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υм ℓί∂єя ρяοτєgє οѕ ѕєυѕ

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υм ℓί∂єя ρяοτєgє οѕ ѕєυѕ

SEM FÔLEGO. SILÊNCIO.

Era assim que Lenora poderia descrever. Como se alguém tivesse arrancado o som e a voz dela e esmagado bem diante de seus olhos, ela não conseguia falar, não conseguia fazer um som – ela se sentia afundada em águas profundas e sufocantes, incapaz de se mover ou fazer qualquer coisa além de encarar enquanto tudo lentamente começava a se dar conta do que tinha acontecido.

Os outros vacilaram em sua fuga ao lado dela, com os olhares caindo; as mãos de Cabeça Quente voaram para sua boca, os olhos já cheios de lágrimas enquanto seu irmão se agarrava ao próprio cabelo – eles estavam esperando que Stoico se movesse; fizesse alguma coisa... se levantasse, tirasse o gelo dos ombros, consertasse seu capacete e declarasse: é preciso mais do que um pouco de fogo para me matar!

Mas ele não o fez.

Ele estava imóvel – imóvel de um jeito que fez o peito de Lenora ficar vazio.

━ Não...━  sussurrou Astrid, com as bochechas mais pálidas que a neve ao redor delas.

O filho de Stoico foi jogado a alguns passos de distância, atordoado e machucado. Ele se apoiou nos cotovelos, tentando se recompor – ele olhou e viu seu pai; e Banguela, cuja boca estava escancarada em fumaça pesada, ainda brilhando com azul. Ele não parecia o Banguela que eles conheciam. Ele parecia... ele parecia selvagem e perigoso – o Fúria da Noite que eles foram instruídos a temer antes de encontrá-lo.

Os olhos de Soluço se arregalaram. ━ N–Não,━  sua voz ficou presa no fundo da garganta. Ele se levantou, tropeçando e cambaleando em direção ao corpo imóvel do pai. Ele empurrou os cacos de gelo para longe dele. Ele puxou seus braços. Ele puxou, tentando virá-lo. ━ Pai!━  ele gritou, apenas para cair para trás – ele não conseguia puxar o peso da massa de Stoico. ━ Pai!

A garganta de Lenora começou a doer – implorando por ar, mas ela não conseguia dar nenhum. Seu suspiro estava preso, preso nesse silêncio horrível – forçada a assistir Soluço agarrar as mãos em volta dos braços enormes do pai e não conseguir puxá-lo, ficando mais e mais desesperado a cada tentativa.

Valka derrapou até parar no gelo, e todo o seu corpo caiu como uma flor murcha. ━ Stoico…

Ela o ajudou e eles finalmente tiraram o gelo e puxaram o chefe para deitar de costas. A garganta de Lenora ficou tão dolorida que parecia que ela estava tentando engolir uma pedra inteira. Seus olhos estavam embaçados com lágrimas que se aproximavam, e ainda assim ela esperou por uma resposta – ainda havia alguma esperança quando Soluço se inclinou sobre Stoico, as mãos tremendo quando ele não viu nenhum movimento em seu rosto. ━ P–pai?

LENORA┃Soluço Haddock Onde histórias criam vida. Descubra agora