Cap 5

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Passei no posto de gasolina para abastecer meu carro, por ironia do destino eu vejo a Octavia. Quando eu torci a tampa do tanque de gasolina, minha atenção se voltou para ver Octavia caminhando em direção ao seu carro, seus passos rápidos e seus olhos em direção ao concreto. Meu olhar se estreitou

-- Octavia -- Eu disse, tentando levá-la a olhar para mim. Ela não parou na minha voz.Meu peito ardeu e, sem perceber como cheguei, fiquei do lado dela do carro. -- O que aconteceu? Está passando mal?

Ela balançou a cabeça. -- Nada. Preciso ir

Talvez eu acreditasse nisso se ela não estivesse uma bagunça tão inquietante. Mas nah, nem mesmo então. Todo mundo sabia que quando uma mulher dizia "nada" ela estava mentindo.

Seu olhar disparou para mim, e agora eu a tinha. Agora eu podia ver a turbulência nadando naqueles olhos.

-- Você só pode ir depois que explicar o que aconteceu -- Pego a chave do seu carro

-- Devolve

-- Não vou devolver até que diga o que aconteceu

Seus dentes puxaram seu lábio inferior, e ela desviou o olhar.

-- Eu não quero que você faça nada

-- Não vou. -- Depende.

-- Prometa que você não fará nada.

-- Prometo. -- Mentira.

-- O rapaz do caixa...-- Ela engoliu em seco. -- Bem, ele me disse que eu tinha que comprar alguma coisa porque eu usei o banheiro. E então eu disse a ele que não tinha dinheiro comigo e... -- Ela hesitou.

-- Jesus, desembuche porra -- Eu bati. A raiva rastejou sob minha pele, lenta, mas abrasadora. -- Ele tocou em você?

-- Não! -- Ela respondeu rápido demais.

-- Não é um grande negócio... Ele apenas ameaçou que iria se eu não saísse. -- Uma quietude mortal caiu sobre mim.

-- Você está mentindo.-- Ela balançou a cabeça, tentando pegar as chaves da minha mão  -- Onde? -- Seus olhos vieram para os meus com uma faísca.

-- Ele bateu na minha bunda e me disse que eu poderia pagar de outra maneira, tudo bem? Agora devolve minhas chaves

Poderia essa mulher ir a qualquer lugar sem que os homens perdessem suas malditas mentes? A parte irracional de mim ficou agitada, batendo no meu peito e sacudindo as barras de sua gaiola. Passei o polegar pelo recuo no queixo dela.

-- Que mão ele usou? -- Seu olhar se alargou.

-- Não -- Ela respirou. -- Você prometeu!

Fechei os olhos, respirei profundamente o cheiro da gasolina e depois me levantei.

-- Não, não. Por favor, por favor, não, Dylan -- implorou ela.

-- Eu só vou falar com ele.

-- Não, você não va...

Saio de perto dela e caminho até a lojinha, mesmo com raiva das coisas que ela me falou na noite passada, eu não poderia deixar que ninguém a tocasse, ela é minha.

Uma lata de gás estava no concreto manchado de óleo; o que eu tinha visto ele encher enquanto Octávia estava dentro sendo fodidamente tateada. Eu peguei o recipiente e fui em direção às portas.

-- Que porra você pensa que fazendo, cara? -- O dono do recipiente me para

-- Um pequeno conselho amigável -- Eu disse sem me virar. -- Daria o fora daqui se eu fosse você. -- Levou dois segundos para ele entender.

-- Aw, inferno não -- Eu ouvi atrás de mim. Uma porta se fechou e um carro partiu. Um sino soou quando entrei no posto de gasolina rigidamente iluminado, com laminado sujo e descascado. O caixa estava atrás do balcão lendo uma revista. Ele parecia estar em seus quarenta anos, com uma cabeça careca. Sua camiseta vermelha e engomada dizia " Nando" em amarelo.

-- Você é o único aqui hoje à noite? -- O balconista olhou para cima, o final de uma caneta entre os dentes. Ele tirou da boca antes de dize Sim.

-- O que é que você quer?

Eu ignorei a pergunta e olhei ao redor do depósito.

-- Lugar legal você tem aqui. Você é o dono? -- O funcionário olhou para a lata de gasolina na minha mão.

-- Sim.

-- Deve ser o seu sustento, eu imagino.-- Sua expressão ficou dura.

-- Eu não sei o que você quer, mas eu não estou interessado.

-- Não pode pagar por novos pisos, nem substituir o seu sinal na frente. Tenho certeza de que toda a renda vai diretamente para casa.
Esposa... crianças, talvez. -- Eu desfiz a tampa e, em seguida, despejei um pouco de gasolina no laminado sujo. O funcionário deixou cair a caneta, dando um passo para trás.

-- Que porra você está fazendo?














Agora que fui perceber... O Dylan parece o cachorro da Octavia

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