O Desejo Sombrio

Capítulo 6

Oliver Danvers

Ela se desvencilhou dos meus braços com rapidez. Ela com certeza é a mulher da janela. Ela parece mais nova do que eu imaginava.

Seus olhos castanhos parecem explorar todo o local. Ela entra na porta inferior do salão. Parece ser o banheiro. Porém minha visão é tampada.

- Danvers, quanto tempo. Faz tempo que não apareço no clube.

É Marcelo Hernandez. Um é dos sete sócios, antes frequente no clube. Após uma mudança no trabalho, que não sei qual é, ele precisou se mudar.

- Já que está na cidade deveria fazer uma visita. – Digo tentando me concentrar na conversa, porém a morena de olhos escuros não permite.

Ela está rodeando minha cabeça de um jeito estranho. Não entendo o motivo, mas não consigo parar de pensar no que conversamos, e no quão distorcida a cabeça dela é.

- Acho que vou passar lá amanhã. – Diz Hernandez me afastando dos meus devaneios.

- Te vejo lá. – Me despeço e vou trás do meu real alvo.

Ando 4 metros antes de ser interrompido novamente.

- Irmão, que bom que eu te encontrei. Meu braço não aguentava mais segurar a Vitória. – Alex me entrega minha irmã mais nova, sem minha autorização.

- Se não queria segurar ela por que pegou? – Pergunto brincando com a pequena Vi.

- Nossa mãe está literalmente na pista. – Ela aponta pra pista de dança onde toca "El Dorado" do Stellar.

Eliza e Joseph estão lá. São meus pais adotivos. Eles não são os únicos na pista. A morena também está lá. Junto com outra garota. Ela mexe e remexe os quadris ao ritmo da música, seu corpo está entregue na missão de tirar o brilho de todos da pista.

- Oli? Tá vivo? Estou falando com você há um tempão. Por que tá com a boca aberta assim? – Somente quando ela fala que eu percebo que estou babando pela pequena irmã do meu melhor amigo.

- Nada. Eu só não estou acreditando que o Joseph decidiu dançar também. – Ela faz uma expressão de animação, o que indica que ela vai falar pelas próximas horas.

***

Vitória acaba adormecendo no meu colo. Então decido levar ela pra casa, junto com Eliza e Joseph que estão um pouco bêbados.

***

Mais um dia no escritório que começou um caos. Minha diretora de fusões veio me encontrar com noticias da nova fusão com uma empresa da Espanha.

- Bom dia, Liza. Como anda as negociações? – Pergunto indicando um lugar para que ela sente.

- Um pouco mais complicado do que imaginamos. Mas nada que você não possa resolver.

- Estou pronto pra ouvir.

- Primeiro, antes de falarmos nisso você precisa contratar um novo diretor financeiro pra analisar isso aqui. – Ela me entrega um papel com diversos números e impressões.

- O que exatamente é isso? – Pergunto procurando algo de errado.

- Danvers, acho que tem alguém roubando sua empresa.

- Eu consigo analisar isso depois. – Falo com tranquilidade, pois não acredito que isso esteja acontecendo.

- Danvers, não dá pra analisar depois. Você precisa de um diretor financeiro! Agora!

- Ok. Irei pedir uma indicação para Connor e vou selecionar um essa semana.

***

Depois de duas horas analisando o maldito papel com as finanças consigo ver que está faltando algo, porém não sei onde.

Preciso de ajuda de um real analista financeiro. Quando comecei a empresa eu mesmo fazia isso, mas agora estou meio enferrujado.

Decido pegar os papeis e ir ate meu antigo diretor financeiro.

Entro no carro e sigo as ruas de Middleton até encontrar a casa de Connor.

Bato na porta e espero até que meu amigo me atenda. Mas quem me atende é ela. A morena, pequena e cacheada. Ela está usando um vestido preto, que se ajusta perfeitamente as curvas do seu corpo.

Meus braços se encaixariam perfeitamente na sua cintura, exatamente como ontem, porém com uma quantidade menor de roupas ou nenhuma.

- Connor! Seu amiginho está aqui. – Grita ela da porta.

Ela sinaliza para que eu entre. Assim que eu entro na sala ela some e Connor toma seu lugar.

- Está tudo bem? Você nunca aparece assim do nada. – Diz Connor com expressão séria.

- Preciso de ajuda com as finanças da empresa. Acho que estão me roubando. – O olhar do Connor parece mudar.

- Como assim, cara? Vem aqui, vamos resolver isso.

Depois de minutos ou horas ele chega à mesma conclusão que eu. Está faltando algo, mas não sabemos onde.

- Como vou descobrir isso se nem você sabe o que é? – Digo ficando com raiva.

- Acho que eu posso ajudar. – A pequena aparece de trás da porta.

- Rafaelly, você estava ouvindo atrás da porta? – Pergunta Connor com um esboço de um sorriso no rosto.

- Vocês querem ajuda ou não? – Pergunta entrando no escritório.

- Toda ajuda é aceita, mas preciso de um analista financeiro profissional. - Respondo enquanto analiso seus pés descalços caminharem pelo carpete.

– Se você conhecesse uma profissional em finanças, que se formou em primeiro lugar na faculdade, você estaria salvo. - Diz ela pegando os papeis da minha mão.

Ela se senta na cadeira ao meu lado e começa a falar alguns números em voz alta. Ela é a especialista em finanças? Quantos anos essa garota tem?

Eu sei que é mais de dezoito, mas é impossível que essa garota tenha uma formação tão avançada na idade que ela aparenta.

- E antes que que você pergunte, eu sou a especialista em finanças.

Depois de poucos minutos olhando os papeis e falando mais alguns números em voz alta ela diz:

- Realmente tem um rombo exorbitante nessas contas, mas eu precisaria de mais informações para rastrear de onde vem e qual seria o tamanho do prejuízo. - O profissionalismo no qual ela usa pra falar isso me deixa um pouco impressionado.

(...)

Olá!

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