capítulo 30

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🦋 Jennie 🦋

A dor parece suspensa quando jimin começa a falar das minhas possibilidades, então dessa vez sou eu quem ouve a voz dos espíritos antigos na minha cabeça e uma paz me toma em fração de segundos, deixo de ver jimin e Roseane e apenas reverencio a a...

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A dor parece suspensa quando jimin começa a falar das minhas possibilidades, então dessa vez sou eu quem ouve a voz dos espíritos antigos na minha cabeça e uma paz me toma em fração de segundos, deixo
de ver jimin e Roseane e apenas reverencio a autoridade espiritual que se revela a mim.

“Criança que gera e revela novo tempo, estamos ao seu lado, lembre-se, nada do que irá acontecer é para morte, os ciclos vão se findando, mas a permanência da sua alma com a sua alma destinada é certa. A dor nada mais é que a revelação da força e do nascimento, a maior prova já foi superada, trazer a razão um espírito perdido que apenas ansiava pela sua outra parte, nada que aconteça daqui para frente terá força suficiente para destruí-los, nem mesmo um coração rancoroso e amargurado. Seja forte,
criança, aguente apenas mais um pouco então a calmaria irá inundar seus caminhos dando-lhes longevidade até que precisem retornar à casa das almas para se reencontrar e então renascer. Estamos com você, sempre estaremos, apenas confie.”

Então volto a piscar e jimin aguarda minha resposta.

— Entendeu quais são suas escolhas? — A dor me atravessa novamente e eu respondo.

— Sim, entendi, apenas faça o que precisa ser feito, não importa o quanto de dor tenha que sentir, salve meu bebê.

Sinto seus dedos entrarem e um toque acontece, grito como se estivesse sendo rasgada ao meio, ele tenta segurar minha barriga, e novamente o grito que dou parece ter o poder de estremecer as paredes de
onde estamos.

— Jennie, o bebê girou, com certeza com a pancada, eu sinto muito, mas precisaremos tirá-lo agora ele pode estar sufocando. — Ouvir suas palavras me deixa em desespero, mesmo que me recorde da promessa dos
grandes espíritos antigos eu sou humana e tenho medo.

— Faça, apenas faça, não permita que ele sofra.

— Estamos juntos aqui, vai dar tudo certo, se precisar morda isso. — Roseane me entrega uma toalha de rosto.

— Certo, vou começar. Jennie, sei que talvez seja desumano ou pedir muito de você, mas não se mecha não quero cortar o bebê.

O desespero toma conta de mim, então sinto a lâmina cortar minha carne, mordo com tanta força que posso quebrar meus dentes, mas não me movo, estou paralisada temendo que ele possa se machucar de alguma forma, sinto cada deslizar, sinto com tanta intensidade que parece que posso morrer a qualquer momento, as mãos de Roseane me alisam, ela canta algo em algum idioma que não sei, mas continuo gritando, o mais alto que consigo, porque talvez, só talvez isso possa fazer a dor de ser aberta diminuir.

— Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!! — O grito que solto de dor e agonia quando sinto que estou sendo aberta por suas mãos.

— Preciso puxá-lo, Aria, preciso tirá-lo.

Roseane me deixa e corre para auxiliá-lo quando ouço o choro forte e explosivo do meu filho.

— Ele é lindo, Jennie, lindo! — ela fala chorando e eu me perco um pouco parecendo anestesiada pelo meu próprio corpo, enrolado em uma toalha ela me entrega meu filho, e sim, ele é lindo como Taehyung.

Então a dor lancinante volta e o inferno parece me queimar viva, não quero saber o que jimin esteja fazendo, só anseio que os Espíritos me ajudem a suportar.

— Jennie, limpei o que precisava ser limpo, agora vou fechá-la.

— Não suporto mais, jimin. — Agonizo.

— Sinto muito, mas precisamos que seja forte por ele. — Olho para Roseane que carrega meu filho nos braços.

Concordo, então sinto cada agulhada e passar de linha, continuo não me movendo, mas grito como uma ovelha sendo tosquiada antes do abate.

Tudo escurece, então não sinto mais nada.


Taennie - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora