Acerto de contas

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— Eu realmente quero saber o que o seu pai planeja contra o meu aliado — sussurrou Zé, sentado bem na minha frente. E claro que ele não estava ali para brincadeira, pois desde que fui arrastado para cá eu só sei o inferno que a minha vida se transformou. — Me fala a verdade se não quiser que eu mate você.

Eu ergui meus olhos para encara-lo, mas nenhuma palavra sibilou dos meus lábios. Até porque não quero dar nem um motivo para ele desconfiar logo de mim.

E, de repente, arqueei a testa. E é claro que Leléo está com um espião lá dentro. Eu realmente tinha que me apegar a esse detalhe para agora virem me perguntar o que o meu pai está tramando contra ele. E eu dei um sorriso como se eu tivesse matado a charada ali mesmo.

Zé continuava me encarando como se eu fosse uma espécie de parasita que tinha que ser passado dessa para a melhor, mas ele não me abala. Tudo o que eu preciso é de tempo que vai ser precioso para mim.

— Quem diria que vocês dois iram se unir para acabar comigo. Pensei que seriam mais inteligentes — provoquei, rindo. — Unidos pelo bem maior, como se costuma dizer por aí.

Ele tirou a trinta e oito do cós da calça e ficou segurando ela, me encarando e sorrindo. E eu tenho que admitir que a pele bronzeada pelo sol, a sobrancelha falhada, os olhos cor de mel e o corpo que mais parecia uma pedra de tantos músculos até me atraía, mas eu quero mesmo é que ele se foda muito nessa vida.

— Não é disso que eu quero saber, seu merda — ele bradou. — Quero o papo reto!

— Até esses dias o seu novo amiguinho queria te matar — suspirei. — Ele mesmo me confessou isso. Para você vê como são as coisas.

E eu nem vi a velocidade da mão dele, mas ardeu bastante o meu rosto que foi virado para o lado tamanha a força do tapa dele, em seguida de uma risada de quem estava se divertindo muito.

Grunhi quando ele me pegou pelos cabelos bem perto da nuca, erguendo o meu rosto e aproximando seu rosto do meu, parecendo que estava possuído pelo próprio demônio tamanha maldade estava estampada nos olhos dele, e a pressão sobre a minha cabeça já estava me dando dor.

— Isso sempre foi o nosso plano, seu merdinha — disse entre os dentes. — A gente queria passar aquela imagem de que não se gosta e você caiu, como sempre.

Eu não estava convencido disso.

— E realmente, me matando vai resolver muita coisa — questionei entre gemidos de dor. — Só vai piorar tudo e os dois vão sair daqui deitados.

Ele me soltou e eu consegui dá um chute bem no saco dele, pois as minhas pernas estavam livres. Foi muito divertido ver ele se contorcer de dor enquanto me lança um olhar assassino, mas se eu for morrer agora eu nem estou ligando. Ainda sim, o meu pai viria e mataria os dois, pois ele está comendo nas minhas mãos.

Por mais que eu quisesse fazer qualquer coisa, parece que vai ter uma grande dificuldade pela frente, pois eles ainda são mais fortes e mais cruéis, mas eu tenho que sair daqui o mais depressa possível. E comecei a olhar pela única janela que tinha ali — tampada por um tipo de tábua. E eu nem ficou surpreso quando recebi um tapa no meu rosto, ardendo as minhas bochechas, porém eu não soltei grito algum.

— Seu merda.

— Pode ter certeza que você vai pagar caro por isso — gritei. — Em breve o seu corpo vai estar estirado no chão como um boneco. Vai ser a melhor coisa de se ver.

— Se antes você ser você, seu merdinha. Não imagina a vontade que estou de te matar de uma vez e depois matar aquele filho da puta que você chama de pai — disse, apontando a faca para mim que ele acabou de pegar em cima da mesinha.

Apaixonado Pelo Dono Do Morro (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora