Segredos

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 A lápide de pedra parecia estranha com aquele nome nela. O sobrenome Queen tinha um peso tão grande e passava uma mensagem de poder tão alto por Starling City, que era estranho vê-lo gravado em uma pedra para demarcar o lugar onde um membro da família descansava em paz.

Eu observava Thea enquanto ela colocava um pequeno vaso de flores na frente da lápide. Ela permaneceu ali por alguns instantes e então se levantou e veio em minha direção. Seus olhos estavam inchados e seu nariz estava vermelho por conta do choro. O que era totalmente compreensível tendo em vista tudo pelo que ela passou nas últimas semanas.

– Obrigada por ter vindo me acompanhar, Felicity. – ela disse com um sorriso amável.

– Não há problema algum. – respondi, esperei que ela se recompusesse e então perguntei: – Podemos ir?

Thea concordou com a cabeça.

Demos meia volta e fomos em direção à Diggle, que estava nos esperando ao lado do Mercedes.

Entramos no carro e seguimos em direção ao centro da cidade.

Não posso dizer que foi fácil entrar no Starling General Hospital com a quantia de repórteres, fotógrafos e câmeras que estavam postados ali. Os seguranças fizeram o possível para manter a barreira, mas era sufocante ser levada pela massa de pessoas chovendo perguntas insensíveis para Thea. Foi Diggle quem conseguiu controlar melhor a situação e nos salvou de sermos esmagadas por todos que estavam na entrada do prédio.

Seguimos para o 4º andar, as enfermeiras já estavam acostumadas com nossos rostos, assim como nós estávamos familiarizadas com o procedimento: passar pelos repórteres, sobreviver, entrar no prédio, pegar o elevador até o 4º andar, pegar o corredor à direita, quarto 320.

Thea abriu a porta já com um sorriso no rosto, a face desamparada que ela tinha no cemitério havia sumido.

Eu estava planejando ficar ali fora com Diggle, mas Thea me puxou pelo braço enquanto ordenava que John entrasse conosco.

Então entramos os três, Moira já estava lá, discutindo enquanto tentava convencer o paciente cabeça-dura à sair dali na cadeira de rodas.

– Eu levei um tiro, não quebrei as pernas. – Oliver falou, meio resmungão, mas então ele nos viu entrando e sorriu.

– Claramente ele está perfeito outra vez, já está reclamando como se tivesse 10 anos. – Thea falou enquanto dava um beijo em Oliver.

– Hey, Speedy. – Oliver falou, abraçando-a. – Onde estava? Pensei que não viria na minha festinha de despedida do Hospital.

Thea riu.

– Aproveitei que Felicity foi me buscar, e a arrastei para o cemitério. – disse ela em um tom leve, mas então baixou a voz e explicou – Fui visitar o túmulo do papai.

Oliver assentiu, era claro em seu rosto que ele ainda não conseguia falar da morte do pai.

– Obrigado. – Oliver falou para Diggle e para mim.

– Sério, Ollie, acho que você deveria dar um bom aumento para estes dois.

Todos riram, inclusive Moira, que permanecia calada.

– Parece que as Indústrias Queen não precisam mais se preocupar, o presidente deles é o Homem de Aço. – comenta uma voz da entrada do quarto.

Todos dirigem o olhar para o novo membro do grupo.

– Desculpe interromper, a porta estava entreaberta. – Tommy falou, parecia levemente envergonhado por ter a atenção de todos.

– Imagine, não é incômodo algum, Tommy. – Moira falou.

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