Odeio ser assim (Conto gay)

Mais um dia em casa -Sábado-

Mais uma vez, só que com os olhos ainda fechado, procurei pela cama, e Daví já tinha ido para a escola. Passaria o dia sem ele. Lí já estava acordada. A cena do dia anterior veio a minha cabeça. Mel chorando. Lí chorando. Dany me batendo. Tudo veio de uma só vez e minha cabeça doeu. Mas foi uma pontada muito forte, e só então que percebi que meu corpo todo estava doendo. Sentia uma queimação por dentro.
Afastei a maioria dos meus problemas e fui, com a ajuda da Lí, escovar meus dentes. Já que Daví não viria me dá banho, assim que ela saiu, com muito esforço, tirei meu calção já que ela tirou minha camisa. Deixei apenas a água descer por meu corpo. E, involuntariamente, chorei. Chorei por tudo... E até por aquilo que eu não sabia.
Voltei para o meu quarto, vesti minha cueca, meu calção, enquanto Lí esperava do lado de fora. Pedi que ela entrasse e me vestiu a camisa.
- Nossa aparência está péssima.- Ela disse. Olhei no espelho e ela estava certa.-

- Ainda bem que hoje é sábado, não vejo a hora de ir para a escola.

- Eu não... Não gosto de lá. Só estou com saudade de ensaiar.

- Eu também.

- Christian é muito chato.

- Sorte sua que não vai ter que vê - lo depois que sair da escola... Já eu, bom, ele e Dany vão se casar.

- Casar? Eu não gosto nada dele.

- Muito menos eu... Já deixei isso bem claro. Minha mãe faz isso de propósito.

- Ela só gosta dele... Ele não é feio.

- Ecca!- Nós rimos.-

- Você é uma ótima pessoa e um grande amigo... Se você for embora, vai ser uma grande perda.

- Depois dessa revelação da Mel, isso é o mais provável... Se você dissesse a ela que matei alguém, bastava fazer uma montagem, e ela mandaria me prender.

- Não exagera...

- Eu? Exagerando? Até parece.

- Que ideia foi aquela de namorada?

- Foi a única... Mel é muita cara de pau. Maldita hora que eu pensei que ela poderia ser uma boa namorada.

- Mas o que ela está fazendo é muito sério. O que você vai fazer?

- Tenho que sai de casa... Sozinho. Tenho que falar com uma pessoa. Você me ajuda?

- Claro... Depois do café?- Concordei.-
Descemos e minha mãe já estava na sala. Passamos por ela e entramos na cozinha. Rodrigo passava o café. Nos cumprimentou e sentamos. Tentei, mas não consegui comer nada... Rodrigo me olhava.
- Mel vem aqui hoje...- Ele anunciou.-

- Não quero falar mais nesse assunto.

- Ela está mesmo grávida Dreuh.

- Pode ser, mas não é meu. Isso eu garanto.

- Sua mãe disse que viu vocês dois no carro... Bom, você sabe fazendo o quê.

- Dreuh não é o pai de ninguém...- Lí disse.- Ele nunca transou nem comigo. Acredite nele.

- Eu até queria, mas Lisa, tente entender... Uma menina apareceu aqui dizendo está grávida... E dele.

- Se ela aparecer aqui, eu saiu de casa.

- Não mesmo...- Dany disse. Olhei para trás e Mel estava com ela. Levantei rápido e tentei passar por ela, mas ela segurou meu braço.- Sente - se, temos muita coisa para conversar.

- Com ela? Não mesmo. Me solte.

- Você não vai sair. Vamos conversar.

- Eu não quero.- Ela indicou com a cabeça a cadeira da cozinha. Bufei mas sentei.- Digam...- Lí me olhou firme.-