Tive que reconhecer que aquela conversa toda já estava me deixando puto da vida. Tanto que eu não consegui dizer nada e saí dali o mais depressa possível, e foda-se se o meu irá descobrir que eu não estou na casa do Gabes. E caso ele apareça na minha frente eu vou ter que confrontar ele.
Já chega de mentiras.
Isso tudo tem que acabar de uma vez por todas.
E a única coisa que me passou pela cabeça foi ir para o meu apartamento. Peguei um táxi na esquina da casa dele, absorto demais para ouvir seja lá o que o motorista havia falando comigo, eu só mandei ele ir para o endereço onde eu nunca deveria ter saído. Era lá que eu deveria ter me mantido quieto e bem longe de qualquer confusão.
Por um momento me bateu um severo arrependimento do por que eu ter me metido nessa história toda, sendo que era para ter ficado lá, sem ninguém mexer.
Cocei as minhas têmporas e soltei um muxoxo irritado em seguida de um longo suspiro frustrante de uma pessoa que estava totalmente fora de si. Tomada pelo descontrole e pelo ódio.
Quando cheguei no meu destino me dei conta de que eu não tinha dinheiro, mas eu tinha certeza que tinha alguma coisa na minha conta. Pela graça divina, carreguei um pouco meu celular na casa de Gabes e quando entrei na conta tinha dinheiro. E isso tirou um pouco do meu peso nas costas.
Fiz um pix para ele e saí o mais depressa possível do táxi, olhando de um lado para o outro na rua — tranquila até demais — e me certificar de que não havia um capanga do meu pai por aqui. Agora que já sei a cara da maioria deles quando eu estava sequestrado. E fico feliz que não havia ninguém por perto a não ser umas pessoas caminhando na calçada como não querem nada, apenas pensando na sua vida e nos seus próprios problemas.
Eu entrei no prédio e torcendo para não esbarrar em ninguém, pois já não basta ver tantas caras feias para mim, agora imagina quando elas ficaram sabendo que eu estive sequestrado e sobre da onde venho. Á essa altura algum jornal já deve ter dito tudo o que era para ser dito. E para a minha sorte não vi ninguém e subi tranquilamente até o meu andar, querendo muito entrar no meu apartamento, mas quando toquei na porta ela abriu e vi Leléo no outro lado da porta como se estivesse me esperando.
— Você — murmurei, surpreso.
Ele balançou a cabeça, e a sua expressão não era boa.
Nem falou nada, apenas pegou o meu pulso e me puxou para dentro do apartamento, fechando a porta logo em seguida.
— O que está havendo com você? — perguntei, abismado, acariciando onde ele apertou forte.
— Foi mal — ele disse, ríspido. — Mas eu não queria perder tempo.
— O que você quer dizer com isso?
Ele não falou nada e só deu as costas para mim e se jogou no sofá, abrindo as pernas e se apoiando no encosto do sofá com os braços esticados.
— Pode ter alguém por aí nós observando — ele disse.
— Não tem ninguém, pois a rua estava calma e não havia ninguém ao redor que não fosse algumas pessoas andando pela calçada apenas se importando com suas próprias vidas — justifiquei. — Nem sempre tem alguém querendo nos matar a toda hora do dia, Leléo.
— Eu tentei ir atrás de você — soltou, do nada.
Claro que ele estava se referindo ao meu sequestro, que se não fosse eu mesmo nem sei se estaria aqui.
— Claro — sorri forçadamente. — Realmente você foi bem esforçado em ir atrás de mim.
Ele revirou os olhos e bufou, jogando a cabeça para recostar no encosto.
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Apaixonado Pelo Dono Do Morro (Romance Gay)
Teen FictionLucas Freitas tinha uma vida perfeita, até a sua família outrora rica falir de vez até pararem na Comunidade da Esperança. Lucas tem uma relação de cão e gato com o dono do morro, que tem uma passagem muito longa pela polícia mas que não esconde o...