capítulo 27

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Obscuros ✝️

Sou Anônimus, chefe a frente dos Obscuros, filho do primeiro escolhido e primeiro dos sete últimos, fomos criados para nos tornarmos demônios, nascemos já cativos e nos moldaram para sentir prazer através da
agonia e angústia de nossas vítimas. Nos alimentamos de almas, gritos, choros e dor, somos leais ao mestre, sabemos bem que o Caveira Negra não ameaça se não puder cumprir e já o vimos em muitas oportunidades em ação. Jamais ansiamos por liberdade, demônios como nós não saberiam o que fazer com ela, estamos nos preparando para mais um dia de vigília, a família do nosso mestre é nossa prioridade, nossas vidas dependem de mantê-los vivos.

— Anônimus, tudo está pronto, hoje é você quem fica na vigília da manhã com o Anúbis. — Olho para o homem sem nome à minha frente apenas concordando com um acenar de cabeça.

Nenhum deles tem nome, os cães têm nomes, nós somos Obscuros, nosso mestre me deu o nome de Anônimus porque queria se retratar a mim através dele, para nós isso foi muito mais que um ato de superioridade, ele mostrou confiança em nós, nos tornou algo de que pudéssemos nos orgulhar, e sim, temos orgulho de sermos seus servos.

Tudo está calmo, o mestre tem nos alimentado ainda mais, alguns de nós agora dormem após alimentarem seus corpos com almas que saciaram nossos corpos sedentos, orgasmos e mais orgasmos nos deixam exaustos, mas é isso que nos deixa controlados. Fomos estimulados a isso desde que nascemos, tocados, viola*os e moldados, o desejo desenfreado por estar banhados em sangue e com nossos paus dentro de qualquer buraco é tão lascivo que podemos enlouquecer caso não sejamos saciados. Já vi um velho Obscuro ser castigado por dias e quando o encontraram seu pau faltava um peda**, ele gozou por tantas vezes se esfregando contra o chão que se mutilou, isso acontece quando somos privados, e o mestre jamais nos privaria.

Vejo os soldados com os cães-lobos, enquanto coloco minha máscara e no momento em que Anúbis a vê ele muda seu porte, obediência a ela é tudo que ele tem.

— Vamos — ordeno enquanto vejo a nova equipe, todos caminhando para suas posições, não falamos com ninguém além de nós mesmos, os soldados que são responsáveis pelos cães jamais nos direcionam a palavra, apenas nos olham confirmando que entendem quando falamos. Tudo está correndo perfeitamente bem, tudo que acontece na morada do mestre é
informado.

— A senhora acaba de receber visita, jimin e Roseane. — O homem atrás da máscara me olha.

— Continue mantendo a informação atualizada, nada pode acontecer com eles.

— Sim, Anônimus. — Eles têm prazer em falar meu nome, é como se lembrar da benevolência de nosso mestre e em como ele nos mantêm alimentados e sob sua proteção.

Continuo minha ronda passando com Anúbis sem guia ao meu lado, então noto algo diferente como se o vento tivesse mudado de direção, sinto os pelos do meu corpo se eriçarem e o cão-lobo ao meu lado latir, então o inferno sobe à terra.

Explosões começam a acontecer, quando dou a ordem para que selem a morada, uma luta começa quando o que parece ser uma invasão se inicia.

— Mantenham a morada segura! — grito e vejo meus homens se posicionarem.

Tiros começam a ser ouvidos e gritos ecoam por todos os lados, somos a primeira linha de contenção, os Obscuros que estavam
descansando se unem a nós no  enfrentamento quando os soldados da
Triglav começam a revidar. — Sigo atirando e esfaqueando os desgraçados que ousam atravessar meu caminho, Anúbis morde e arranca pedaços de suas gargantas, seu ataque é sempre certeiro.

— Anônimus, são muitos deles, não vamos resistir por muito tempo.

Antes que consiga responder uma bomba cai próximo de nós enquanto voo pelos ares, posso ver a mansão perder uma parte de sua
estrutura. Caio longe sentindo todo meu corpo reclamar, um zumbido ensurdecedor atinge meus ouvidos e vejo o corpo de Anúbis e mais alguns homens estirados no chão.

A raiva por mexerem em algo que pertence ao nosso mestre colocando em risco sua mulher e filho faz meu sangue ferver, mais homens chegam e agora restam poucos cães-lobos e vejo apenas três Obscuros além
de mim, os soldados da guarda estão todos mortos.

— Mantenham a segurança da morada! — grito e meus homens e seus cães continuam atacando.

Tudo parece não ter fim, percebo me desesperando que a morada não teve sua proteção selada cem por cento e isso me enlouquece.

— Protejam a morada do nosso mestre!

Somos os últimos quatro na linha de frente, corto gargantas e atiro, ainda posso ver alguns cães-lobos lutando, os soldados da Triglav se misturam a nós, sinto meu corpo esfriando, acabo de matar mais um, porém, caio prostrado de joelhos, bato a mão na lateral do meu corpo e tem algo enfiado ali, puxo e vejo um pedaço de ferro pontiagudo. O sangue começa a se esvair de mim, tudo gira, posso ver que meus homens ainda
lutam o quanto podem, novas explosões acontecem e o zumbido aumenta, pisco meus olhos por várias vezes desejando tentar enxergar mais alguma coisa, quando foco meu olhar, um soldado sorri chutando meu peito, lançando-me longe, grito de dor e a última coisa que vejo é o cano de sua arma. Tudo parece desaparecer, a morte está aqui, ela estende sua mão para mim, posso ver meus irmãos à sua volta, eles a encontraram, então entendo que chegou a minha hora, no momento em que seguro sua mão fria vejo a
bala deslizar do cano da pistola atingindo minha testa levando-me a completa escuridão.

Taennie - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora