Capítulo 3

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"E se você me pedir, eu vou te dar
um lindo passarinho, eu vou te dar
o mundo, vou te comprar um anel
de diamantes, vou cantar pra você,
Farei qualquer coisa pra te ver
sorrir, e se o passarinho não cantar,
e o diamante não brilhar, vou quebrar
o pescoço desse passarinho, vou voltar
naquela joalheiro e fazer ele engolir
cada quilate, não duvide do papai."

                                 ANNE GREY

DIAS PASSADOS

Anne- eu quero a mamãe, papai.. — digo, chorando. — ela nunca mais vai voltar.

Derek- não se preocupe, querida, o papai tá aqui. — meu pai me pega no colo, me balançando de um lado para o outro. — a mamãe vai ficar bem.

Anne- não diz mentirinhas. — digo, e ele passa a mão no meu cabelo, fazendo uma leve carícia e subindo comigo para o quarto. — eu quero minha mamãe..

Derek- eu prometo, a mamãe vai ficar bem. — ele me colocar deitada na cama, e se deitar ao meu lado. — vou ficar aqui até você dormir, eu não vou sair do seu lado, filha.

Anne- cadê o Raphael? — pergunto, limpando as lágrimas que caiam. — eu quero ficar com vocês dois.

Derek- Logo logo ele chega, princesa. — meu pai deposita um beijo no topo da minha cabeça e me cobre com o cobertor. — quer que eu leia uma historinha pra você?

Anne- eu só quero a mamãe, papai.. — digo e agarro meu pai, abraçando sua cintura, deixando as lágrimas descerem. — trás a mamãe de volta pra mim.

Derek- vai tudo tudo bem, princesa. — meu pai diz, e volta a fazer carinho no topo da minha cabeça, deixo as lágrimas descerem. — tá tudo bem, papai tá aqui.

DIAS ATUAIS

Sinto algo me remexe, me levanto, sentindo minha cabeça doer, lágrimas brotarem em meus olhos, pela lembrança, eu me lembro desse dia como se fosse ontem, como minha vida virou de cabeça pra baixo dá noite pro dia.

Olho para o lado, vendo Sarah, me olhar preocupada, passo a mão no rosto, limpando as lágrimas e tentando espantar as lembranças.

Ainda estamos no terceiro horário, é tudo que quero, e correr daqui, sumir dessa sala e não voltar tão cedo.

Eu não consigo.

Sarah- Está tudo bem? — a mesma diz, colocando sua mão sobre meu ombro. — amiga, o que houve?

Anne- tá tudo bem. — minto.

Professora- senhorita Grey, poderia ler seu texto para turma? — A professora diz, olho para a mesma, negando com os olhos e assentindo com a cabeça, com o coração acelerado, pois, nunca li nada assim pra ninguém, Além dos meus pais.

Anne- A vida nós ensina muita coisa, ela na verdade é um constante aprendizado, aonde aprendemos, erramos, acertamos, e erramos novamente. Nunca entendi o verdadeiro significado da vida, nunca entendi o por que tudo acontece da forma que acontece, é e bem aí que uma frase martela na minha cabeça, o que seria de um soldado sem suas guerras? Nunca tinha entendido o sentido dessa frase, até que com 5 anos, perdi a pessoa que mais amava em toda minha vida. A dor, ela foi maior do que eu poderia admitir, foi um turbilhão de sentimentos. Então, foi ali que, olhei a frase do soldado e ela foi compreendida do jeito que a vida me ensinou, o que seria dele sem suas guerras? Uma pessoa sem traumas, séria uma maravilha! Se não fosse a maior mentira de todas, todos carregam traumas. Dizem que a passagem do tempo cura todas as feridas, mas quanto maior a perda, mais fundo e o corte. E mais difícil é o processo pra ficar bem de novo. A dor pode passar. Mas as cicatrizes servem como lembrete do nosso sofrimento. E deixam a pessoa decidida, a nunca mais ser ferida. Uma coisa que eu aprendi, com o tempo, é que a vida vai ser boa e linda, mais não sem um coração partido, com a morte vem a paz e a dor e o preço de quem vive. Como o amor é assim que sabemos que estamos vivos.

SEMPRE É PARA SEMPRE MEU ETERNO AMOR. Onde histórias criam vida. Descubra agora