Apaixonado Pelo Dono Do Morro (Romance Gay)

Um sequestro

Desde que eu fiquei sabendo que meu pai tem uma porra de namorada, que também é uma bandida filha da puta, parece que meu sono anda meio descontrolado com todos os recentes acontecimentos na minha vida. A minha cabeça começava a girar, imaginando que pode ter mais gente me ferrando por aí, e eu estava cansado disso tudo.

Não dava para ficar parado de braços cruzados, sem fazer nada e ver que tudo a minha volta pode ruir e pessoas mais do que queridas por mim estão prestes a morrer nas mãos daquele maldito do meu pai, que deixou claro que quer apenas foder a vida de todo mundo daqui por diante.

Eu estava de pé perto da porta da sacada apenas sentindo todo o silêncio em minha volta preenchida pelos carros que passam na rua e pela televisão que estava passando uma novela que tem no fim de tarde, pensando em alguma alternativa de nos livrar para sempre do meu pai. Quem sabe mandar ele diretamente para o quinto dos infernos, para só assim todo mundo que ele vive machucando ter finalmente paz. Mas eu sei o quão difícil vai ser fazer isso tamanho as pessoas que estão aliadas a ele nesse momento — e todas são mãos que no passado também foram estendidas para mim.

Só que nesse momento eu sei quem eles vão escolher, e todos vão querer lutar contra mim diante do grande poder de manipulação emocionalmente dele. E é a única coisa que ele sabe fazer desde que assumiu ser um criminoso.

E agora com Leléo na rua me dá um arrepio na espinha em pensar na possibilidade de ele ter feito uma emboscada para pegar o meu namorado e ter dado um fim nele, que sempre prometeu fazer caso o encontrasse. E sem ele aqui não consigo acabar com o meu pai e finalmente a gente se ver livre dele, não está sendo fácil namorar um cara cujo é o maior inimigo do seu pai. Ele entendeu isso diante da minha escolha por Leléo e achou uma afronta não ter escolhido o lado dele.

Foi só quando ouvir as dobradiças rangerem e a porta se fechar que me acalentou do desespero, e eu só fui até ele que ficava sexy com aquela cara fechada e o boné cinza para trás, abraçando-o e não querendo mais soltar ele.

Ele beijou o meu pescoço e me deu uma leve mordida no lóbulo da orelha, conseguindo sentir o hálito de menta e maconha mesclado.

— Onde você estava? — perguntei, grunhido de tesão.

— Eu estava fumando um com os meus amigos — respondeu ele. — Ficou preocupado comigo?

Balancei a cabeça.

— Muito. Com o meu pai á solta por aí ele pode muito bem matar você, meu amor.

— Ele não pode fazer nada contra mim, pois eu também dei meu jeito de arrumar uma parada para defender a gente daquele filho da puta, cretino.

Ele parou o abraço e logo sua mão foi para perto do cós do seu short de tactel e tirou de lá uma trinta e oito que reluziu, sorrindo maldosamente. Mas eu nem dei a minha queixa, pois se fosse o meu eu do passado frágil demais faria um verdadeiro escândalo, mas como agora nós dois somos alvo toda forma de defesa é bem-vinda e só me fez sorrir, mas por ele estar se importando comigo.

E bem que ele estranhou, pois franziu o cenho e deu um meio sorriso.

— Porra... se fosse há uns anos atrás tu já tinha surtado comigo — comentou, rindo.

— Eu sei — concordei. — Mas diante do perigo que nós dois passamos toda forma de defesa é válida, e olha que eu sempre fui a favor do desarmamento. Agora tenho que aceitar a ideia de matar o meu próprio pai.

Claro que isso é lamentável. Quem diria que um pai quer matar o próprio filho por puro deleite, mas eu sempre percebi que por debaixo daquele olhar de bom pai, atencioso e amoroso existia um homem totalmente psicopata, que quer apenas ficar controlando os outros e o que todos sentem. Pois cada passo dado por uma pessoa parece que ele está sempre á frente, pronto para arruinar a vida de quem ousou atravessar na frente dele primeiro que ele.