(40) In between the cross and the sword

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Jungkook me levou para uma outra cela e cuidou dos meus machucados, nela haviam remédios e pomadas, julgo dizer que era a cela do casal Namjin, apelido que acabei batizando eles, pois igualmente a nossa, havia duas camas de solteiro coladas, tornando-se assim uma cama de casal.

- Aí! - Reclamei quando o moreno esfregou a pomada no canto da minha boca, onde havia um pequeno corte.

- Desculpe meu anjo, só aqui uns dias irá parar de doer - Jungkook me consolou.

Aproveite que ele estava em minha frente e comecei a observa-lo, as sobrancelha estavam franzidas em preocupação, mas ele mantinha um pequeno bico nos lábios, demonstrado um pouco de raiva, por último olhei em seus olhos, diferente de quando entrei aqui, que estavam opacos e mórbidos, hoje estão com um brilho inexplicável. As lembranças do que vi naquela caixa voltam, me fazendo questionar mais uma vez, o que você fez?

- Está me olhando de mais - Comentou o moreno.

- É que você é bonito - Não mentiu, apenas não contou o que estava pensando.

Jeon desviou o olhar, mas pude perceber o seu revirar de olhos, junto com um sorrisinho.

- Me conte o que aconteceu lá - Pediu, agora passando outra pomada em minha mandíbula.

- Acordei e resolvi ir em nossa cela, pouco tempo depois os três patetas chegaram e começaram com a velha ladainha de vilão de drama mexicano, "por sua culpa meu irmão morreu, vou tirar esse sorriso do seu rosto, o Jeon vai me pagar e blablabla" - Contei fazendo careta pela dor.

- Está todo surrado e ainda faz piada? - Perguntou ele, como se me desse uma bronca.

- É o meu jeitinho de levar a vida - Respondi sorrindo.

Jungkook não resistiu e acabou rindo, negando com a cabeça logo em seguida. Ficamos em silêncio logo em seguida, apenas observei seus movimentos enquanto cuidava de mim, meu inconsciente me levou a aquele dia em que Dong me espancou, e que logo depois o Jeon cuidou dos meus machucados, como está fazendo agora.

Talvez eu tenha muita sorte de ter ele comigo, espero que seja sorte mesmo e não azar...

- O que é o porão? - Resolvi perguntar.

- É uma antiga solitária desativada, fica em uma parte isolada da prisão, quando precisamos resolver algo vamos pra lá - Respondeu sem rodeios.

- E com "resolver algo", você quer dizer adiantar a ido para o céu de alguém - Falei, olhando um sorriso maldoso surgi em seus lábios.

- Ou para o inferno - Comentou. - Se algum daqueles idiotas tiver sobrevivido, irei fazer questão de eu mesmo matá-lo! - Exclamou irritado.

Jungkook se calou logo em seguida, percebi que ele estava extremamente furioso, mas continuava delicado ao cuidar de mim.

- Jeon - Jackson chegou na porta da cela, com uma expressão seria em seu rosto.

- Diga - Respondeu o moreno em minha frente

- Um deles está vivo - Revelou seu motivo de estar ali.

- Não por muito tempo - Respondeu Jungkook, se levantando da cama, ele já havia terminado de me ajudar.

Jackson então saiu, nós deixando a sós. Jungkook se virou para mim e se abaixou um pouco, apenas o suficiente para beijar meu lábios, foi um simples selinho de despedida.

- Volto logo, meu amor - Disse, antes de sumir daquele cubículo.

Assim que me certifiquei que estava sozinho, me levantei da cama e alonguei um pouco os músculos, que estavam totalmente doloridos e ponho-me a sair da cela, andando por aquele corredor. Algo estava tirando o pouco sossego que tenho, deixei aquela caixa do Jungkook embaixo da cama, e se ele ver vai descobrir que fucei em suas coisas, e eu realmente não quero brigar com ele, mas ao mesmo tempo quero saber a verdade.

Logo cheguei em nossa cela, agora ela estava totalmente limpa, sem sinal de sangue ou corpos sem vida, me surpreendi com a velocidade que resolveram as coisas. Andei apressado até a cama, me abaixei e olhei em baixo, minha respiração falhou e meu coração deu um coice em meu peito, não estava lá, mas como?!

- Procurando uma caixa por acaso? - Uma voz me perguntou.

O susto foi tanto, que bati minha cabeça no ferro da cama, com a mão massageando a nuca eu me ergui de pé.

- Isso mesmo - Respondi olhando para o homem parado na porta.

- Você nem disfarça - Comentou Jin negando com a cabeça.

- Mentir pra você não é uma boa opção - Dei de ombros.

- Que bom que sabe disso - Sorriu, mas logo desfez, dando lugar a uma feição séria e ouso dizer, um pouco irritada. - Para sua sorte foi eu que fiquei encarregado da limpeza, qualquer outro teria te dedurado para o Jeon - Disse de braços cruzados.

- E por que não dedurou? - Perguntei com uma sobrancelha arqueada.

- De um jeito ou de outro você vai acabar descobrindo o motivo de Jeon estar aqui, e por que Hoseok o odeia tanto, então estará no meio de uma guerra, entre a cruz e a espada, se eu contasse o que você fez só iria ser motivo para uma briga, e sinceramente eu não quero estar no meio dessa guerra - Voltou a sorrir de lado.

- O que você fez com a caixa? - Resolvi ignorar sua fala, percebi que fazer perguntas sobre esse assunto nunca me gera respostas.

- A coloquei de volta em seu lugar, e também coloquei o canivete junto com as outras facas - Respondeu.

Por um momento havia me esquecido do canivete, mas bem, não era um objeto importante mesmo.

- Estou confuso - Confessei ao me sentar na cama.

- Eu sei que está, é uma história confusa mesmo, se quer um conselho... se ainda quiser continuar sendo amigo do Hoseok e ficar com o Jeon, esqueça isso, ou então terá que escolher um lado - Dito isso, Seok saiu da cela, me deixando sozinho.

Me deitei na cama e fechei meus olhos. Meu Deus, o que faço?














Hey Mochis💜

Aproveitem a leitura.

In the penitentiaryOnde histórias criam vida. Descubra agora