Capítulo 2

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Rafaelly Almeida

Concentro todas as minhas forças para o livro na minha frente. Não sei onde o medo de avião surgiu, mas me concentro o máximo possível pra esquecer o fato que estou dentro de um avião.

Middleton é o país onde meus irmãos nasceram e onde Connor vive até hoje.

Moro em Boston há 5 anos, Mas sou brasileira. Mineira pra ser mais específica.

Sou formada em finanças. Como sou prodígio consegui concluir a faculdade bem rápido e sendo a melhor da turma.

Com 22 anos me tornei chefe de departamento financeiro, e agora com 23 anos quero trocar de localidade. Não que Boston seja um lugar ruim, é só que todos os meus irmãos estão casados e com filhos e eu pretendo continuar trabalhando, bem afastada de qualquer homem.

Casamentos não estão no meu planejamento. Diferente dos meus irmãos eu quero trabalhar e abrir minha própria empresa.

Como meu irmão mais velho, Richard, também mora em Boston ele vive me enchendo o saco para procurar um marido. Já Connor é mais tranquilo. Ele entende o meu objetivo e respeita.

Mudar-me pra Middleton seria muito bom, mas como sai repentinamente do meu antigo trabalho, sem uma carta de recomendação e sem um motivo plausível, estou oficialmente fudida.

***

Finalmente saindo dessa caixa de metal, no aeroporto ligo para meu irmão, que diz estar vindo me buscar. Ele parece feliz. É a primeira vez que nos vemos em 5 anos. E hoje é o jantar de noivado dele.

Pelo que ele me disse Alex deve ser uma mulher incrível. Ela é uma veterinária bem dedicada. Animais são sua paixão, acho que é por isso que ela ama o Connor.

Quando finalmente o carro estaciona na frente da sala de espera, vou até o carro.

Lá está ele, todo pimpão. Claramente está muito feliz, seus olhos não tem mais aquela expressão de cansaço. Agora seus olhos mantém o sorriso mais vivo. Se eu não conhecesse ele iria dizer que ganhou na mega-sena.

- Oi, príncipe. – Digo feliz por ele.

- Oi princesa, você está linda. A genética te fez bem. – Diz com seu sorriso confortável.

Sorrio sabendo que essa frase é uma piada, pois quando descobriram que o pai deles teria um filho fora do casamento a mãe do Connor disse que eu só seria bonita por causa da genética do meu pai.

- E você está brilhando tanto que se colocassem você no lugar do sol ninguém perceberia a diferença.

- Eu espero que isso tenha sido um elogio. - Diz com seu sorriso charmoso.

- Podemos ir logo? Quero tomar um banho, depois de 9 horas dentro de um avião. – Digo me acomodando no banco, depois de colocar minha mala no banco de trás.

Ele dirige com concentração até a casa do John. John é meu pai adotivo, assim podemos dizer. Ele cuidou de mim a vida toda. Ele é o ex-marido da minha mãe, quando ele soube que ela teria uma filha com outro homem ele terminou o casamento, mas quando precisei ele me acolheu, cuidou e me tratou como filha. Mas isso é história pra outra hora.

***

Bato com força na porta, enquanto Connor luta com minha mala no carro. Eu disse que ia tirar, mas ele insistiu em ser um "Cavalheiro", então deixa ele sofrer um pouquinho.

A porta é aberta pela Madalena. Por qual motivo ela está aqui? É meio de semana e o John estaria trabalhando, mas ele tirou folga pra me receber, mesmo assim não explica ela estar aqui.

Ela e John tem um lance sem rótulos. Gosto dela, eles são felizes com isso, mas não estou muito acostumada a dividir john com mais ninguém.

- Oi, Rafa, você está linda. Como você está? – Diz com um sorriso sincero.

Qual o problema de todo mundo? Por qual motivo eu estou tão "linda" hoje? Por que não elogiam meu cérebro, que é impressionante. Sem querer me gabar.

Como eu disse, não que eu não goste da Madalena, é só que, não estou acostumada com outra pessoa ocupando espaço na vida dele, geralmente somente eu ocupo esse espaço.

- Oi, Madalena, obrigada. O John disse que viria me receber, mas eu posso voltar outra hora. – Ela sorri

- Não se preocupe, ele está em casa pra te receber – Ela abre espaço para que eu passe.

A luz do sol invadindo o hall de entrada é a primeira coisa que eu vejo, na sala vejo John na sua poltrona favorita, com uma xícara, provavelmente de chá.

Quando ele me vê coloca a xícara no aparador e vem me abraçar. Ele me aperta com força.

- Estava morrendo de saudade. - Meus olhos começam a lacrimejar.

-Eu também estava com saudades, muitas saudades.

- Que bom, porquê você vai me aguentar até o casamento.

Ficamos abraçados por mais alguns segundos, depois nos reunimos na sala.

- Como anda seu trabalho em Boston? – Pergunta John.

- Não sei, eu me demiti. – Respondo dando um gole no meu chá.

-Que? – Ele quase cospe o chá na cara de Connor.

- Como assim? Você amava aquele trabalho. – Ele ainda parece indignado.

- Eu sei, mas precisava mudar um pouco. Depois explico, agora eu vou descansar um pouco. - Levanto rapidamente, antes que ele pergunte alguma coisa.

Conheço ele muito bem pra saber que quando alguma coisa entra na cabeça dele é impossível sair.

Também não vou conseguir mentir pra ele e não estou preparada pra enfrentar a verdade.

(...)

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Um beijo e até o amanhã com o próximo capítulo.

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