Epílogo.

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O tempo pareceu se acalmar depois que voltamos para o Clã Arteryon e a história com o Clã Goodwin foi esquecida. Nicolay ainda estava ocupado com a questão dos ataques que aconteciam em Vênus, porque outro vampiro havia sido morto, com o corpo ficando completamente irreconhecível. Jason estava ocupado tentando descobrir o que poderia ser, mergulhado em pesquisas junto com Ágape.

—Quando vai nos contar o que está acontecendo? —Lou indagou, lançando um olhar questionador e um tanto curioso na direção de Kyara, que apenas abriu um sorrisinho. —Por que subitamente Lorde Veliant e Garrett começaram a se dar bem?

—Não foi subitamente. Eles quase se mataram quando Nicolay teve a grande ideia de colocar Garrett para trabalhar com ele. —Kyara revirou os olhos, mas ainda estava sorrindo, como se Nicolay também tivesse feito a coisa mais certa de todas. —Eles apenas conseguiram se entender, quando perceberam que tinham muito mais coisas em comum, do que apenas eu.

Estávamos todas sentadas sobre uma toalha, nos jardins do Clã Arteryon, em baixo da sombra agradável de uma árvore. Ainda estava me acostumando com a ideia de que agora eu tinha uma família enorme. Mas eu estava gostando tanto de cada segundo, aproveitando ao máximo depois de tudo que passei para chegar até ali.

—Eu estou tentando entender que tipo de entendimento é esse. —Quinn murmurou, soltando uma risadinha baixa, que deixava claro que ela entendia sim que tipo de entendimento era. Mesmo que Kyara ousasse negar, não era difícil notar a troca de olhares dela com o parceiro e Lorde Veliant, assim como a troca de olhares dos dois machos, que dizia muito mais do que parecia.

—E eu estou tentando entender porque você e Will ainda não nos deram um herdeiro. —Kyara retrucou, fazendo Quinn comprimir os lábios e dar de ombros.

—Estamos tentando, vocês sabem. Mas não estou tendo sorte. Sinto que minha oportunidade de ser mãe foi apenas com Jason. —Quinn afirmou, soltando uma respiração pesada.

Havia escutado delas o quão difícil era pra uma vampira engravidar, além da própria gravidez em si ser complicada. Normalmente levava décadas para que uma fêmea conseguisse conceber um bebê e quando isso acontecia era algo muito comemorado por todo o clã. Mas, quando as fêmeas queriam aumentar a possibilidade de conseguir engravidar, o casal poderia tomar uma poção preparadas por bruxas, que tinha a intenção de deixar ambos mais férteis.

Lyn teve a sorte de ter Will e Merida, mas só engravidou duas vezes por ser humana. Chase tinha 17 anos e eu não tinha certeza se Lou e Nicolay esperavam ter mais algum filho além dele. Quinn era a única que estava tentando engravidar, bebendo a poção junto com Will. Kyara nunca citou o desejo de ter um filho, mas eu tinha a leve sensação que não era algo que ela pensava nesse momento, mesmo já tendo encontrado Garrett.

—Você vai conseguir. —Lyn abriu um sorriso gentil para Quinn, tocando a mão dela com carinho. —Quando for a hora certa vai acontecer. Tenho certeza que Will não se importa com o quanto demorar, contanto que você esteja feliz.

Observei as duas juntas, com um sorriso pequeno nos meus lábios, pensando em Jason. Já havíamos conversado sobre filhos e deixamos claro um para o outro que não os desejávamos nesse momento. Eu era jovem demais e Jason também. Tínhamos tanto tempo pela frente e eu queria aproveitar cada segundo das próximas décadas ao lado dele. Talvez um dia pudéssemos pensar nisso, mas por enquanto eu estava mais do que feliz como as coisas estavam.

—Merida, você está bem? —Lyn indagou, fazendo minha atenção se voltar para a filha dela, que estava sentada ali, mas em absoluto silêncio, encarando um ponto fixo no castelo, como se estivesse com a cabeça em outro lugar. —Você está tão quietinha.

—Acho que não tenho nada a agregar no assunto filhos. —Merida deu de ombros, abrindo um sorriso que saiu um pouco forçado, antes de ficar de pé, alisando a saia do vestido. —Vou procurar Chase. Nós vemos mais tarde.

Ela se afastou em um piscar de olhos, enquanto nós cinco apenas observamos o lugar que ela estava segundos antes, como se soubéssemos o que estava acontecendo, mesmo quando Merida se recusava a se abrir e revelar o que estava sentindo. Talvez quando ela se sentisse confortável o suficiente, falaria sobre isso. E talvez quando Corey se sentisse seguro o suficiente, faria algo em relação aos seus sentimentos por ela.

[...]

Jason estava sentado em uma mesa na biblioteca, mergulhado em livros, tão concentrado que nem mesmo notou quando entrei ali. Fechei a porta com cuidado, antes de me aproximar com cuidado dele, envolvendo seu pescoço com os braços quando me inclinei e beijei sua bochecha, arrancando um suspiro de satisfação dele.

—Quando você vai deixar esses livros de lado e me dar um pouquinho de atenção? —Indaguei, mordendo a ponta da sua orelha, sentindo Jason estremecer, enquanto o desejo crescia pelo laço entre nós dois.

—Quando você quiser. —As mãos dele vieram para trás, tocando meu rosto e meus cabelos, antes de Jason girar o rosto e sua boca encontrar a minha, em um beijo calmo demais perto da intensidade de coisas que eu sentia sempre que ele me tocava.

Jason empurrou a cadeira para trás, afastando os lábios dos meus, antes de me puxar para sua frente. Abri um sorriso pra ele, o observando me olhar com tanto carinho a ponto do meu coração se partir em milhares de pedaços. Segurei a saia do vestido e a ergui, antes de me sentar no colo dele, com uma perna de cada lado do seu quadril.

—Achou alguma coisa? —Indaguei, deslizando minhas mãos pela sua garganta, vendo-o engolir em seco, como se meu toque o deixasse louco.

—Por enquanto ainda não. Vou continuar procurando mais tarde. —Jason segurou minha nuca, com os dedos se enrolando nos meus cabelos cacheados, antes dele puxar meu rosto para perto dele. —Depois de cuidar de você.

—Cuidar de mim? —Soltei uma risada, observando-o afastar um pouco o vestido do meu ombro, com os olhos ganhando uma coloração avermelhada que deixava meu sangue quente. —Como, exatamente, você vai fazer isso?

Ele não respondeu, porque já tinha trazido a boca até minha garganta, que eu ofereci a ele de boa vontade, arqueando a cabeça pra trás para dar mais acesso a ele. Jason me mordeu com uma força e um desejo que me fez estremecer no seu colo, fechando os olhos com força enquanto puxava seus cabelos e apertava seu rosto contra minha garganta, desejando muito mais do que só aquilo.

—Amo o fato de você ser absolutamente deliciosa. —Jason beijou o local onde havia mordido, antes de erguer a cabeça e me beijar, me fazendo sentir o gosto do meu próprio sangue na sua língua, quando ela mergulhou dentro da minha boca.

—Você não respondeu como vai cuidar de mim. —Sussurrei, engolindo em seco quando Jason me colocou sobre a mesa, com o quadril mergulhando contra o meu, me fazendo arfar e o puxar mais para perto.

—Te mostrar como parece ser uma ideia muito mais tentadora. —Jasou segurou meu rosto, encarando meus olhos, enquanto eu abria um sorriso pra ele, sentindo que meu peito ia explodir de felicidade. —Pare de sorrir assim pra mim. Me faz desejar entrar em você e nunca mais sair.

—Não é um má ideia. —Soltei, com minhas bochechas corando ao ver o brilho malicioso que surgiu nos olhos de Jason quando ele ouviu aquilo.

Ele me beijou no segundo seguinte, com tanta força e com tanto desejo que meu corpo inteiro entrou em combustou, me fazendo me agarrar a ele com uma necessidade inexplicável. Mas Jason se afastou logo depois, me tirando de cima da mesa, enquanto segurava meu queixo com a mão.

—Já que esse é o seu desejo, terei a imensa honra de realizá-lo. —Jason inclinou o rosto para perto do meu, roçando os lábios na minha boca como se fosse me beijar. —Vá para os nossos aposentos, Faw. Vou pegar as correntes.

FIM!

Jogo de Sangue e Vingança / Vol. 3Onde histórias criam vida. Descubra agora