Família Kiryuu

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Desde que os gêmeos nasceram, Ruka e eu nos aproximamos mais. Não éramos mais aqueles dois amigos que decidiram viver juntos apenas para criar os filhos que, por acaso, teriam. Éramos mais que isso. Estávamos gostando de ser casados e isso me surpreendeu, pois eu nunca pensei que seria do tipo de pessoa que se casaria, teria filhos e andasse na linha, eu realmente era o contrário disso, mas com o nascimento dos meus pequenos, tudo mudou. Yoru e Sora deram uma coisa a mais na minha vida, não sei explicar. Eu estava mais feliz e podia ver que Ruka também estava. Eu, particularmente, gostei dos nomes que ela dera aos nossos filhos, o Dia e a Noite, como eu e ela, pois mesmo que eu fosse um vampiro agora, eu nascera humano, uma criatura do dia e ela, por outro lado, sempre fora uma criatura da escuridão.

Os dias foram se passando e os gêmeos estavam cada vez mais espertos, o que deixava Kurosu todo eufórico, gritando sem parar coisas como "Oh, que lindos os meus netinhos!" ou "Parecem com o pai, não param quietos.". Isso simplesmente me irritava, mas Ruka tentava me acalmar, aliás, ele houvera me criado e estava apenas tentando ser um avô carinhoso e presente, ao modo dele, é claro.

Quando a Associação Hunter soube dos gêmeos, não tive paz por uns dias. Disseram que um caçador não poderia casar-se com um vampiro, muito menos ter filhos com um, mas eu fiz questão de lembrá-los de que eu mesmo era um vampiro agora e que eles não poderiam fazer nada sobre isso, pois antes de ser vampiro, eu já nasci Hunter, eu era um Kiryuu e minha família estava sobre a minha proteção, portanto, se alguém ao menos tentasse tocar em algum deles, pagaria com a própria vida. Meu caso foi ao tribunal e logo foi julgado, sendo decidido que Ruka andaria na linha, sendo discreta e sem atacar humanos, tendo o mesmo tipo de dieta que eu, com as pílulas de sangue e criaria os filhos não como simples vampiros, mas como caçadores. Pelo jeito eles perceberam que ter vampiros trabalhando para eles era bem mais vantajoso, ainda mais se o vampiro em questão, já ter sangue de um Hunter correndo em suas veias, o que era o caso dos meus filhos. Eles eram poderosos e desenvolveriam ainda mais os poderes de acordo com o crescimento deles, pois além de ter poderes de criaturas noturnas, que eram, também tinham o poder natural de um Hunter e os dois eram assim, não apenas um, como costuma ser. Nenhum deles morreu antes do parto e nem deu indícios de ser mais fraco que o outro, como aconteceu comigo e com meu irmão Ichiru, pelo contrário, os dois eram, igualmente, muito saudáveis e tinham um poder incrível, que mesmo ainda muito pequenos, podíamos sentir.

Depois que foi decidido que nos deixariam em paz, voltei a trabalhar para a Associação, caçando vampiros por todo o canto e em algumas vezes, eu precisava viajar para longe, deixando um pedaço de mim na academia. Eu sempre viajava sozinho, porque era mais seguro, mas não gostava de ficar longe da minha família. Era incrível como eu estava me tornando um cara responsável e que pensa na família que tem em casa. Tudo graças a dois pares de olhos brilhantes que me encantam, só de eu olhar para eles.


Quando os gêmeos fizeram cinco anos, começaram a treinar com o professor Yagari, para que fossem bons caçadores. Eu, desde que eles começaram a entender as coisas, comecei a explicar a eles como era nossa vida, o que era a Associação, qual o objetivo dela e o que eles, como sendo da família Kiryuu, eram. Expliquei que teriam que caçar outros iguais a eles, vampiros. Disse o porquê isso acontecia e eles pareciam compreender a tudo o que eu dizia, até ficavam empolgados, querendo saber como tinha sido a caçada e o que tinha acontecido de legal na viagem.

Eu gostava de chegar em casa e receber aqueles pulos no colo. Mesmo estando cansado, eu sempre os erguia nos braços, brincava um pouco e contava como tinha sido a viagem. Isso havia se tornado um hábito. Sempre que eu estava prestes a entrar, os pequenos já estavam esperando por mim na porta. Era ótimo saber que eles estavam desenvolvendo suas habilidades, tão rápido e facilmente. Nós, pais, ficávamos cada vez mais orgulhosos.

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