Cap 11

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LOPES 

O ADVOGADO  E A DANÇARINA 

CAPÍTULO  11

Na terça-feira estava no escritório pensando na Safira quando Cícero e Alice entraram com tudo me tirando dos meus devaneios. Cícero já entrou tirando onda com minha cara.

__ Que cara de foda mal feita é essa Lopes?

__ Estou cheio de processos para estudar e o cansaço e a fome estão começando a me deixar irritado!

Alice começou a me azucrinar o juízo.

__ O nome da fome e do cansaço desse raparigueiro se chama Safira Moreira de Queiroz.

__ Não enche meu saco Alice! Se não quer me ajudar, então não atrapalhe! Pelo menos isso!

__ Mas e quem disse que eu pretendo te atrapalhar, foi você que construiu sua fama de raparigueiro: "Lopes, o esfolador de bucetas"! Agora tu fica aí, chorando pelos cantos abatido porque não está conseguindo levar uma mulher pra tua cama.

Cícero olhou pra mim espantado e exclamou.

__ Que coisa mais feia, um homem do teu tamanho, parecendo um adolecente apaixonado! Eu poderia jurar, que se o cupido tentasse te flechar, você iria dar um tiro de bacamarte bem no meio da cara dele.

__ Até tu Cícero? Nem parece que tu se atabacou pela Enila, ao ponto de sequestrar a coitada praticamente no caminho do convento?

__ Mas vê se eu fiquei me lamentando pelos cantos feito um adolescente espinhento? Eu sequestrei Enila e casei com ela na marra e olha que família linda a gente construiu! Vai à luta Lopes, deixa de ser besta e te mexe, vai atrás dessa mulher e dá uns amassos bem dados nessa criatura, quem sabe depois de uma boa foda, ela resolva se abrir mais pra te conhecer!

__ Antes de vocês chegarem, eu estava pensando justamente nisso. Vou investir pesado, para conseguir conquistar Safira!

__ É assim que se fala Lopes! Seja macho porra, mostra pra ela que você  tem sangue nas veias! Agora vamos para a academia, que esse negócio de ter que viajar e deixar Enila e as crianças na fazenda me deixa tenso! Quero fazer um treino de muay thai e Alice não vai poder treinar comigo.

__ Não sei! Estou realmente com fome. Nem pra casa eu fui essa noite. Dormi aqui no escritório, tomei umas doses de Pitú e capotei no sofá!

Cícero arregalou o olho pra mim, enquanto Alice que estava calada ouvindo a nossa conversa começou a tirar o maior sarro com a minha cara.

__ kkkk, o rebolado da Safira, nocauteou o "último dos raparigueiros"!

__ Deixa de gracinha loira agourenta! Pimenta no rabo dos outros é refresco, mas no meu é castigo! Sua peste!

__ Relaxa um pouquinho Lopes, cuidado com o coração. Você deveria se consultar com tio Jorge ou com a mãe da Safira, ela também é cardiologista e amiga íntima do meu tio!

__ Alice minha gostosa, tem certeza que você não vai poder treinar com Cícero hoje?

__ Vou com Dalila levar Ângelo ao pediatra. Mas, por quê você está me perguntando isso?

__ Por que eu queria te dar umas porradas no octógono, para descontar as gracinhas que você está fazendo com a minha cara nos últimos dois meses só por que me apaixonei pela Safira e ela não me quer.

__ Kkkkkk Chora não Lopes, vai tranzar, que a raiva passa.

Cícero se levantou e me arrastou pela mão enquanto falava sem parar me dizendo pra ter mais pulso firme, pra ser direto e contar dos meus sentimentos por ela e mais um monte de coisas, que se eu ousar fazer, no mínimo é capaz da Safira me dar uma joelhada nos cunhões. Alice só fazia rir da minha cara e pra terminar de foder, dei de cara com a "megera", que estava falando ao celular e me encarando de cara feia, se bem que ela não poderia me encarar de cara bonita se a cara dela é realmente feia, bom, parte é exagero meu, ela até que não é tão feia assim, mas a criatura é tão amarga e rancorosa que se torna feia e irritante, se bem que irritante ela realmente é!

Deixamos Alice na casa dela e fomos pra minha casa para que eu tomasse um banho e fomos almoçar na cantina da academia. Depois de almoçar, resolvemos algumas documentações no escritório e fomos pro octógono, era pra eu estar fazendo aulas de forró com Safira neste horário, mas Cícero me convenceu a não ir a aula de forró. Safira ainda não tinha me visto na academia, até que a aula de forró acabou e ela passou na frente da parede de vidro que isola o octógono e viu a aglomeração de mulheres que assistiam a nossa luta enquanto suspiravam e babavam por nossos corpos.

Eu estava sacaneando Cícero por causa do assédio da mulherada e rindo porque ele dizia que se Enila desconfiasse que ele se quer olhou ou pensou em uma mulher era greve de sexo por um mês, eu me distraí ainda mais quando vi Safira me olhando pela parede de vidro, quando do nada; Cícero me acertou em cheio com um soco na cabeça; que me fez cair com tudo.

Eu literalmente apaguei e quando acordei estava com a cabeça apoiada no colo da Safira. Dei um sorrisinho de lado e falei malicioso.

__ Se toda vez que esse aprendiz de cangaceiro me nocautear eu acordar no teu colo, eu quero que ele me sente a porrada todos os dias!

Safira fechou a cara, me deu um beliscão bem no osso da minha clavícula esquerda e levantou com tudo; me fazendo bater a cabeça no chão com força, o que me fez soltar um gemido de dor.

Cícero olhou pra mim, fazendo uma careta e falou horrorizado.

__ Tomasse no cu bonitinho, visse! A mulher parece um carro sem freio descendo uma ladeira, essa daí vai dar trabalho pra ser conquistada, força guerreiro, que a ousadia esteja contigo e de preferência, fica dentro de um blindado do BOPE. Vai que ela tenha porte de armas!

__ É algo a ser pensado. Mas como eu sou brasileiro não vou desistir nunca!

__ kkkkkk! Dale São Jorge, monta um cavalo branco, e vai lá caçar teu Dragão.

Me recuperei do nocaute e fui com Cícero pra granja, jantar com ele. Passamos horas conversando e jogando dominó, com Cícero tirando o maior sarro da minha cara por causa da Safira!

A Safira que me aguarde!

Lopes o advogado e a dançarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora