A Proposta

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 Diggle e eu estávamos encarando Oliver sem entender direito sobre o quê ele estava falando. Bem, ao menos eu não entendia.

– Ajuda no quê, especificamente? – pergunto à ele.

– Ajuda na investigação que eu estou fazendo. – respondeu ele depois de um suspiro – Eu sei, eu vou explicar tudo. – acrescentou quando viu que Diggle e eu não estávamos acompanhando.

– Oliver, você não pode querer bancar o justiceiro. A polícia está investigando, deixe que eles façam o que são pagos para fazer.

– Mesmo? E o que eles descobriram até agora? – Oliver inquiriu, cético. – Eu não tenho tempo para esperar que eles procurem as peças de um quebra-cabeças que eu já comecei a montar!

– Talvez se você entregasse essas suas peças para eles...

– Por favor, Diggle! – gritou Oliver.

– Gente, por favor, vamos nos acalmar. – falei, desta vez eu é que estava mediando a situação.

Ambos me encararam. Diggle pareceu aceitar a ideia mais rapidamente, Oliver ainda parecia exaltado.

– Talvez envolver vocês tenha sido uma má ideia. – comentou ele com a voz mais calma enquanto passava a mão pelo cabelo.

– Não acho que tenha sido uma má ideia. – comentei.

Novamente os dois me encararam.

– O que? – falei, olhando para a expressão acusatória de Diggle. – É o que eu acho. – dei de ombros – Além do mais, nós ainda não sabemos se é tão ruim assim.

Diggle suspirou, foi em direção à um dos sofás perto da parede de vidro que mostrava uma Starling City minúscula lá embaixo, e sentou-se.

– Certo. Fale sobre a sua "investigação". – falou ele, fazendo aspas no ar.

Oliver apenas o encarou por alguns segundos, o olhar gélido totalmente direcionado ao seu motorista.

Eu não sabia a quanto tempo eles se conheciam, mas claramente era tempo o suficiente para Diggle não temer o gênio explosivo de Oliver.

– Ainda há muita coisa que eu também não sei, não tive tempo de confirmar a maioria das minhas teorias por causa do atentado, mas em resumo, alguém de dentro das Indústrias Queen está desviando milhões dos caixas da empresa, e isso vem acontecendo há pelo menos 5 anos.

– Os relatórios... – comento em voz alta, Oliver confirma com a cabeça.

– Sim. Eu comecei por ali, era só uma investigação simples, algo para acalmar as minha dúvidas, mas acho que depois daquele jantar beneficente, tenho certeza de que apenas encontrei o fio da meada. Eu estava prestes à descobrir mais sobre uma pequena empresa que eu desconfio ser fachada para a lavagem do dinheiro, quando o atentado aconteceu, e agora parece que a empresa desapareceu, como se nunca tivesse existido.

– Então essa sua investigação começou por curiosidade? Do nada você resolveu conferir os registros financeiros da empresa?

Oliver parecia relutante com a inquisição de Diggle.

– Não. – falou ele, a expressão dura – Meu pai me alertou sobre algumas coisas.

O silêncio na sala pareceu desconfortável para todos.

– Então aqueles papéis que você me pediu para pegar aqui na semana passada...

– Foi tudo o que eu consegui reunir sobre o assunto. – Oliver completou.

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