que você ama ou vida do próprio irmão. Sei que não quer fazer isso, mas não podemos colocar a vida do seu irmão em perigo.
– Tudo bem. Nós faremos. Sei que também não quer fazer isso, Zero. Sei que ama Yuuki e é com ela que quer ficar, mas obrigada por pensar na segurança da minha família. Isso significa muito para mim. – ela sorriu de canto.
– Sinto muito por isso, queria que tivesse outro jeito. Serei o mais cuidadoso possível, tudo bem? – ela assentiu – Vamos fazer parecer real e romântico, como ele quer e assim que sairmos daqui, acabamos com ele.
Ruka só balançou a cabeça em afirmação. Comunicamos ao Rido que faríamos o que ele tanto queria e continuamos o jantar, como se nada daquilo tivesse acontecido. Estávamos os dois sem jeito, jamais poderíamos imaginar uma coisa dessas. Fui eu quem tomou a iniciativa, aproximando-me de Ruka, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e beijando sua bochecha. Sussurrei um "Vai ficar tudo bem" em seu ouvido e ela me olhou, corada. Fitei seus olhos cor de chocolate, que ainda estavam marejados, sequei uma última lágrima teimosa, segurei seu queixo e ela desviou o olhar envergonhada, puxei-a de volta para mim e me aproximei novamente, colando nossos lábios. O beijo dela era suave, como sua boca demonstrava ser. Era cautelosa e carinhosa e seus lábios eram macios, como seda. Meu coração disparou ao colar nossos corpos e perceber que estava bom e que eu estava gostando, apesar de tudo. Ruka ainda não estava à vontade, mas fingia muito bem. Eu beijei seu pescoço, seus ombros e fomos nos soltando, até eu colocá-la em cima da mesa, jogando tudo o que estava lá, no chão e partirmos para o clímax da tal brincadeira. Eu e Ruka transamos ali mesmo e não posso dizer que foi ruim. Fui muito cuidadoso com ela e ela não decepcionou em nada. Acreditamos ter convencido estarmos apaixonados, apesar de não saber a finalidade daquilo tudo.
Quando terminamos, ofegante, beijei a testa dela, em seguida, colei a minha própria na dela, olhando em seus olhos. Eu sorri para ela, que retribuiu, fechando os olhos e deixando mais lágrimas rolarem.
– Muito bem. – a voz de Rido ecoou por todo o cômodo, acabando com a nossa comunicação ocular - Vocês passaram no teste. Nota dez! Agora podem se recompor e voltar para o quarto de vocês. Tem alguém os esperando do lado de fora.
Voltamos para o quarto em silêncio. Ruka estava tão envergonhada que mal conseguia me olhar diretamente, agora. Tomamos um banho e fomos nos deitar. Ela de um lado do quarto e eu do outro. Não conversamos mais, até eu pegar no sono.
Yuuki POV's
Depois de um tempo deitada e sendo drenada, minha visão já estava embaçada e eu estava morrendo de fome. Ouvi um barulho enorme, gritarias e um estrondo que se aproximava. Era uma presença familiar, mas estava tão fraca que não conseguia nem ao menos identificar quem estava chegando.
O barulho aumentou e a porta do quarto onde eu estava se abriu num estardalhaço. Ao chão, caído, estava Rido e logo atrás vinha Kaname. Ele parecia furioso. Apenas com a força da mente, ele prendeu Rido no teto e esticou seus membros até começarem a querer rasgar. Correu até mim, apavorado e me tirou da cama.
– C-como você me encontrou? – falei chorosa – Achei que nunca mais o veria.
– Quando eu estava indo atrás de Rido, o doutor me ligou, avisando dos resultados dos seus exames – ele me olhou fixamente – Quando soube o que você tinha, voltei correndo, temendo por vocês e quando estava chegando, vi toda aquela bagunça na mansão e deduzi que Rido havia feito uma visita. Fui seguindo seu cheiro, até chegar a um capanga do meu querido tio e eu o torturei até ele me trazer aqui. – ele me abraçou – Que bom que está viva. Estava com muito medo que tivesse perdido vocês.
– Eu também estava com muito medo. Quero ir para casa, Kaname... – eu chorava ainda mais – Aliás, porque voltou tão rápido? O que o doutor disse que eu tenho? É grave?
– Yuuki... – ele sorriu – Vamos ter um bebê.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Escolhas
FanfictionOlá pessoas! A Fanfic contem semelhanças com o Anime/Mangá Original de Vampire Knight, para o melhor desenvolvimento da trama, mas o texto é inteiro de autoria minha, sem qualquer plágio ou citação. Essa mesma fanfiction já foi postada por mim em o...