No Escuro

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– Onde está? – perguntei para a secretária, que parecia confusa – O senhor Queen deveria estar aqui. – expliquei.

– O senhor Merlyn e o senhor Queen saíram juntos, agora a pouco...

Não esperei para ouvir mais do que a mulher falava, apenas fiz o caminho de volta, em direção aos elevadores. Quando as portas se abriram, encontrei um Diggle sem fôlego e nervoso.

– Você está bem? – perguntou ele, checando-me com os olhos – O que houve? A comunicação ficou muda de repente, pensei que tinha acontecido o pior.

– Comigo não. – falei – Mas o Oliver... Diggle, Malcolm o levou.

Minha voz não saiu mais alta do que um sussurro, era dolorosa a ideia de que Oliver pudesse estar ferido. Diggle me encarou por segundos que pareceram horas, o espanto cravado em seu olhar como a espada que parecia afundar cada vez mais em meu peito por não ter dito tudo o que eu queria à Oliver.

E se eu não tivesse essa oportunidade outra vez?

Não. Eu não podia pensar dessa forma.

– Precisamos voltar para a Verdant. – falei, Diggle assentiu.

Contei tudo o que havia descoberto sobre Malcolm nos arquivos baixados, John contatou Waller, avisando que tínhamos conseguido completar a missão, mas que Oliver estava desaparecido.

Desci as escadas num rompante e fui direto para os computadores.

Depois do incidente do meu sequestro, coloquei um rastreador no celular de Oliver e Diggle; meu sexto sentido dizia que eu provavelmente usaria essa carta em algum momento. Eu odiava estar certa.

– Conseguiu algo? – Diggle perguntou depois de alguns minutos.

Suspirei alto.

– Não. – respondi – Algo está bloqueando o sinal de Oliver, vai levar mais tempo do que eu previa.

Nesse momento, meu celular vibrou. Era uma mensagem, de Oliver, com um arquivo anexado.

Senti uma fria corrente elétrica atravessar os nervos de minha coluna, o arquivo era um vídeo.

Segurei a respiração e dei play.

Oliver apareceu em cena algemado, de pé e com os braços para cima; a camisa social aberta, alguns cortes visíveis em seu abdômen, o lábio inferior ensanguentado e os olhos mal abertos.

Não havia som algum, nem uma voz de fundo, mas não foi preciso. Meus olhos começaram a derrubar lágrimas que dificultavam minha visão, não consegui ver o restante do vídeo, entreguei o celular para Diggle e me afastei, eu tinha que sair dali.

Malcolm não precisava dizer nada no vídeo, sua ameaça era muito clara: se divulgássemos os arquivos baixados para a A.R.G.U.S. Oliver estaria correndo perigo de vida.

Com muito esforço, sequei minhas lágrimas. O inferno que eu deixaria Oliver nas mãos daquele monstro!

Retornei para o subsolo, John estava encerrando uma chamada por celular.

– Era Waller – explicou ele –, ela concordou em nos ajudar a resgatá-lo.

Respirei aliviada, pois era exatamente isso o que eu ia falar com ele.

– Bom.

Sentei-me novamente em frente aos computadores e prometi à mim mesma que não sairia dali até conseguir rastrear o paradeiro de Oliver.

Demorou mais ou menos uma meia hora, e cada minuto dilacerava meu peito com a ideia de que ele poderia estar sendo torturado enquanto eu precisava manter minha mente concentrada ao invés de agir fisicamente.

TrapaçaOnde histórias criam vida. Descubra agora