capítulo 10

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🦋 Jennie 🦋

Nada havia me preparado para sentir tudo que estava sentindo, eu tinha consciência do que estava fazendo, meu corpo sabia o que queria, existia uma certeza, mesmo que o olhar de Taehyung por muitas vezes parecesse assassino, com raiva, via que ele...

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Nada havia me preparado para sentir tudo que estava sentindo, eu tinha consciência do que estava fazendo, meu corpo sabia o que queria, existia uma certeza, mesmo que o olhar de Taehyung por muitas vezes parecesse assassino, com raiva, via que ele tentava permanecer com a mente aqui,
talvez sejam flashes de memória.

— Está tudo bem? — pergunto quando sinto que nossos corpos se acalmam.

— Não usamos camisinha. — Sua voz está abafada por ter seu rosto na curva do meu pescoço.

— Acho que não pensamos nisso quando tudo parecia tão certo. — Ele se afasta de mim, seu olhar busca o meu.

— Sabe que tudo que fizemos foi apenas sexo não sabe? — Logo sou atingida com a força de suas palavras. — Que foi apenas tesão, que posso te dar prazer o tempo que ansiar, desejar, mas que não existirá sentimentos.

— Taehyung. — Seu sorriso é de escárnio agora.

— É tudo que posso te dar, Pequena, nada além de prazer.

— Por que diz isso?

— Porque pode ser que exista uma família me esperando fora daqui.— Seu olhar está morto, nem mesmo ele acredita no que diz, mas isso não diminui o sentimento de ter sido usada.

As palavras da profecia rondam minha cabeça, Taehyung é um espírito arredio, ele vai atacar, antes que eu consiga pensar, não, eles jamais mentiram ou se enganaram.

— Quem disse que quero algo mais que isso? — rebato fazendo surpresa aparecer em sua face.

— Podemos conviver com isso. — Beija minha testa. — Só precisava deixar as coisas claras.

— Ficaram cristalinas.

Devagar, me levanto, seu membro está amolecendo dentro de mim, quando me deito posso contemplar o sangue da minha virgindade em seu pau, seu olhar está lá, como se comprovasse a veracidade de minhas palavras. Devagar, ele se levanta, não sei como conseguimos nos relacionar
com ele ainda cheio de dor, mas ele parecia não se importar e eu estava tão perdida em seu corpo que não me preocupei.

— Deseja que te ajude? — sondo.

— Não, acho que o banho me deixou melhor, o que tinha naquela água?

— Ervas antigas que ajudam muito para que fique bom logo.

— Existe algo para manter o controle de natalidade? — Novamente me sinto mal com suas palavras.

— Sim, é exatamente isso que farei quando levantar.

— Gostaria de ver, não que desconfie, mas não quero mesmo deixar nada para trás quando me for.

— Beberei na sua frente.

Ele sai do quarto e sinto a dor me atingir, longe de seus olhos uma lágrima solitária e quente escorre pelo meu rosto, cubro minha cabeça com o travesseiro desejando abafar qualquer ruído, respirando fundo e tentando ser forte, já que primeiro, os espíritos haviam me avisado, segundo, ele não pode não ter sentido nada, terceiro, eu nunca pensei que iria do céu ao inferno em tão pouco tempo.

Saio da cama indo para o banheiro aqui do quarto, já que ele foi para o outro, me lavo rápido trocando de roupa e mudando os lençóis da cama que tem manchas de sangue e esperma. Com tudo pronto, sigo para a
cozinha, já estamos quase na hora do almoço, então faço o chá, eu também não quero filhos, enquanto a água ferve, corro até a gaveta e confirmo que as camisinhas que tenho aqui ainda estão no prazo de validade, já que todas nós ganhamos no último mutirão de saúde que ocorreu em Cóbalos.

Volto à cozinha e vejo que ele se senta à mesa, seu olhar está em mim, pego as ervas necessárias para o tipo de chá que preciso e faço uma infusão, não me preocupo com meu ciclo já que em alguns dias ele irá se iniciar, eu apenas estou antecipando. Começo a beber o chá antes de iniciar as coisas do almoço, algo que com toda certeza dona Cerina fará, abro a casa por completo.

— Deseja algo? — pergunto quando volto à cozinha.

— Água — informa.

— Bem, sinta-se em casa, os copos ficam no armário e a água na geladeira — aviso sem lhe dar muita atenção, Taehyung precisa saber que esse jogo pode ser jogado por dois.

Enquanto ele busca a água vó Cerina aparece.

— Bom dia, vejo que já iniciou o almoço.

— Sim, estávamos conversando e quis adiantar. — Ela olha diretamente para a caneca sobre a pia, ela sabe, reconhece tudo pelos cheiros e esse foi ela que me ensinou, não só a mim, como a todas as mulheres daqui, não é um chá abortivo, é apenas um chá para que as regras não atrasem, automaticamente não permite que os bebês apareçam, todas usam quando não querem engravidar, ao menos as solteiras.

Sob o olhar atento de Taehyung que engatou uma conversa com ela que assumiu a frente do almoço, seguimos sem deixar nada transparecer. Taehyung por vezes me olha, como se tentasse me enxergar, minha vontade é de me aproximar, existe uma linha que nos liga e neste momento sinto que ela está tensionada, querendo que nos aproximemos, mas não é isso que acontece.

Já sentados à mesa, fico quieta, mas vó Cerina decide conversar.

— Então, Taehyung, é isso, não é? — ele concorda com a cabeça. — Faz ideia de como chegou aqui? — sonda enquanto almoçamos.

— Não, senhora, tive um flash de memória onde ouvia alguém me chamar de Taehyung, mas não vi rostos ou lugares. — Nenhuma expressão de mentira ou desconforto passa pelo seu rosto, com certeza diz a verdade.

— Pedi que fizessem buscas por Bogotá, para saber se é alguém desaparecido, logo as autoridades irão mandar informações.

— Agradeço, realmente não sei por onde começar.

Voltamos a comer em silêncio quando Amaro chega.

— Bom dia, ou tarde, Jennie Kim. — Beija minha cabeça e o olhar de Taehyung segue para esse gesto.

— Bom dia, Amaro Fuerras — respondo o cumprimentando como fazemos desde crianças.

— Vó. — Faz o mesmo com ela.

— Chegou na hora certa, vamos almoçar.

Meu amigo parece surpreso em ver que Taehyung já está parecendo melhor, mesmo sabendo o poder dos banhos de ervas.

— Vejo que já está melhor. — Direciona as palavras a Taehyung.

— Sim, aos poucos estou me restabelecendo — rebate.

Os dois se olham por alguns segundos que para mim parece uma eternidade quando vó Cerina faz um leve barulho com a garganta chamando a atenção de Amaro que a encara recebendo o aviso silencioso para não ir
por esse caminho.

Amaro começa a falar sobre os negócios que precisamos resolver na cidade, Taehyung estranhamente fica em silêncio, observando tudo, vez ou outra pressiona os talheres com mais força, mas nem mesmo isso chama atenção de Amaro e vovó, estão muito concentrados em discutir sobre os afazeres
do período da tarde, porém meu corpo está em estado de alerta, algo parece estar prestes a acontecer.

Taennie - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora