Mais um dia em casa -Domingo-

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Dessa vez fui eu quem acordou cedo. Pouco depois das seis da manhã. Lí e Daví dormiam. Não escovei meus dentes e nem tomei café. Peguei meu celular, passei apenas uma água no rosto, e andei pela casa no mais absoluto silêncio. Rodrigo dormia na sala por isso saí de casa pela porta da cozinha.
Pensei em pegar o carro de Daví, mas não ia conseguir dirigir. Na rua, acelerei os passos. Dois quarterões depois da minha casa, diminui o ritmo. O sol estava vindo do horizonte. As pessoas ainda dormiam. Os pássaros cantavam.
Andei por algumas ruas e parei em frente ao casa de Igo. Estava muito cedo, por isso fiquei esperando as horas passarem. Saí de casa cedo, porque seria difícil saí com toda a minha "família" acordada.
Fiquei de trás de uma árvore que ficava ao lado da casa dele. Minha febre já não estava mais presente. Sentei na grama e olhava para a rua.
Depois das sete e meia, o fluxo de pessoas ia aumentando. Victor saiu de casa, menos uma pessoa para presenciar tudo o que eu ia fazer. Estava mais decidido do que nunca. Não podia mais esperar. Tinha que agir sem medo das consequências.
Por volta das oito e meia, já estava cansado de esperar. Era difícil que eles estivessem acordados, mas levantei e caminhei até a entrada principal. Bati e esperei um pouco. A porta se abriu e Laura estava de camisola. Riu e eu entrei.
- Soube ontem do seu acidente, hoje estava decidida a ir te visitar, mas você veio...

- Não sei se essa será uma visitar.

- O que quer dizer?

- Você vai vê... Preciso falar com Bruno, ele está?

- Sim, mas...- Subi as escadas.-
Assim que entrei no corredor, meu corpo foi de encontro ao de Igo.
- Dreuh? O que faz aqui? Eu não quero falar com você...

- Eu não vim falar com você.- Ele se assustou e Fernanda saiu do quarto. Ela riu.-

- Dreuh! Como está? Soube do seu acidente, tudo bem?

- Sim.- Tentei ri.- Bruno está?

- Sim... Ele ainda está dormindo.

- Preciso muito falar com ele... É urgente.

- Eu vou chamá - lo.

- Não precisa, eu o acordo.- Passei por eles rápido. Entrei com tudo e ele estava dormindo muito sossegado. Ele estava com as costas no colchão e se estivesse acordado, estaria olhando para cima. Andei com passos firmes e dei um soco na cara dele. Minha mão doeu, mas vê a expressão de dor e susto dele foi satisfatório. Ele levantou rápido e sem entender nada.-

- Você ficou louco?- Ele passou a mão no rosto.-

- Sim, e estou só começando.

- O que eu fiz?

- Que canalha, como tem coragem de perguntar?

- Mas eu não sei o que eu fiz.

- Mandou Mel ir na minha casa e dizer que estava grávida... E de mim.

- Eu não fiz isso.

- Claro que fez, você disse que me odeia, e isso... É uma forma de se vingar. Eu vi vocês juntos na escola. Sabia que tinha algo errado, mas jamais imaginei que fosse isso. Vocês são uns doentes.

- Eu não fiz nada. Você é gay, como pode ter um filho.

- Não se faça de desentendido Bruno, claro que ela te contou que namoramos.

- O quê? Ela não me falou nada. Eu nem sabia disso.

- Não faça - me rir. Eu conheço você muito bem para saber que é capaz disso.

- E por que eu mentiria?

- Não sei, deixa eu vê. Talvez seja porque você sabe que eu posso acabar com sua vida e por isso, não quer se envolver em nada. Mas não adianta.

Odeio ser assim (Conto gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora