Nos Braços De Um Mafioso- spin-off da série- mafiosos Impecáveis

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ITÁLIA- MINUTOS ANTES DO SEQUESTRO.

D A N T E

__ droga!__ praguejo, tentando lembrar onde enfiei a merda da chave do meu carro.

Geórgia foi na frente com as meninas, já que decidiram por unanimidade que um check-up perto dela dar a luz, era uma boa ideia.

E claro que não discordei, só não fui junto, porque queriam ir ao shopping antes, então fiquei resolvendo algumas coisas na nossa casa.

Frustrado pra caralho, passo a mão no cabelo e respiro fundo.

__ Graça!__ chamo e a governanta da casa aparece, uma senhora beirando os cinquenta anos, corpo esguio, cabelos loiros, o rosto já com marcas da idade, e os olhos verdes.

__ estou aqui senhor.__ me impressiona a pesar da idade, é que esta senhora é extremamente organizada e sabe onde as coisas estão, pelo amor de Dio, ela tem uma memória muito melhor do que a minha.

__ você viu as chaves do meu carro por aí?__ questiono intrigado e ela sorri.

__ claro senhor, estão dentro da gaveta da sua mesa.__ explica e abro a gaveta, me sentindo um idiota por estar apressado o suficiente para não ter tido tempo de verificar as gavetas.

__ obrigado Graça, e me desculpe, não havia procurado aqui, ando com a cabeça longe.__ falo e outro sorriso aparece em seus lábios.

__ não se preocupe, eu entendo como é estar ansioso por causa da gravidez e por outras questões.__ Diz e a sua voz me fez sorrir.

Lembrei do compromisso com a Geórgia, e segui para garagem, adentro no carro e aceno para Graça que retribuí o resto e passo pelos portões.

Durante o trajeto me pego pensando num fato inútil, nas mãos de quem a SALVATORE irá ficar, provavelmente sob o domínio do meu primo Seú... o Ethan faria piada desse nome, e isso me faz sorrir, olho pelo retrovisor, e abro os olhos, piscando atônito para ver se estou enxergando bem.

__ porra!__ praguejo, ao notar que estou sendo seguido por dois carros, piso no acelerador a adrenalina me fazendo suar.

Sigo por uma curva perigosa, mas que pode me livrar de um dos carros, acelero e os desgraçados também, passo pela curva e um sorriso satisfeito quase sairia dos meus lábios se não fosse pelo estrondo na traseira do meu carro, e então vejo a pista se afastando, e o meu veículo colidindo com o chão, girando várias vezes até que finalmente parasse, tento me mover mais estou de ponta a cabeças, solto um gemido de dor ao sentir o braço latejar, suspiro ao fitar o celular vibrando no teto do carro e o número da minha Geórgia brilhar na tela.

Engulo em seco, ao ver uma mão passar na minha frente e pegar o celular, sinto o cansaço constante bater em meu peito, e até pensei que estivesse ouvindo vozes  antes de tudo se tornar uma escuridão completa.

Galway - Irlanda- 11:25 da noite

Acordo assim que um líquido gelado entra em contato com minha pele, balanço a cabeça e pisco algumas vezes para me dar conta de onde estou.

No entanto a face do meu primo, já me indica minha localização.

__ sabe priminho, nunca achei que esse momento fosse chegar.__ pausa para repuxar os lábios e sorrir feito um psicopata maluco. __ pegá-lo desprevenido e sem proteção, é quase como ganhar na loteria.__ se gaba e se não fosse pelo cansaço em meu corpo, eu facilmente reviraria os olhos.

__ p-p-por que me trouxe de volta?

__ pelo seu cargo.

__ que se foda! Isso ... já ... deveria ... estar resolvido.__ falo fazendo uma pausa em cada palavra para respirar.

E  o sorriso do idiota só aumenta.

__ era o que eu achava, e eu nem queria matar você, tão pouco criar uma rusga com a Cosa Nostra... mas o maldito conselho, não me aceita como sucessor do seu papai, porque você ainda continua vivo.__ ralha, e suspiro.

__ então, preciso me livrar do problema que tenho, para então, poder suceder o meu amado titio.__ termina a sua maldita explicação.

__ você... não pode me m-m-matar... falaremos com o conselho, eu nunca ... quis... esse cargo ... eu... nós, pode-mos, conseguir convencê-los.__ argumento, mas o olhar brilhante que tinha em sua face, me mostra que ele não se sente nada incomodado em ter que me matar.

__ desculpe primo, não é nada pessoal... sou só um homem com sede de poder, passando por cima de quem pode, para alcançar seu objetivo, o topo... é claro, mas não se preocupe, não iremos desperdiçar uma gota do seu sangue.__ fala e o encaro confuso.

__ do... que... está... falando?__ pergunto e solto uma respiração profunda.

Porra! Estou malditamente fodido.

E ainda achei que não achar as minhas chaves era algo ruim.

Sua risada desdenhosa, me faz erguer os olhos para prestar atenção no que tem a falar.

__ não pense muito, dentro de alguns minutos, vamos ceifar a sua vida, uma morte digna de um príncipe, faremos o ritual de posse, onde o sucessor bebe o sangue do antecessor, para que o seu mandato como chefe seja glorioso.

Mas que diabos mais o meu pai escondia de mim? Eu não fazia ideia dessa merda.

__ você... só pode ter ficado louco.__ falo conseguindo manter a respiração normal.

__ louco? Só estou cumprindo as regras bobinho... prometo como um primo que sente alguma afeição por você, que te darei um enterro digno...só não garanto de corpo inteiro.__ fala e sua risada alta ecoa pelo cômodo em que estamos, ele ri feito um louco e os seus seguidores fazem o mesmo.

Eles entram em uma conversa que não consigo ouvir o assunto, mas dois homens se aproximam, um segura meus braços e outro minhas pernas, me carregam até um altar de mármore e me prendem ali.

Olho para Seú, e ele está empunhando um punhal muito parecido como o que é usado para realizar o ritual de iniciação.

Ele fará a sua própria iniciação, mas não é o seu sangue que pretende tirar e sim o meu.

Ele se aproxima em passos lentos, mas mesmo assim, não me intimido, se a morte é o meu destino, morrerei como a porra de um homem com horna.

Seú faz um breve discurso sobre as responsabilidades que a máfia exige e promete para os seus seguidores tão lunáticos quanto ele, que fará o seu melhor,  e ainda afirma que a Cosa Nostra irá cair diante da Salvatore, que agora se chamará, Halen em homenagem a sua avó.

O idiota não possui criatividade nem para batizar uma máfia.

Respiro fundo e encaro os olhos frios e distantes do meu primo, enquanto ele ergue o punhal, e fecho os olhos, pensando em como morrerei rápido e não terei o prazer de conhecer a minha filha e tão pouco beijar o seu lindo rosto e dizer a mãe dela, o quão orgulhoso eu estou pelas duas.

***
Pobe📢🥺