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LENORA NÃO SE VIA PREOCUPADA COM Soluço desde que eram crianças e ela esmagou os repolhos de Bolor com uma carroça, Soluço levou a culpa para protegê-la e a garota temeu pelo castigo que o velho ranzinza sugeriu para Stoico.
Naquele dia os dois adolescentes estavam tensos, e tornava o ar difícil de ser respirado. A garota nem conseguiu pregar os olhos a noite toda e Sigrid se assustou com o estado que a filha acordou. A mulher passou a manhã toda penteando e trançando os cabelos rebeldes de Lenora, a garota gemia de dor a cada puxão, mas era ignorada. Hoje Soluço deveria matar o Pesadelo Monstruoso e provar para toda a aldeia que era um viking de verdade (coisa que ele não faria). Lenora ficou pensando no plano que Soluço teria bolado, provavelmente seria algo maluco e perigoso...
Lenora não poderia retroceder e voltar a ser aquela garota que sonhava em matar um dragão. A noite anterior mudou todas as suas perspectivas sobre aquelas criaturas. Soluço e Banguela a ajudaram a voar para fora de toda aquela bolha viking de que os dragões eram os inimigos. Sua cabeça só faltava rachar com a discussão interna que seu cérebro e coração travavam... parte disso derivava do impulso que ela teve em beijar a bochecha de Soluço.
Muita coisa mudou da noite para o dia, ela viu um Fúria da Noite pela primeira vez, voou em um dragão, encontrou o Ninho dos Dragões, descobriu a existência de uma rainha e beijou um garoto.
