Capítulo 41: Príncipe herdeiro do trono.

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Não havia nada de cordial na expressão daqueles quatro vampiros, como se eles estivessem prontos para nos matar. Não eram como nada que Jason havia descrito e não podiam ser vampiros de Vênus, porque era impossível passar pela muralha sem dar de cara com o Clã LaRue. Por tudo que eu sabia e tinha ouvido, duvidava muito que Lorde LaRue teria traído Lorde Arteryon.

—Baixe a espada, humano. —Um dos machos sibilou, enquanto os outros soltaram uma risada quando Corey me empurrou mais para trás dele, me deixando presa entre ele e a parede. —Você com certeza não sabe o que fazer com essa lâmina.

—O que vocês querem? —Corey indagou, a voz tão dura e fria, que soava como se ele nem estivesse com medo. Suas mãos estavam firmes ao redor do cabo da espada, nenhum sinal de hesitação ou qualquer outra coisa. Talvez viver em uma família de vampiros o tenha preparado pra qualquer coisa. —Diga logo o que querem e podemos resolver isso de uma vez.

Agarrei o pulso dele, já que seu braço estava para trás, me mantendo presa atrás dele. Meu coração estava tão acelerado que chegava a doer, enquanto minha cabeça latejava toda vez que o laço batia na minha mente, como se Jason estivesse esmurrando do outro lado. Estava se tornando insuportável e estava causando uma sensação horrível dentro de mim.

—Quem é você, para nos dizer essas palavras com tanta confiança? —Uma fêmea indagou, olhando para Corey com tanto interesse que meu sangue gelou ao vê-la umedecer os lábios com a língua, como se pudesse devora-lo naquele exato momento.

—Corey Stuart II, príncipe herdeiro do trono das terras humanas. —Ele ergueu mais a espada, apontando exatamente pra ela. —Vocês estão pisando no meu castelo e no meu território. Diga logo o que querem!

—Príncipes sempre querendo ser o centro das atenções. —A fêmea soltou uma risadinha, mostrando os dentes brancos pra ele, como se quisesse deixar claro o que estava o esperando se ele tentasse alguma coisa com aquela espada. —Não estamos aqui por sua causa, na verdade, vossa alteza.

—E estão aqui pelo que então? —Corey insistiu, como se tivesse tudo sobre controle, mas eu duvidava muito disso.

Estava tentando suportar a pressão que o laço estava fazendo em mim, assim como estava rezando para qualquer Deus que houvesse no céu para que Jason, os guardas ou qualquer um chegasse rápido. Mesmo com uma espada e mesmo que ele soubesse usa-la, eu duvidava muito que Corey tivesse alguma chance contra qualquer um deles.

—Você. —Um dos machos apontou pra mim, me fazendo engolir em seco e me encolher atrás de Corey, como se pudesse entrar dentro da parede e desaparecer dali. —Fawley Rawlins, não é? —Não respondi, o que fez as duas fêmeas e os dois machos trocarem olhares, como se estivessem conversando silenciosamente. Então ele voltou a olhar pra mim, com a sombra de um sorriso nos lábios. —A senhorita está sendo convocada até o Clã Goodwin, para uma reunião com nossa senhora.

—O que? —Minha voz saiu como um sussurro e eu tive quase certeza de que nenhum deles havia me ouvido, mas com certeza podiam ver toda confusão e surpresa estampada no meu rosto naquele momento.

—Fawley faz parte da minha família. Vocês não podem entrar aqui pensando que podem simplesmente leva-la. —Corey afirmou, se dirigindo ao vampiro que havia falado comigo. —Temos leis aqui e vocês terão que respeita-las. Se quiserem qualquer coisa, terão que pedir diretamente ao meu rei.

—E se não quisermos? —Os quatro deram passos pra frente, fazendo todo o ar escapar pelos meus lábios quando percebi o quão ruim aquela situação era. Não havia ninguém ali para evitar que eles me levassem, mesmo que Corey tentasse intervir por mim, ele ainda era só um humano. —Saia da frente, príncipezinho, ou vamos passar por cima de você.

—Podem passar por cima de mim então, porque não vou permitir que a levem. —Corey os enfrentou, fazendo meu coração despencar dentro do peito quando os vampiros endureceram na nossa frente, como se odiassem serem desafiados.

Um grito escapou pelos meus lábios quando eles avançaram. Corey me empurrou para o chão, girando a espada e movendo o corpo com destreza quando um dos vampiros se tornou apenas um vulto naquele corredor, desaparecendo em um piscar de olhos. Meu corpo se chocou contra o chão, enquanto eu observava ele girar a espada e o corpo ao mesmo tempo, como se pudesse prever todos aqueles movimentos do vampiro, que surgiu ao lado dele, segundos antes de seu pescoço ser atingido pela lâmina da espada.

Meu sangue virou gelo quando a cabeça da fêmea que havia provocado Corey caiu a metros de mim, respingando sangue no chão, enquanto seu corpo desabava ao lado do príncipe, que girou a espada suja de sangue e a ergueu, como se estivesse desafiando outro deles a tentar. Não havia nenhuma gentileza ou nenhum resquício do rapaz humano que eu conheci dias atrás.

—Fui criado em meio a vampiros. —Corey sussurrou, algo afiado e sombrio passando nos olhos. Nada além de coragem naquele rosto humano. —Se eu for cair, vou levar alguns de vocês comigo. Espero que estejam dispostos a reconsiderar suas ações, porque eu ainda estou disposto a ser cordial.

Mas eles não estavam. Os dois machos dispararam na direção de Corey, desaparecendo em segundos, enquanto a outra fêmea se virava pra mim. Fiquei de pé, pronta para correr, mesmo que não tivesse chance alguma contra a velocidade deles. Corey não podia me proteger e lutar contra quatro deles ao mesmo tempo, principalmente agora que eles estavam tão furiosos. Mas não dei dois passos antes da vampira agarrar meus cabelos, me puxando com tanta força que minha visão escureceu com a dor aguda na minha cabeça.

—Onde você vai? Tem uma questão a resolver com Lady Goodwin. —A respiração dela tocou meu rosto, me fazendo estremecer com o medo que borbulhava no meu sangue. —Mas talvez ela tenha piedade de você ao perceber o quão adorável você é.

Ela me virou, me deixando ver o momento que Corey arrancou o braço de um dos vampiros, que gritou quando o sangue jorrou do toco que havia restado acima do cotovelo. Mas o outro macho havia conseguido chegar a Corey, arrancando a espada das suas mãos e o pegando pelo pescoço. Cada pensamento meu virou uma confusão de medo e desespero.

—Não! —Exclamei, vendo Corey se debatendo em busca de ar quando o vampiro apertou sua garganta, enquanto o outro ainda tentava conter o sangue do seu braço quebrado. —Pare, eu vou com vocês... Deixe-o, e eu vou com vocês!

—Você vai com a gente? —O macho se virou pra mim, ainda agarrando a garganta do príncipe, mantendo os pés dele longe do chão. Ele riu de mim, como se eu estivesse fazendo uma piada idiota. —Iriamos levar apenas você, mas já que seu salvador resolveu interferir e matar um de nós, teremos que leva-lo também.



Continua...

Jogo de Sangue e Vingança / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora