Desastre...

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   Senti umas mãos puxando meus pés, e me fazendo cair no chão. Abri meus olhos imediatamente, e vi Dany em pé, impecável, me encarando. Olhei para baixo e felizmente estava vestido. As lembraças da noite anterior me acertaram em cheio. Minha cabeça estava pesada e eu ainda estava morrendo de sono. Levantei devagar e me sentei na cama, esperando atento para ouvir o que ela estava prestes a dizer. Sabia que não seria algo bom, por isso, esperei aflito.
- Arrume - se para ir a escola e desça.- Ela ordenou saindo e me deixando sem oportunidades para questionar. Bufei e revirei os olhos. Fazer isso foi um erro, minha cabeça doeu muito mais.-
   Saí do quarto e entrei no banheiro, fiz minhas necessidades fisiológicas e começei a tomar banho. Aos poucos me vi na festa, beijando a Lí. Vi Eduardo e aquela rapariga se pegando. Vi Daví chorando do lado de fora da festa. Escutei os gritos da minha mãe quando cheguei em casa. Vi tudo de uma vez.
   Teminei e voltei para o meu quarto. O dia não amanheceu chuvoso, por isso eu poderia aproveitar para usar uma bermuda, uma camiseta regata preta e uma bota simples. Passei as mãos nos cabelos e saí. Desci as escadas rapidamente. Apesar de tudo o que ocorreu na noite anterior, eu até que estava feliz. Não estava sentindo nada, só a famosa ressaca. Dany estava na cozinha. Entrei e me sentei, ela preparava o café da manhã.
- Onde está o Christian?- Perguntei percebendo que ele não estava na casa.-

- Teve que sair cedo para resolver uns problemas na escola, ele não explicou direito, mas parece que foi sério.

- Ah.- Disse revirando os olhos, como se eu realmente me importasse, só queria que ele estivesse ali para me ajudar com ela.- Dany, eu não preciso ir para a escola hoje, não vou ter aula.

- Você precisa estar no jornal. Esqueceu do seu castigo?

- Eu estou morrendo de dor de cabeça. Não me sinto bem.

- Devia ter pensando nisso antes de encher a cara e chegar bêbado em casa.

- Vai fala.- Ela sentou na cadeira a minha frente e preparava o seu discurso.-

- O que deu na sua cabeça? Quer virar um alcoolatra? Você é muito novo, não precisa fazer isso com você. Não se esqueça do que aconteceu na última vez que você ficou em estado de embriaguez. Para com isso... Deixa de ser infantil. Você vai se tornar um homem de verdade. Quase chegou a ser pai... E quando isso acontecer mesmo? Você terá que se mostrar capaz de assumir as responsabilidades. Sua mulher vai precisar confiar em você. Isso não é bom... Isso é péssimo. Tudo estava indo tão bem de novo, até você fazer isso. Eu quero que você fique aqui, mas se voltar a fazer suas loucuras, você vai para onde seu pai.

- Eu realmente quero ir para onde ele... Não pelo o que aconteceu.

- O quê?- Ela levantou.-

- Eu quero ir... Preciso de novas experiências.

- Depois falamos sobre isso. Você precisa tomar café, está quase na hora de ir para escola.- Ela voltou para o fogão. Até que foi mais fácil do que eu pensei. Pensei que ela fosse pegar mais duro.- Ah,- Ela voltou a me olhar.- Sem celular, sem computador e sem tv.- Olhei assustado para ela.- E sem amigos... Por uma semana.- Ela voltou sua atenção para o que preparava. Ela sentou novamente depois de minutos.- Onde está?

- O quê?

- Seu celular. Onde colocou?- Peguei minha mochila que estava ao meu lado e procurei pelo celular. Mas não encontrei.-

- Acho que deixei em cima da cama. Quer que eu vá buscá - lo?

- Não... Eu mesma vou.- Ela se levantou e eu continuei a tomar café.-
   Quando Dany retornou a cozinha, eu já estava colocando a mochila nas costas. Ela me olhou e eu acenei com a cabeça. Não tinha nada a esconder, mas meu celular estava desligado. Ela não descobriria a senha. Entrei na garagem e liguei o carro. Precisaria passar no posto de gasolina antes de ir para a escola.
   Depois de cinco minutos, o posto mais próxima se aproximava. Entrei e esperei que o carro na minha frente fosse atendido. Quando abaixei o vidro, pedi que enchessem o tanque.
   Foram rápidos e eu saí em direção a escola. Queria poder ter meu celular e ligar para Daví. Pedi desculpas.
   Assim que saísse da escola, iria a casa dele. Vinte minutos depois, parei no estacionamento. O lugar estava tranquilo, meus amigos não estavam lá, apenas Cate, ela parecia um pouco impaciente. O que aconteceu com a enfermeira da escola? Me aproximei rápido e ela pareceu suspirar de alívio.
- Ainda bem que você chegou.- Ela disse.-

Odeio ser assim (Conto gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora