47 - Tempo no Rio

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Acordei com a ligação da Nath. Conseguimos uma passagem pra aquele dia à tarde. Eu levantei e fui fazer um café. 

- Eu poderia ver essa cena pro resto da minha vida - Ouço Lucas falar com a voz rouca de quem recém acordou - Eu já disse o quanto gosto de te ver vestindo as minhas camisas? 

- Bom dia, Belo adormecido! Que bom porque pretendo usar sempre, suas camisas são muito mais confortáveis do que minhas roupas - Eu digo indo até ele e o abraçando - Conseguimos comprar a passagem 

- Pra quando? 

- Hoje às 17hrs 

- É errado eu estar triste por isso? - Lucas faz beicinho 

- Não, eu também estou, mas eu espero que em breve a gente consiga estar junto de novo 

- Se você não vier, eu vou atrás de você de novo - Ele diz rindo 

- Eu não duvido mais disso - Digo rindo e dando um selinho nele 

Eu realmente achei que esse momento seria mais fácil. As coisas com o Lucas não podiam estar melhores. Acho que eu realmente estou apaixonada, mas o medo ainda me perseguia. 

Arrumei todas as minhas coisas e passei praticamente a tarde toda agarrada com o Lucas, eu ia sentir muita falta disso. 

O tempo passou e eu nem percebi, corri pra tomar um banho e me arrumar, eu ia direto pro aeroporto com o Lucas e lá encontraríamos Nath, Mauro e Chris. 

- Eu não quero que você vá - Lucas disse me abraçando 

- Eu volto logo... 

Me despedi dos meninos e entramos no avião. Levamos 1 hora até chegar no Rio, pedimos um uber e fomos pra casa. 

- Finalmente lembrou o caminho de volta pra casa - Meu pai disse assim que me viu 

- Oi pai - Eu disse rindo e dando um abraço nele 

Cheguei em casa cansada, arrumei a minha mala e fui até a cozinha, onde estava a minha mãe. 

- Que carinha é essa? - Ela me pergunta 

- Cansaço e um pouco de preocupação - Eu disse me sentando no banco do balcão

- Com o que? - Ela disse enquanto provava a comida que estava fazendo 

- Trabalho... Eu preciso arrumar alguma coisa 

- Você vai, filha! Não se cobre tanto e tire esse tempo pra você, fazia muito tempo que você não tirava férias 

- Eu sei, mas eu já não tenho mais tanto dinheiro guardado, uma hora ele vai acabar e eu preciso pagar as minhas coisas, ajudar vocês... 

- Não, filha, não precisa, você sempre nos ajudou muito, mas graças a Deus eu e seu pai conseguimos viver bem, você não precisa se cobrar por isso. Eu acho que você tem que descansar e depois você arruma algo e enquanto não consegue, eu e seu pai estamos aqui 

- Eu não acho justo depender de vocês de novo, mãe 

- Nós somos os seus pais, apesar de você ser maior de idade, você ainda mora com a gente, é a nossa obrigação te sustentar. Você sempre trabalhou muito, trabalha desde cedo, trabalhou em shopping, já fez vários bicos, eu entendo que por sempre ter tido essa rotina, você acaba sentindo falta, mas você não sabe os planos de Deus... Ele tem algo muito melhor reservado pra você, então fica calma 

- Mas eu vou conseguir, mãe. Não quero ser um peso pra você e o papai 

- Filha - Ela disse se aproximando e colocando as mãos no meu rosto - Você jamais vai ser um peso pra gente, nós estaremos sempre aqui, coloque isso na sua cabeça - Ela termina dando um beijo na minha testa e me abraçando - Mas me fala uma coisa... E o Lucas? 

- Eu tô gostando dele mais do que eu pensava... Ele fez aniversário recentemente e foi pra Ribeirão Preto que é onde ele nasceu e onde os pais dele moram... - Digo pausadamente enquanto encho um copo com suco - E eu fui junto... - Dou um gole no suco em seguida

- Que? Como assim? Você foi conhecer os pais dele e não me contou? - Ela disse parando na minha frente com o pano de prato no ombro e colocando as mãos na cintura me fazendo rir 

- Eu estava esperando pra te contar pessoalmente... Mas foi muito legal, a família dele é incrível, me trataram super bem e me deixaram super a vontade, foram dias marcantes, mas eu sigo com medo 

- Que bom filha e nós? Quando vamos conhecer ele? 

- A gente ainda não namora, mãe... Ainda acho precipitado, apesar de eu já ter conhecido os pais dele, na verdade, eu achei loucura o que fizemos, você sabe o que penso sobre apresentar pra vocês, trazer aqui em casa... Se um dia a gente namorar, ele vem aqui

- Se? 

- É, eu não sei... A distância é um obstáculo muito grande pra mim... 

Passei a tarde toda conversando com a minha mãe, contando cada detalhe pra ela. Eu estava morrendo de saudade. Minha mãe sempre foi minha confidente, minha melhor amiga e ela sabe sempre o que me falar. 


Os dias passaram muito rápido, eu e Lucas estávamos cada vez mais próximos, o meu coração disparava toda vez que meu telefone tocava, eu estava sentindo uma saudade absurda dele... Todos os dias eu me pegava olhando pro nada, pensando nele, eu ficava horas segurando o cordão que ele me deu, assim eu me sentia mais pertinho dele, apesar da distância. 




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