Por mais que eu sentisse falta de estar rodeada de computadores; trabalhar como assistente estava mostrando-se bastante fácil. E trabalhar para Oliver Queen era ainda mais mamão com açúcar.
Tudo porque eu não tinha que encará-lo por mais que cinco minutos em semanas alternadas. Logo nos primeiros dias, notei o padrão: ele aparecia, (geralmente acompanhado de alguma modelo que eu desconfiava ser diferente da semana anterior), olhava seus "compromissos" (haviam vários mas ele não comparecia à metade) e logo depois saía. E era isso, eu não tinha tempo nem de buscar um café e ele já tinha evaporado.
Não que eu estivesse reclamando, longe disso, eu ficava era muito feliz por saber que só o veria dali a alguns dias por mais uns míseros minutos.
Claro que eu desaprovava seu comportamento desleixado com a empresa da família, mas para mim, ele poderia ir se catar na China que eu não daria a mínima, contanto que eu continuasse com meu emprego, tudo bem.
Depois de perceber como as coisas funcionariam por ali, resolvi pedir à Sara que me passasse coisas para fazer, pois é claro que eu não conseguiria ficar o dia inteiro jogando paciência...
Comecei a ajudá-la com projetos dos quais ela tinha que tomar conta, desde contratos de fusão até os de admissão e demissão. Parecia que ela fazia tudo por ali, e eu me surpreendi com todas as suas tarefas e em como ela era competente em cumpri-las no tempo certo.
Era o que eu estava fazendo neste dia. Sara e eu estávamos arquivando papéis de contratos antigos na sala de arquivos – que era especialmente destinada para aqueles documentos –, ao lado da sala de reuniões.
– Por que há tão poucas pessoas para todo esse trabalho? – perguntei-lhe.
Ela riu.
– Pergunte ao seu chefe.
Encarei-a com uma expressão confusa.
– É difícil contratar tantas garotas ao mesmo passo que você tem que demitir o dobro delas. – explicou ela.
– Por que? Ele é tão chato que demite todo mundo quando está de tpm? – perguntei em tom de brincadeira.
– Não. Ele transa com tantas funcionárias que eu não venço contratá-las e demiti-las.
Minhas sobrancelhas arquearam-se em espanto.
– Uau.
– Pois é. A primeira garota que eu contratei para ser sua assistente foi o recorde. Dez minutos depois que ela saiu daqui, ele já tinha feito o serviço dentro da sala do zelador.
– Meu Deus, qual o problema dele?
– Para falar a verdade, acho que o problema é o Senhor Queen, o pai – Sara diz – acho que ele já deveria ter desistido de querer colocar um pouco de responsabilidade no filho. Oliver não gosta de ordens e ele não dá a mínima para a Companhia, como você já deve ter notado.
– E por quê ele continua vindo para a empresa uma semana sim outra não se ele claramente não está nem aí pra isso?
– Porque se ele não vier, será adeus dinheiro do papai, adeus festas extravagantes e modelos de capa de revista. Ele pode não dar a mínima para as Indústrias Queen, mas ele se importa bastante com o dinheiro que ela coloca em seu bolso.
– Que hipócrita. – comentei enquanto guardava mais uma caixa de arquivos no lugar. – Sabe, eu nunca achei que esses bilionários podiam ser tão egoístas como todo mundo diz, mas acho que estou começando a perceber que eles são mesmo.
Senti um pigarrear interromper nossa conversa, e uma voz gélida chamou por mim.
– Senhorita Smoak? Poderia vir até a minha sala, por favor?
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Trapaça
FanfictionFelicity Smoak tem todo o futuro planejado: conseguir um bom emprego em uma grande empresa, ter uma carreira de sucesso e uma vida estável. Nada que inclua um relacionamento amoroso complicado, perigoso e ardente. Mas o destino tem seus próprios pla...