Procurei pela cama, mas Daví não estava, olhei as horas e já passavam das dez. Lí ainda dormia. A imagem de um homem sentando na poltrona veio a minha cabeça. Passei as mãos no rosto e fui para a varanda. Lá embaixo, Rodrigo estava sem camisa e um calção pequeno, ele lavá - la o carro.
Seus músculos se contorciam com os movimentos repitidos. Ele se abaixou para o pegar o sabão e sua bunda era grande, assim como a minha. Meu pau ficou duro com a cena, me repreendi, e entrei no quarto. O que aconteceu? Porque eu fiquei excitado com o homem que é meu pai? Respirei fundo e várias vezes... Lí levantou e seus olhos verdes me fitaram. Ela deu bom dia e tentei agir naturalmente. Ela escovou meus dentes. Tomamos café e ela saiu de casa, Rodrigo continuava lá fora, me recusei a ir vê - lo, não queria mais ter aqueles pensamentos.
Coloquei os fones e começei a ouvi Pitty... Sempre me fazia pensar. Esses dias em casa seriam jogados fora, a quinta foi, e hoje, a sexta, também será. Na televisão passava qualquer coisa que eu não sabia o que era.
Alguns minutos e um homem todo suado e uma menina, de cabelos azuis, entrou pela porta. Rodrigo segurava um balde e uma torneira, Lí ria de algo que ele falou. Eles entraram na cozinha. Deitei no sofá.
Em alguns momentos Lí tentava me fazer comer, mas só queria dormir e que essa semana passasse. Quando acordei, já passava das quatro. Fui para a cozinha e comi com muita dificuldade por causa dos meus braços. Procurei pela casa e não encontrei nem Lí, nem Rodrigo e nem... Daví. Disse para mim mesmo que estava começando a ficar dependente dele. Fui até a varanda e eles não estavam lá. Olhei para o outro lado da rua, e eles três estavam lá, sentandos na grama. Daví me viu e caminhou para entrar em casa. Voltei para o quarto e sentei na cama. Estava muito indisposto.
A porta se abriu...
- Vamos tomar banho?- Ele disse rindo.-- Estou cansado... Quero só tomar banho mesmo.- Ele assentiu e entramos no banheiro.-
Ele estava se excitando e meu pau continuava inérte. Ele me deu banho e me vestiu. Deitei na cama e ele fez o mesmo. Passamos horas em silêncio.
- O que foi?- Ele perguntou com uma voz doce.-- Estou cansado de ficar o tempo todo dentro de casa.
- Que tal sairmos no domingo?
- Nesse estado? Acho melhor não... Eu consigo esperar até quarta.
- Hoje ainda é sexta... Não precisamos ir longe... Vamos até aquela pista de skate.
- É uma boa...- Disse eu.- Amanhã?- Perguntei torçendo para que ele dissesse sim.-
- Não vai dá...- Minhas esperanças se foram.- Tenho que ir para a escola, e de lá, ajudar minha mãe a organizar a casa... David viajou e meu pai não serve de muita coisa...
- Tudo bem...- Sentei.- Falando em sua casa...- Olhei para ele.- Não conheço seus pais.- Ele riu.-
- Você quer conhecer?
- Por que não?
- Ele são chatos.
- Sinto muito, mas isso não é prioridade dos seus pais, você não vê minha mãe?
- Até que gosto dela...
- Vocês conversaram alguma coisa que fez ela pensar o mesmo sobre você.
- Quando estiver bom, e antes que você vá embora, eu te levo para conhecê - los. O.k?
- Sim.- Deitei e ele me seguiu. Quando Lí entrou, percebi que a noite já tinha chegado, porque ela nos chamava para o jantar. Descemos e minha mãe já estava lá. Meu pai preparou lasanha e macarronada, parecia fazer uma eternidade que não comia essas coisas. Pela primeira vez, meus pais não se fuzilavam pelo o olhar, todos ríamos. A refeição durou pouco mais de uma hora, incluindo a sobremesa que foi pudim.-
Lí ficou estranha assim que seu celular vibrou. Desconfiei que fosse alguém ligando já que ele pensou se atendia ou não, no fim, ela não atendeu. Ficou distante até sairmos da cozinha e deixar Rodrigo e Dany conversando, provavelmente alguma coisa sobre a maldita viagem que terei que fazer.
Sentamos e Lí pareceu querer chorar. Olhei para Daví que entendeu o que eu queria, ele levantou e saiu de casa. Lí olhava para baixo e quando peguei seu queixo, para que eu pudesse vê seus lindos olhos, ela chorava. Abraçei ela do meu jeito... Ou melhor, do jeito que o gesso permitiu.
- Era minha mãe...- Ela disse colocando a cabeça no meu colo.- Eu não atendi.
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Odeio ser assim (Conto gay)
Short StoryPrimeiro Livro Com o passar do tempo, Dreuh começa a querer saber o porquê de ser diferente dos outros meninos da sua idade. Procura respostas, mas sem sucesso. Ele nunca pensou em se envolver com alguém e ter uma paixão avalassadora. Isso até conhe...