Cap 3

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Só demorou um instante, e então o senti guiar minha mão direita, me fazendo pegar o garfo

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Só demorou um instante, e então o senti guiar minha mão direita, me fazendo pegar o garfo. Eu o fiz, e lentamente, o levei até minha boca, sua mão ainda agarrando o pulso com brutalidade enquanto as pontas do garfo vinham em minha direção como uma espécie de arma que nunca cogitei temer.

Hesitei, e então... abri a boca, quase engasgando quando ele forçou o garfo a entrar fundo, quase chegando às amígdalas.

- Qual é o seu problema, exatamente? - ele sussurrou. - Não consegue fazer nada corretamente. Nunca. Por quê?

Forcei-me a engolir bem a tempo de outra garfada ser enfiada à força. Ele sacudiu minha mão quando ela entrou na minha boca, e meu coração parou por um instante, um gemido escapando ante à ameaça das pontas me apunhalando.

- Pensei que entraria pela porta, e você me faria sentar e se explicaria, mas não... - Ele me olhou de relance. - Como de costume, você tenta esconder do mesmo jeito que fazia com os papéis de bala debaixo da cama quando você tinha dez anos, e a suspensão de três dias quando você tinha treze. - Suas palavras saíram ainda mais baixas, mas quase estremeci com a forma como me feriam. - A culpa dos nossos pais terem morrido é toda sua, você nunca me surpreende, não é mesmo? Há um jeito certo e um jeito errado de fazer as coisas, Octávia. Por que você sempre faz as coisas da maneira errada? Por que nunca faz nada como eu te ensinei? - ele insistiu. - Você é tão burra que não consegue aprender?

-- Jonas

- O que fiz para merecer isto? - ele me interrompeu. - Todas essas âncoras me puxando para baixo? Sempre constantes. Sempre um peso... Você quer ser medíocre para sempre? - ele rosnou, entredentes, encarando-me - Você não sabe se vestir, não arruma o cabelo, não consegue fazer amigos e, pelo visto, não sabe fazer nada surpreendente que possa te abrir caminho em uma boa universidade.

- Eu consigo entrar em uma boa faculdade - murmurei rápido, antes que pudesse me impedir. - Não preciso nadar.

- Você precisa do que eu lhe digo que precisa! - Ele, finalmente, gritou. -- Eu te apoio. - Ele agarrou meu cabelo com uma mão e me deu um tapa no rosto com a outra. -- Ponho comida na mesa -- Outro tapa -- Este é o agradecimento que recebo?

E de novo. E de novo. E de novo. Pare. Eu queria berrar. Queria gritar. Mas, em vez disso, cerrei os dentes.

-- Você vai voltar para a natação

-- Eu não posso

Ele me jogou contra a bancada e se afastou, retirando o cinto.

-- Como é que é?

-- Não posso

-- Você vai

-- Não posso -- Sussurrei com dor

-- Você vai

-- Não vou, não posso usar trajes de banho por causa dos hematomas

Avançando, ele agarrou meu pulso e grunhiu ao me jogar contra a mesa. Fechei os olhos com força quando me curvei, as palmas das mãos e a testa recostadas ao tampo. E quando veio o primeiro golpe, lutei contra as lágrimas. Mas não conseguiu impedir os gritos que vinham da minha garganta a cada golpe da correia. Uma e outra vez. Agora ele estava com raiva e sendo mais agressivo que o normal. Doía. Mas ele não insistiria no problema de novo. Ele sabia que eu estava certa. Eu não podia usar um traje de banho. Depois que ele saiu, fiquei deitada ali por um momento, tremendo com a dor que percorria as minhas costas. Deus, apenas faça parar.

Ele subiu as escadas e me deixou ali, peguei meu celular e sair de casa...

Ele tomaria um banho, se arrependeria e depois cometeria tudo outra vez.

Como uma droga
E ele era um viciado










Que dor 😭

AcorrentadoOnde histórias criam vida. Descubra agora