Sábado, 13:05
Você está sentada de maneira confortável em seu sofá, aproveitando o final de semana e sua folga. Assiste um programa aleatório de televisão, e se pergunta o que irá assistir depois desse.
Seu celular tocou. Por um curto período de tempo resolveu ignorar, pensando ser engano ou algo de tipo, ou se fosse importante a pessoa ligaria de novo.
Mas aí pensou: se for algo urgente e a pessoa, que pode ser seu amigo ou um de seus familiares, pode acabar deixando algo importante passar.
Olhou para o celular que felizmente está no braço do sofá. O alcançou esticando o braço, e viu o nome antes de atender.
É seu chefe, porém ficou um pouco mais calma ao se lembrar que se tivesse atrasada para um extra e tivesse esquecido, ele teria a ligado mais cedo.
Se questionou mentalmente o motivo da ligação em questão. Só que só pode descobrir isso se atender, e assim fez.
- Alô, o qu... — foi interrompida com poucas palavras pronunciadas.
- Se uma criança estiver chorando, ela tem fome, sede, vontade de arrotar ou quer que troque a fralda?
- Quê? — e com o seu silêncio, e o dele também, conseguiu escutar o som de bebê chorando no fundo. — Você tem um filho?
- Quê? Não, claro que não — respondeu balançando o bebê para tentar o acalmar.
- Então por que você está com um bebê?
- É do meu vizinho, ele me pediu para tomar conta até voltar do hospital com sua esposa, ou algum parente vai vir buscá-lo, não sei. Acho que a avó, não me lembro direito — o som do choro estava atrapalhando os seus pensamentos. — Não, ele irá vir buscar.
- Entendi. Só que se você não sabe cuidar de bebês... por que se ofereceu para cuidar do dos outros?
- Não é como se eu tivesse oferecido... — murmurou irritado. — Agora me diga, sabe reconhecer o choro de bebê e o que ele quer? — ele estendeu o celular na direção da garota. Você afastou o celular da orelha com o som alto de choro.
- Não tem como saber assim, gênio. Me passe o endereço de sua casa, eu vou ir aí te ajudar, se você quiser.
- Ah, ótimo, obrigado. Pelo amor de tudo que lhe é sagrado, pode vir o mais rápido possível.
Deu uma trocada na roupa. Por sorte seu cabelo já estava arrumado pois não teve preguiça de o ajeitar. Uma roupa leve e uma sandália confortável.
Enquanto dirige, e ao mesmo tempo conversa com Gaara, vamos entender o que aconteceu alguns minutos antes. Ele conseguiu segurar as pontas até tudo ir água abaixo, com a bebê chorando.
O Sabaku estava em sua casa mexendo em seu celular. Recomendou para si mesmo não pensar em trabalho, por conta disso foi mexendo em algumas redes sociais, já ficando enjoado pois nada ali o entretinha ou trazia conhecimento.
Ele passou a brincar com o seu gato. Se tivesse câmeras escondidas na sua casa, as pessoas poderiam ver o sorriso dele sem ao menos disfarçar, e também, os momentos onde ele afina um pouco a voz ou fica brincando com o animal feito bobo.
Mas então a campainha da sua casa soou, o fazendo se levantar e atender. Como é um bairro tranquilo, não tinha preocupações quanto a isso.
- Ahn... olá — Gaara demorou alguns segundos para reconhecer que aquele é um dos seus vizinhos. — Como posso te ajudar?
- Obrigado por perguntar isso pois... tem como você olhar minha filha para mim? Só por um curto período.
- Eu não sei cuidar de crianças — ele se afastou para trás, com as mãos estendidas na altura do peitoral. Uma forma de defesa.
- Ela é tranquila, por favor. Só preciso levar minha esposa até o hospital e certificar que está tudo bem com ela e o bebê.
- Ah é, sua mulher está grávida — olhou para a criança no colo do pai. — Quase me esqueci disso.
- Foi antes do previsto. Não poderei dar a devida atenção para minha pequena no hospital. Por favor, quebra esse galho para mim.
- Mas não teria algum tio, avó, primo, sei lá, algum parente ou outro vizinho melhor do que eu não?
- Não — respondeu meio desesperado. — Posso deixá-la com você? Minha mulher está tendo contrações e a bolsa dela estourou antes da hora.
- Bem... com você dizendo assim — se aproximou e estendeu os braços em direção da garota, que felizmente foi sem dificuldades ou reclamações. O moço entregou para ele uma maleta, informando ser coisas da filha, como alimentos e afins. Se precisasse de qualquer coisa, poderia ir para a casa que está destrancada. Por sorte os dois possuem o número um do outro para se comunicar.
Ele se despediu da filha e saiu correndo em direção ao carro. É o vizinho da casa ao lado, deve ter ido na pessoa que mora perto. Do outro lado da casa dele é de uma senhora meio rigorosa, então optou por Gaara mesmo.
- É bom você me dê um grande pedaço de bolo quando for o seu aniversário — disse olhando para a criança. A garota coçou um de seus olhos enquanto se afundava e aconchegava no ombro do mais velho.
Voltando para o tempo atual, a Ishikawa entrou no condomínio e ficou olhando ao redor para encontrar a casa no qual ele está instruindo. Dirigindo com cautela.
- Não sei ao certo se estou indo para o caminho correto.
- É só ver uma casa branca que... — o interrompeu.
- Seria mais fácil se você saísse e ficasse na calçada para eu ver, mas não tem problema, já achei.
- Sério?
- Posso ouvir o som de choro da bebê.
- Está tão ruim assim?
- Se te fazer sentir melhor... já ouvi piores — ele suspirou. Desligou o celular, abrindo a porta da casa e fechando sem trancar. Tudo para evitar do seu gato fugir.
Estacionou o carro na frente da casa e saiu, indo em direção a ele.
- A coisa está feia, viu?
- Não me diga.
- Mas está tudo bem, estou aqui agora. Vamos cuidar de uma criança juntos.
- Que bom que disse cuidar e não criar, pois soaria meio estranho — você revirou os olhos e sorriu. Tomando liberdade e abrindo a porta da casa dele.
- Vamos criar uma criança juntos, até o pai voltar.
Se falassem para a sua eu adolescente que ajudaria seu chefe a cuidar de uma criança, filha de um casal vizinho do homem, não acreditaria.
Até porque isso é difícil de acreditar e imaginar.

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𝐂𝐡𝐞𝐟𝐞 - 𝐆𝐚𝐚𝐫𝐚 𝐱 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐨𝐫𝐚
FanfictionTrabalhando por mais de dois anos na empresa Sabaku, você falou para si mesma que nunca iria se apaixonar pelo chefe. ...Isso mudou com a chegada do seu chefe temporário.