Capítulo 33

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Tem sido um longo dia, sem você
meu irmão, e lhe direi tudo quando
vê-lo novamente, fizemos um
longo caminho, desde onde
começamos, lhe direi tudo quando
vê-lo novamente, quando vê-lo
novamente.

                                ANNE GREY

DIAS PASSADOS

Anne- para de correr, eu não tenho pernas longas igual a você! — grito para meu irmão que finalmente para e começar a encarar o mar, paro em seu lado e olho pra o mar e depois para ele, um pouco confusa e ele sorri.

Raphael- Você reclama muito. — Rapha diz e dou um tapinha fraco em seu braço e ele rir se jogando na areia e me sento ao seu lado.

Anne- eu tô com medo.. — digo e mordo o lábio inferior. — faz pouco tempo que perdemos a mamãe, eu não quero perder você, não igual eu perdi a mamãe.

Raphael- e quem disse que você vai me perder?  _ ele diz e engulo o nó que se formou em minha garganta tentando não deixar as lágrimas caírem. — pequena monstrinha, você não vai se livrar de mim.

Anne- Eu não iria aguentar perder você.. — Digo e ele se vira para mim e deixo as lágrimas caírem. — eu tô assustada, faz nem dois meses que a mamãe morreu, e se isso acontecer com você?

Raphael- eu estarei aqui até quando você for uma velinha rabugenta. — ele diz limpando minhas lágrimas e sorrio.

Anne- promete que vai me deixar morrer primeiro? — pergunto e ele me dá um tapinha bem fraco.

Raphael- para de falar essas coisas. — ele diz e volta a encara o mar, me deito em seu colo e ele começar a fazer um leve carinho em mim.

Anne- se um dia eu perder você, todos vão me perder também. — disse e Rapha apenas continuo em silêncio, fazendo carinho em mim.

Raphael- você é muito inteligente para alguém da sua idade. — arqueio as sobrancelhas. — essa é a minha monstrinha.

DIAS ATUAIS

Quando um espelho se quebra em milhões de pedaços, as vezes você pode tentar até juntar os cacos para tenta concerta-lo, mas ele nunca será como era antes. Ele nunca será o que um dia ele foi.

Caminhei até a parte dos Grey's, e me agachei, sentindo as lágrimas tomarem conta dos meus olhos,
Dei um suspiro ao ver sua lápide, passei a mão por ela vendo seu nome, — Raphael Grey, filho, irmão, melhor amigo.

Eu perdi meu melhor amigo, a pessoa mais importante da minha vida, e é tudo minha culpa. Sinto falta do seu abraço, da sua voz, que temo um dia esquecer. A saudade é um caminho sem solução. As preocupações tomaram conta da minha cabeça onde antes havia alegria, agora só tem tristeza. Será que essa saudade tem cura? Esse vazio tem solução?

Anne- acho que eu planejava sentar um pouco.. — digo, sentindo meus olhos marejarem. — falar sobre os velhos tempos, e dizer que, desde que você se foi, não teve um único dia em que eu não pensei em você. Uma vez eu disse que.. se eu perdesse você, todos iriam me perder, e eu não menti. Eu me sinto tão perdida sem você aqui, uma parte de mim morreu junto com você.

Me ajoelho e deixo as lágrimas caírem, quando percebo estou chorando feito criança, tapei a boca com a mão para abafar o barulho do choro, você morreu a dois anos e meio atrás, e desde então, eu não sei mais o que é viver.

Me sento ao lado de sua lápide e encosto a cabeça nela, não tem um dia no qual não sinto sua falta, sinto falta de cada pequeno momento com ele. De como me sentia acolhida, de como me abraçava nos dias chuvosos por eu ter medo de trovão, de como me protegia das baratas, de como me amava.

SEMPRE É PARA SEMPRE MEU ETERNO AMOR. Onde histórias criam vida. Descubra agora