Capítulo 45

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"Eu estou tão consumida com
a minha própria mente, não
somos jovens demais para isso?
Sinto que não consigo me mover."

ANNE GREY

DIAS PASSADOS

John- Anne! — levantei meu olhar, olhando para meu pai e meus padrinhos, que estavam logo atrás de John. — preciso que seja forte agora, tudo bem? — meu coração batia forte dentro do peito, tão forte, que ouvia perfeitamente meus batimentos.

Lexie- Essa e a terapeuta.. — lágrimas desciam pelo meu rosto, queimando meus olhos, as limpei rapidamente, para que ninguém percebesse. — ela vai te ajudar a superar o trauma, pode confiar nela, pequena.

Mark- Olha pra mim, você está segura aqui. — meu padrinho sorriu, se aproximando, dei passos para trás, me afastando do mesmo.

Amanda- me deixem sozinha com ela! — permaneci parada, apenas encarando todos que se olhavam em silêncio. — John, eu sei o que eu estou fazendo, me deixe sozinha com ela!

Vejo meus padrinhos saírem da sala em silêncio, meio receosos, vejo que estão com medo, medo do que vai acontecer comigo, eu também estou com medo, não consigo confiar na minha própria sombra, eu não consigo mais sentir confiança nas pessoas, eu tenho medo das pessoas, tenho medo que me toquem, tenho medo até mesmo das pessoas vindo falar comigo, é isso me assusta, pra caralho.
meu pai me olhava, hesitante, vi o medo em seu olhar, o medo em seu olhar era tão notável, sinto calafrios passar por mim, meus olhos ardendo e as lágrimas querendo descer.

Amanda- Confiem em mim, eu sei o que eu estou fazendo! — ela disse, soltei o ar que nem imaginava que estava prendendo. — eu vou ajudar e proteger ela!

Eu devia confia nela? Ela iria me ajudar e me "proteger" como estava prometendo?

A pergunta martela em minha cabeça, um medo voltar a tomar conta de mim, olho para meu pai, que olhava para mim, enquanto recebia o olhar de repreensão da moça a minha frente, tento sorrir, mas sinto quando pareço engolir em seco, meus olhos se fixam ao seus e tento formular alguma frase, mas meu corpo está congelado, e as palavras parecem ter desaparecido do meu vocabulário.

Meu pai continuar me olhando, em silêncio, seu olhar vai de encontro a moça a minha frente e aproveito para subir a mão até meu peito, onde massageio com calma e dificuldade.

Meu pai sai, lentamente, apertando suas mãos em punhos, continuo com a respiração ofegante, fecho meus olhos, incapaz de abri-los, sinto a dificuldade de abrir os olhos e as pontadas intensas na lateral da minha cabeça.

Amanda- Olhe para mim, eu vou ajudar você, irei te proteger, ninguém vai colocar as mãos em você, apenas olhe para mim, sou uma amiga! — ela pediu, permaneci imóvel. — está tudo bem, você sabe que não é obrigada a falar nada, não é?

Continuei de olhos fechados.

Amanda- Estou aqui pra ajudá-la, aqui nada do que você irá falar, irá sair daqui, seremos como duas melhores amigas, guardando segredos uma da outra, o que você acha?

Anne- O que você tá falando?

Amanda- Anne.. — me olhou, parecendo surpresa. — isso já é um começo, fiquei sabendo que você não tava conseguindo falar.

Anne- Me responda, de onde tirou que pode me ajudar?

Amanda- Sou capaz de ajudar você, apenas preciso que você fale.

SEMPRE É PARA SEMPRE MEU ETERNO AMOR. Onde histórias criam vida. Descubra agora