Capítulo 23

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Oliver Danvers

Josh falou por vários minutos sobre Jake Scott, depois de amanhã a empresa dele estará completamente falida e cinco mulheres entrarão com processos de abuso contra ele.

Já tenho um exército de advogados para representar cada uma delas. Não tem como ele ganhar. Principalmente quando estiver sem dinheiro nenhum, por conta da falência, que eu mesmo causei.

Volto para a cozinha, para contar o que ela precisa saber, sobre tudo o que ela quiser fazer.

Mas ela não está lá, a cozinha está vazia e a casa também. A única coisa que encontro na cozinha é uma caixa.

Merda! É aquela caixa. Mandei Abigail jogar fora a dias, ela deve ter esquecido em algum lugar e a Garota encontrou.

Tem um bilhete escrito:

"Parabéns, Sr. Danvers!
Pode chamá-la para esquentar sua cama, de novo."

Merda mil vezes.

A foto do restaurante está separada. Ela provavelmente entendeu tudo errado.

Onde ela foi? Como ela foi?

Olho para o aparador e a chave do carro não está lá.

Não acredito que ela fez isso. Ela está estressada, provavelmente confusa, e decidiu que era uma boa ideia pegar um carro e sair dirigindo debaixo de uma chuva forte.

Pego a chave de qualquer um dos carros e sigo em direção a garagem. 

No caminho para a garagem ligo para Josh. Ele atende no segundo toque.

- Rastreie o telefone da Garota, agora! - Ele sabe que não estou de brincadeira, porquê nunca grito, com ninguém.

- Vou mandar pra você em tempo real.

Desligo, colocando o celular no suporte para acompanhar o rastreador.

Ela está indo para casa, pela avenida. O caminho mais longo e perigoso. O que tem na cabeça dessa garota?

Indo contra todos os meus princípios, piso fundo no acelerador. O carro ultrapassa 200 km por hora.

A chuva está forte, mas pela primeira vez não ligo se vou morrer ou não. Só preciso achar a garota e garantir que ela não fuja nunca mais.

Diminuo a velocidade quando vejo o carro andando bem próximo.

Uso a assistente virtual vinculada ao carro para ligar para ela.

Ela rejeita a primeira, a segunda e na terceira ela finalmente atende.

- Me deixe em paz, você já teve o suficiente de mim.

Sua voz está rouca, como se tivesse chorado por horas. A única vez que a vi chorar foi quando me contou sobre o abuso.

- Eu nunca vou ter o suficiente de você. Agora, pare a porra do carro, antes que eu fique louco.

- Pare de me seguir!

- Rafaelly, Pare esse carro agora! Se eu te pegar vai ser bem pior.

Ela desliga o telefone na minha cara. Quando eu penso que vou enlouquecer ela reduz a velocidade, encostando no acostamento da pista.

Nesse momento percebo que não estava respirando direito. Reduzo a velocidade, também encostando.

Saio do carro no meio da chuva, e ela faz o mesmo.

- Você está ficando maluca? Podia ter morrido dirigindo desse jeito.

- Por que se importa? - Grita em português.

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