Capítulo 8

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Oliver Danvers

Finalmente vou escolher um diretor financeiro.

Liza, que também trabalha no recrutamento do RH, está na sala ao lado, entrevistando cada candidato e no final ela irá me apresentar os candidatos mais aceitáveis.

A recepção parece uma zona de guerra. Está completamente lotada e olhares competitivos sendo trocados.

O olhar específico me deixa surpreso.

Ela está ali, seus cabelos estão presos como sempre. Ela usa uma saia social, camisa branca também social e um blaser. Nos seus pés um salto pequeno, com certeza pra disfarçar seu um metro e meio.

Ela parece ansiosa, mas por que ela está aqui? Ela não vai ser entrevistada, né?

Como um ímã seus olhos vem em minha direção. Seu corpo parece resetar, mas logo volta ao normal. Recuperando sua postura profissional.

Antes que eu consiga me controlar, meus pés dão longos passos em direção a morena.

Ela parece surpresa com minha atitude, mas antes que eu consiga dizer alguma coisa ela diz:

- Obrigada por me indicar para a seleção.

- Eu não indiquei você para a seleção, na verdade você nem deveria estar aqui. - Ela franze o cenho, como se realmente estivesse confusa.

- Então por que meu irmão me entregou um cartão com o número da recrutadora? Inclusive, foi ela quem disse que eu era uma boa opção e me pediu pra vir.

- Eu realmente pedi pro Connor indicar algum conhecido, mas não uma garota inexperiente com menos de vinte cinco anos. - Seu rosto parece ter levado um tapa.

- Eu pretendo conseguir essa vaga, preciso de um emprego e esse aqui é muito bom. E de quebra vou esfregar na sua cara o que a "garota inexperiente" aqui sabe fazer. - Ela sai da minha frente como um foguete em direção ao banheiro.

Eu penso em ir atrás dela, mas Liza me chama na sala de recrutamento.

- Isso foi bem difícil. Metade dos candidatos dessa sala não sabem nem o que é imposto de renda, e se sabem não tem conduta profissional. - Ela parece frustrada.

- Mas, dois candidatos salvaram o meu dia.

- Justin Bloom, filho do William, mas não é tão babaca quanto. 34 anos, formado há seis anos, tem um ótimo currículo e várias cartas de recomendação. - Diz ela me entregando a pasta com suas informações.

- A segunda é Rafaelly Almeida, 23 anos, formada há dois anos, melhor da turma, com um currículo impecável, com carta de recomendação dos professores e de algumas empresas que ela estagiou, porém no seu último emprego na "Game over", empresa de jogos em Boston, ela saiu sem motivo aparente e sem qualquer carta de recomendação.

Merda, a pasta dela é a melhor que já vi. Os professores dizem que ela é uma verdadeira gênia.

- Minha sugestão é propor um mês de experiência para os dois, o que se adaptar melhor nós contratamos.

É uma boa ideia, mas eu realmente acredito que essa garota de 23 anos não tem maturidade o suficiente para assumir esse cargo.

Porém seria extremamente injusto não contrata-lá apenas por preconceito a sua idade.

- Pode ser, mas eu vou ficar de olho em cada passo desses dois.

Em cada passo dela, na verdade.

***

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