Capítulo 48: Beba o quanto quiser.

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Não lembro do que aconteceu, porque apaguei quando Chase me tirou de lá. Mas acordei no meu quarto no castelo, sentindo minha cabeça doer como se fosse explodir. A sede ainda me devorava por dentro, fazendo até mesmo meus dentes doerem. Era desconfortável ao extremo, porque tudo em mim gritava por sangue.

—Faw? —Me sentei na cama na mesma hora, encontrando Jason de pé na ponta da cama, me encarando com os lábios entreabertos, como se tivesse tantas coisas pra dizer, mas não soubesse o que. Meu corpo estremeceu quando puxei o ar com força e senti o perfume dele em cada parte daquele quarto, fazendo meu sangue ferver e minha boca se encher de água, como se ele fosse tudo que eu precisasse.

Mesmo com o desejo ameaçando me consumir, não me movi na direção dele, ciente demais de tudo que havia acontecido e de que ele me devia uma explicação. O laço entre nós não estava mais silencioso e eu podia sentir tudo que Jason sentia naquele momento. O desejo, a hesitação, o nervosismo e o medo. Mas nada era maior do que a onda de felicidade que se chocava contra mim.

—Eu sei que dizer que sinto muito e pedir seu perdão não vai adiantar nada. Não vai mudar o que aconteceu e o que você passou lá. Sua transformação não deveria ter acontecido desse jeito. —Ele balançou a cabeça negativamente, enquanto meus músculos tremiam enquanto eu tentava me segurar para não ir até ele. —Eu não te contei sobre eles porque não tinha a menor importância pra mim. Eu só aceitei aquela proposta ridícula pelo Ágape. Eu não sabia o que ele tinha feito, mas não podia deixá-lo pra trás. Eu nunca pensei que... Faw, eu...

—Bom, foi importante o suficiente pra eles, a ponto de eles virem atrás da sua parceira. —Falei, com minha voz saindo mais dura do que eu desejava. Isso fez Jason engolir em seco, provavelmente notando que eu estava irritada com ele. Irritada era uma coisa pequena perto do que eu estava sentindo. —Estou com sede.

—Podemos cuidar disso, pra você estar forte o suficiente quando tentar me matar. —Ele ergueu a mão, começando a abrir os botões da camisa, com os olhos faiscando na minha direção. O calor varreu meu corpo, enquanto eu sentia um arrepio na espinha. Mesmo com raiva, eu estava com saudades deles. Mas também não ia deixar que isso apagasse o que ele fez. —Prometo que não vou mais esconder nada de você, Faw. Nunca foi minha intenção te machucar.

—Eu sei que não. —Umedeci os lábios com a língua quando ele jogou a camisa no chão, subindo na cama até estar na minha frente. Seu cheiro parecendo um combustível para o incêndio que acontecia dentro de mim, me deixando inebriada de desejo.

—Venha. —Ele segurou minha cintura, os olhos queimando sobre os meus quando me puxou para o seu colo. A ansiedade deu um nó na minha barriga quando minhas mãos deslizaram pela sua pele nua, fervendo contra os meus dedos. O desejo tomou conta do laço, assim como aqueceu aquele quarto com o nosso cheiro. Jason estremeceu embaixo de mim, fechando os olhos quando deixou sua garganta a minha disposição. —Beba o quanto quiser. Quero que esteja bem para ouvir tudo que eu tenho pra dizer.

Não esperei ele falar novamente. A sede estava deixando minha cabeça pesada e meus dentes doloridos. Aproximei minha boca da garganta dele, sentindo seu cheiro tomar conta de todos os meus sentidos, enquanto seu gemido me fazia estremecer sobre seu colo. Sem aguentar mais, afundei meus dentes na pele dele, apertando meus olhos com força quando meus dentes doeram mais do que eu esperava, um segundo antes de relaxarem quando o sangue dele inundou minha boca.

Soltei um gemido, afundando ainda mais os dentes nele, ouvindo o barulho rouco que escapou pela boca dele quando fiz isso, antes de sugar o sangue que invadia mais minha boca a cada segundo. O gosto era muito melhor do que seu cheiro, como se tivesse sido feito perfeitamente pra mim. Cada pensamento meu evaporou, enquanto minhas mãos apertavam os ombros dele e sua nuca, querendo muito mais.

A cada gota de sangue que eu engolia, mais quente meu corpo ficava, como se eu o sentisse no meu próprio sangue e nos meus ossos. O laço entre nós tremia, enviando ondas de desejo que causavam uma eletricidade deliciosa no meu corpo, se concentrando na minha coluna e entre minhas pernas. Era tudo intenso demais e eu não queria parar. Mas sentia meus músculos relaxando à medida que meu corpo absorvia o sangue dele, removendo todas as lembranças da mordida de Arden e seu veneno me consumindo.

—Faw... —Jason me segurou quando me afastei dele, quase desabando na cama. Seu sorriso era quase ofuscante, enquanto meus olhos absorviam o sangue na sua garganta, além da marca da minha mordida ali. Se antes eu me sentia tonta e com o corpo queimando, agora tudo estava desacelerando, com minha mente sendo tomada por uma calmaria enorme.

—Eu quero mais. —Falei, tentando puxá-lo pra cima de mim. Mas Jason apenas riu, me depositando na cama com cuidado, enquanto meus olhos não deixavam aquela mordida, vendo-a desaparecer à medida que sua pele se curava.

—Mais tarde. Você precisa descansar agora. Seu corpo vai ficar sonolento por um tempo, enquanto meu sangue finaliza a transformação. —Ele beijou minha testa, se deitando ao meu lado e me envolvendo com seus braços. Meu rosto ficou pressionado contra seu peito, ouvindo seu coração bater. —Me perdoe, por favor. Eu te procurei por tanto tempo. Não quero perde-la. Me perdoe.

Não o respondi, porque não confiava em mim mesma naquele momento, com o gosto do seu sangue apagando todos os meus pensamentos como uma droga. Jason me apertou mais contra si, com o laço estremecendo entre nós, quando senti a hesitação dele. O medo de me perder. Aquilo me fez fechar os olhos e me concentrar no som do seu coração batendo. Talvez o meu coração ainda fosse humano, mesmo que o restante do meu corpo não fosse mais. Eu só esperava não ter perdido uma parte de quem eu era com tudo isso.

Continua...

Jogo de Sangue e Vingança / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora