Capítulo 16

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Oliver Danvers

Os últimos quatro dias foram cheios de reuniões, mesmo assim a Garota não saiu da minha cabeça, nem por um segundo sequer.

Pensar em como ela deve estar assustada por entrar de paraquedas em um mundo completamente "errado" de acordo com a sociedade.

Quando finalmente iríamos começar a nos entender após os acontecimentos no meu escritório, ela se mete onde não deveria.

Ela realmente não faz o perfil de uma submissa, mas me atrai.

Depois da tarde no escritório, ela simplesmente não respondeu às minhas mensagens com seu desaforo habitual.

Perguntei a Michael como ela estava no caminho para casa. Ele me respondeu dizendo que ela não foi para casa.

Ele tinha certeza de que ela estava comigo na biblioteca. Mas isso era impossível, pois estava no escritório naquele horário.

Estava em Nova Iorque, ela não me respondia e a única opção que eu tinha era ligar para Liza e descobrir o que tinha acontecido.

Aline, Liza e Rafa estavam bem próximas. Imaginei que a aproximação delas seria muito útil quando decidisse apresentar meu mundo para a Garota.

Mas como sempre a curiosidade domina essa garota. Ela poderia só ir pra casa e confiar no que eu disse, mas ela precisa saber de tudo.

Confiança é o que eu mais preciso trabalhar com essa garota. Preciso que ela confie em mim, pra que talvez um dia possa fazer tudo o que desejo com ela.

O único problema é que por quatro dias fui um completo inútil. Com ela na minha cabeça não consegui acompanhar nenhuma das reuniões.

Queria tanto que ela não precisasse desse maldito tempo. Queria tanto poder voar de volta para Middleton, explicar cada pedaço dessa história e tentar fazê-la experimentar um pouco dessa vida.

Liza disse que depois de uma longa conversa a Garota ficou menos assustada, mas que jurou de pé junto que nunca mais voltaria para o clube.

Aline também decidiu contar que frequenta o clube, mas pelo que ela disse a Garota não quer nem falar sobre isso.

Nos quatro dias que estive longe, não trocamos mensagens, apenas alguns e-mails sobre trabalho. Só trabalho!

É muito chato não ter ela me xingando em outro idioma, me fuzilando com aqueles olhos brilhantes.

***

Minha volta para a cidade foi bem agitada.

O andar presidencial e administrativo estava em dedetização, então tive que trabalhar de casa e aproveitei para dar uma folga para o pessoal.

Eliza me ligou várias vezes para confirmar o jantar hoje à noite. E para minha surpresa ela chamou toda a família de Connor, incluindo minha Garota.

Minha casa está uma loucura por causa desse jantar. Abigail, minha governanta está para ficar louca.

- Saia desse escritório, agora! - Diz Eliza invadindo meu escritório em casa.

- Eliza, o jantar só começa daqui uma hora.

Eu sei que ela fica um pouco triste por não chamá-la de mãe, mas ela também entende meu lado e não força a barra.

- Você trabalhou a semana toda, inclusive no final de semana. Agora quero curtir meu filho um pouquinho.

Joseph aparece atrás dela com aquela cara de "ela não vai desistir tão cedo" e eu acabo me rendendo.

- Eu duvidei que minha mãe fosse conseguir te tirar do escritório. - Alex está sentada na sala de cinema.

- Pode ficar calada e colocar alguma coisa útil pra assistirmos.

- Você é tão grosso! Espero que Vitória não pegue esse seu jeito.

Não respondo sua provocação e pego minha irmãzinha no colo.

Vitória tem 7 meses. Ela foi abandonada na porta do batalhão do corpo de bombeiros da cidade, mas graças às mesmas pessoas que me salvaram ela está aqui.

- Vocês dois poderiam ficar quietos e colocar o jogo na tela? - Joseph e eu somos igualmente rabugentos.

Ele só costuma se derreter inteiro quando olha para Eliza. Eles são casados há uns 40 anos, o amor entre os dois é imenso. Acho que nunca terei algo como eles.

Joseph não pode ter filhos, ele sempre disse que essa foi uma notícia muito triste, para os dois. Mas quando bateram os olhos na gente, ele sabia que éramos filhos deles.

***

Estamos todos na sala quando os convidados chegam.

Minha Garota é a última a entrar. Ela usa um vestido azul marinho que realça seu tom de sua pele. Ela também usa um salto baixo, que com certeza não fará diferença nenhuma ao meu lado.

Ela parece meio quieta demais, talvez esteja nervosa. Eu também estou.

Todos nós comprimentamos e nos sentamos na sala para beber e conversar.

- Por que está tão quieta? - Digo me aproximando e entregando uma taça de vinho em suas mãos.

- Não estou quieta. Só estou observando.

Olho para seu rosto perfeito, sei que ela está mentindo. Tem algo de errado.

- Tem certeza que está apenas "observando"?

- Sim. Não tem nada de errado.

- Rafa, está se sentindo melhor? - Pergunta Eliza aparecendo do nada do meu lado.

- Estou bem, não precisa se preocupar.

- Se preocupar com o que? - Pergunto diretamente para a garota na minha frente.

Sabia que ela tinha algo a esconder.

- John não te contou da batida? - Eliza provavelmente pensava que eu já sabia, mas eu não sei do que ela está falando.

- Na verdade, nem tive tempo de falar com John. O que aconteceu?

- Rafa bateu o carro hoje mais cedo. - Diz Connor entrando na conversa.

Oi? Como assim?

Por que ela não falou nada sobre isso?

Pego seu braço e subo as escadas com seus protestos em forma de sussurros pra que ninguém além de mim escute.

- O que estava pensando? Você está ficando doido? - Diz soltando seu braço do meu aperto.

(...)

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