Taennie - LIVRO 2

capítulo 16

🔱 Stefan 🔱

Ver meu filho naquela situação é desesperador, mas nada se compara a ter Malina chorando por dias após Taehyung ter sumido, agora tenho dois grandes problemas, primeiro, separei um elo de um homem, segundo, controlar Taehyung.

— Acredita mesmo que ele vai nos perdoar? — Dimitri questiona com olhar nada amistoso.

— Vai nos odiar e com certeza nos desafiar, mas ele quase matou a mulher que ele diz amar, que diz ser seu elo, jamais me perdoaria se não interferisse, Taehyung não suportaria tê-la machucado — pontuo esfregando meu rosto.

— O que Jhuana fazia ali? — Dusham sonda porque está tão surpreso quanto eu desde que fomos informados da incursão de Jhuana e que tinham achado Taehyung.

— O pouco que sei é que ela é uma Arechavaleta.

— Puta merda! — Damian solta. — Taehyung tem uma venenosa como elo, talvez seja isso que ele queria dizer sobre ela o ter traído.

— Não acredito nisso, Taehyung estava fora de si, e mesmo assim Jennie pediu para não o machucar. — Darko como sempre sensato e analisando várias probabilidades.

— De tudo isso, acho que Hunter não escapa — Dusham fala. — Ele não só tocou no elo, ele bateu.

— Essa eu quero ver de camarote. — Damian sorri. — O Caveira Negra não deixará passar.

— E com toda certeza, Hunter não irá revidar — aviso. — Por Taehyung e por Malina.

O voo passa e a cada momento mais perto de Malina meu coração se quebra, pela segunda vez temi devolver a ela o corpo do nosso filho, ela morreria com isso e eu a acompanharia, porque jamais conseguiria viver num mundo onde ela não existisse.

Chegamos em casa com Taehyung ainda dormindo, o levamos para seu quarto na minha casa, Monike já está aguardando, assim que nos vê ela recebe um abraço de Dimitri que beija sua cabeça.

— Como foi? — questiona se aproximando para começar a avaliá-lo.

— A medicação fez efeito rapidamente, Taehyung estava fora de controle, mas
não ficou perdido por dias, voltou a si rápido, assim que foi contido.

— Como? — Vejo-a tão surpresa quanto eu.

— Taehyung tem um elo, Jennie é seu nome, conto mais sobre isso depois, mas ao que tudo indica isso o fez voltar.

— Por que ela não está aqui?

— Precisávamos controlá-lo, se ele a machucasse jamais se recuperaria, Monike — falo e posso ver a dor atravessar seus olhos.

— Não sei o que será pior, Stefan, machucá-la ou afastá-la, Taehyung tem uma propensão a se sentir rejeitado, a mente dele acredita que não é digno de nada, muito menos de nós, precisa contar a verdade, não minta para ele, diga que foi você quem a afastou e não ela quem desejou ir.

— Eu sei, mas não podia deixá-lo como estava.

— Entendo você como pai, confie em mim, fazemos tudo pelos nossos filhos.

Continuo aguardando que ela avalie seu estado.

— Ele dormirá ainda por algum tempo, acabei lhe dando uma dose mais pesada misturada à sua medicação, mas, Stefan, se o que me diz é verdade o amor que Taehyung tem pelo seu elo, pode mantê-lo dentro da
realidade.

— É apenas isso que eu espero, Monike. — Levanto-me. — Vá até ela, Malina não parou de chorar, tive que lhe sedar também, nem mesmo Gaia conseguiu acalmá-la.

Saio do quarto indo até ela, minha coelhinha,
meu coração se esmaga por imaginar que ela sofre e por não ser capaz de arrancar o sofrimento do seu peito.

Deito-me ao seu lado, alisando seus longos cabelos negros, quando seus olhos inchados se abrem.

— João, diz para mim que ele está vivo e bem. — Beijo sua testa abraçando-a, puxando-a para o meu peito.

— Está vivo e dormindo.

— Preciso vê-lo. — Tenta se soltar dos meus braços, mas a seguro.

— Preciso conversar com você antes, sei que não sairá de perto dele e quando acordar precisa estar a par de tudo que ele com certeza vai querer saber.

— O que aconteceu com meu filho, João?

Sorrio alisando seu rosto porque apenas ela e meu irmão ainda me chamam de João, nome dado por meus pais quando fugiram da Sérvia e chegamos ao Brasil. Conto-lhe tudo, tudo que vimos, tudo que fizemos e seu olhar para mim é de reprovação.

— Você tirou o elo do meu filho, João Lucas? Sabe o quanto é desesperador ficar longe de você? Sabe o que sinto quando se afasta mais que poucas horas?

— Ele a mataria, quase a matou, Malina, foi preciso Jhuana intervir.

— Meu Deus, quando meu filho vai parar de sofrer, João? Não suporto mais vê-lo definhar, tudo isso parece não ter fim.

— Prometo que ele vai melhorar, eu vi em seus olhos o amor que sente por ela, sei que foi pouco tempo, mas conosco foi assim também, eu te vi e logo havia se tornado todo meu mundo. — Beijo sua testa. — Me
perdoe, amor, por não ter os protegido de todo esse inferno, de não ter largado tudo por vocês, eu deveria...

— Não continue, não deveria, fez o que precisava ser feito, João, tudo que teve na vida foram escolhas difíceis, vamos superar tudo isso juntos, vamos ver nossos filhos bem, felizes e seguros.

— Eu te amo, coelhinha, é a mulher mais forte que conheço.

— Eu também amo você, meu amor.

Ficamos assim por mais algum tempo, quando decidimos ficar com Tae em seu quarto, com certeza quando acordar vai querer a mulher, Malina vai tentar acalmá-lo e eu vou segurá-lo.

— Jungkook sabe que ele está aqui? — questiona assim que se deita ao lado de Taehyung, colocando a cabeça do nosso filho em seu peito.

— Com certeza Dusham vai avisá-lo.

— Não quero imaginar como será quando ele acordar, vai ser difícil controlá-lo. — Vejo-a chorar e me sinto um maldito impotente.

— Por isso os Anjos estão nos quartos espalhados pelo corredor, logo jungkook chega e se junta a nós.

— Graças aos Céus, Ícaro não está aqui, ele sempre sofre mais que todos quando coisas assim acontecem.

Penso o mesmo, apesar de ser enorme, Ícaro é sensível, mais que Gaia, e estar em Roma neste momento também me tranquiliza.

Encosto meu corpo na poltrona enquanto vejo minha mulher ninar nosso filho da mesma forma que fazia quando ele ainda era apenas um bebê.