Lopes o advogado e a dançarina

Cap 17

LOPES

O ADVOGADO E A DANÇARINA 

CAPÍTULO 17

Já se passaram 5 semanas desde aquele esbarrão na porta do vestiário e aquele beijo não saiu dos meus pensamentos. A brabinha continua me dando patadas sempre que eu tento chegar perto dela. Já levei cotovelada nas costelas, fui chamado de tarado e pervertido, levei alguns pisões no pé que quase me deixou com uma unha encravada, pense numa mulher braba da peste. 

Hoje me surpreendi ao encontrá-la correndo na Praia da Boa Viagem em pleno domingo. Aquele corpo me atrai feito imã, eu reconheci minha bonequinha em meio a uma multidão de corredores, era uma corrida beneficente e dessa vez eu nem imaginava que ela estaria entre os participantes. Eu nem iria correr, mas de tanto um amigo que trabalha no fórum de Camaragibe me chamar, eu resolvi correr de última hora.

Aproveitei a oportunidade e me posicionei atrás dela, ela estava bem à vontade correndo enquanto conversava com Alice e eu fiquei atento para ouvir a conversa delas. Falavam sobre a conclusão do período e os resultados das notas que foram todas acima de 8, ela disse que estava muito grata pela ajuda da Alice pois a dislexia atrapalha muito o rendimento dela. Eu me surpreendi com essa confissão, eu não fazia ideia de que a Safira tinha dislexia, sabia que ela estava frequentando a casa das meninas durante a noite, mas não sabia que era pra estudar. Eu fiquei muito feliz em saber que Alice e Dalila estavam ajudando a Safira a estudar e sinceramente não esperava outra atitude delas, as meninas são muito solidárias, principalmente na hora de ajudar os amigos.

Quando o assunto estava entrando na área sentimental, Alice olhou para trás e me viu, não tive tempo pra me misturar entre a multidão de corredores e as duas se desapareceram no meio da multidão saindo do meu campo de visão. 

Quando a corrida terminou tentei encontrar as duas mas não consegui. Dei um mergulho no mar e depois de meia hora fui pra casa descansar pois na segunda-feira viajarei pra fazenda pra comemoração do aniversário de casamento dos meus pais. Vou aproveitar pra ficar uma semana descansando e matando as saudades de casa. Nem avisei Alice que vou passar a semana em Serra Talhada. No escritório ninguém sabe onde eu estarei exceto a Marília que tem ordem pra fingir amnésia quando for interrogada sobre o meu paradeiro. Cícero e Enila sabem que vou pra lá, mas pedi para não comentar nada com Alice se acaso ela perguntar por mim. Deixei cartões prontos para cada dia que eu estiver fora e deixei Marília encarregada de enviar os presentes pra Safira, sei que ela está apaixonada por mim, só não sei o porquê dela não admitir. Ângelo disse que escutou Safira contando pra Alice que ela está apaixonada pelo advogado atrevido, o pivetinho virou meu ídolo com esta informação tão preciosa que ele me deu. As duas deram mole ao falar as coisas diante de um moleque de 2 anos. Crianças são inocentes mas nessa fase falam tudo o que escutam. 

Com esta informação, agora só preciso descobrir o porquê dela fugir de mim desse jeito. Até reconheço que minha fama de raparigueiro me deixa em desvantagem mas não é para tanto. Lésbica eu sei que ela não é. Todo mundo já sabe que eu não estou mais fazendo orgia, até porque, as meninas com quem eu broxei por estar pensando na Safira, fizeram questão de espalhar na academia o fiasco que foi a nossa orgia. Vou aproveitar esses dias em Serra Talhada pra me aconselhar com mainha e vó Rosa, preciso desvendar os mistérios da Safira, antes que minha rola se aposente de uma vez por todas devido ao acúmulo de esperma, nem punheta eu quero tocar só pra encher a minha bonequinha com a gozada que eu vou dar dentro dela!

Na segunda-feira saí de casa bem cedo e peguei a estrada rumo a minha querida Serra Talhada, deixei meu celular desligado pra não correr o risco de atender alguma ligação que atrapalhe meu objetivo de relaxar a semana inteira. Apenas trouxe comigo uma foto da Safira que coloquei estrategicamente no painel do carro.

Cheguei em Serra Talhada por volta das 15:00 horas, meus pais já me esperavam na varanda de casa super ansiosos e com um bolo de laranja para judiar ainda mais das minhas emoções. Desde que eu conheci Safira que eu não saia de Camaragibe, com isso já se passaram quase 4 meses sem visitar a Fazenda Mandacaru.

Meu peito estava sendo torturado pelas batidas do meu coração. Eu estava precisando pisar outra vez nesta terra maravilhosa! Minha terra, minha casa, minhas lembranças, minhas raízes!

Voltar para casa é uma delícia. 

Passei horas conversando com os meus pais sobre como minha vida mudou depois que eu conheci Safira. Meus pais me deram muito apoio pra lutar pelo coração da Safira e também me deram vários puxões de orelha por eu ter sido um irresponsável e ter forçado a barra com ela, esses puxões de orelhas até que foram bem merecidos.

No dia seguinte fui passar o dia na Fazenda Encantos do Sertão, com Cícero e a tropa dele. As crianças estão cada dia mais espertas. Valentim está se saindo um pequeno cangaceiro pro orgulho do pai babão, já minha afilhada, a princesinha Valentina, tem um gênio pior que o do pai, essa vai ser uma princesa do cangaço pra fazer o pai ter vários ataques cardíacos ao longo da vida. 

Nossa manhã foi de farra com a pivetada. Depois do almoço, chamei mainha e vó Rosa e fomos conversar no canteiro de girassóis de tia Teresa. Esse lugar parece mágico!

Eu estava abraçado com duas mulheres sábias que ouviam os meus lamentos de homem apaixonado e não correspondido com um semblante de conselheiras sentimentais. Elas me escutaram e me aconselharam a ser prudente e disseram pra eu conseguir me controlar, que eu deveria dar uma pequena escanteada na Safira. Na hora eu achei estranho, mas depois gostei da ideia e resolvi ligar pra Marília pra suspender as entregas dos presentes. Talvez isso deixe Safira tensa, ela já está sabendo que sou eu que envio os presentes, com certeza Alice e Dalila já contaram pra ela. Agora essas três não se desgrudam.

Vou fazer esse teste pra ver a reação dela!