Cap 20

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A escuridão me envolveu

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A escuridão me envolveu.
Meu corpo virou uma pedra.
Toda a noção de vida que eu tinha virou poeira.
Eu não via nada além da garota nos meus braços. Com os olhos fechados. Com a vida sendo tirada na minha frente.
Havia algo crescendo dentro de mim que não conseguia identificar.
A minha mente era um nevoeiro. O meu peito doía tal e qual como se eu sentisse a sua dor. Encarei o líquido escorrendo entre os meus dedos. Como o cheiro do seu sangue era ainda mais marcante do que qualquer uma das vítimas que tive em mãos.
Não conseguia pensar.
Não conseguia sentir.
O oxigênio não entrava nos meus pulmões, assim como os dela estavam se esvaziando. Os meus olhos não enxergavam, entrando numa espiral sombria, assim como ela.

Meu coração estava parando de bater, assim como o dela.
Está doendo pra cacete.
Em mim.
Doía em mim também. Em lugares inimagináveis dentro do meu ser.
Com uma força perturbada, que tinha garras e unhas que rompiam com a minha alma.
Como eu senti tanto. Medo. Arrependimento. Tristeza.
Como eu me senti fraco.
Solitário.
Sem propósito.
Era tudo negro, frio, letal.
Os meus sentimentos ganhavam forma e cantarolavam sobre a criança que nunca amou nada mais além da Morte, mas percebeu que amava mais alguém que a fez partir.

— Octavia, acorda. — O seu nome queimava a minha garganta. Balancei seu corpo, a dor de qualquer ferida que eu tivesse havia sido transformada em algo maior. — Octavia. Por favor.

Nada.

Eu recebia nada além do seu corpo mole nos meus braços.
Os tiros continuavam. Os gritos. Os passos. A luta.
Mas Octávia não se mexia.
O sangue não parava. Eu ouvia somente as últimas batidas do seu peito.
Cachinhos  estava viva ao meu lado. Ela estava me arrastando. Ela estava sendo teimosa, como sempre, me pedindo para ficar quieto enquanto procurava por ajuda.
Por que diabos ela estava dormindo? Por que diabos ela estava sangrando? Por que diabos ela não me respondia?

-- Eu cara -- Aiden se aproxima

-- Fica com ela -- Deixo a Octavia em seus braços

Entrei na casa, com a ira que fervia o meu sangue. Eu não ouvia o meu coração. Não ouvia a minha mente. Os meus demônios comandavam o meu corpo.

-- Vou ser seu pior pesadelo, filho da puta -- Grito vendo meu pai segurando o Jonas e apontando uma arma para sua cabeça

Tudo o que eu tinha na minha mente era ela. Os meus átomos suplicavam por ela.

-- Me dá essa arma pai e solta ele -- Assim meu pai faz

Alvejei seus dois pés, observando a sua boca abrir e a dor sair dela.
Me acheguei até os rastros de sangue dos seus pés que trilhavam o corredor pelo arrastamento.  Jonas engatinhava-se  numa maneira ridícula de fugir

-- Onde você pensa que vai? -- Caminho até ele

-- Mate-me

Outro disparo, agora em seu joelho, quebro a arma,  tendo à disposição um pedaço afiado dela.

Caminhei mais um pouco na sua direção e peguei pelos seus cabelos. O sangue que saía e espalhava na sua calça era deleitante.

— Me mate de uma vez por todas  — suplicou.

Nós já estávamos na parte das súplicas?

Estava pouco me fodendo para as suas súplicas

— Dylan, me escuta.

— Vou escutar. Pode falar. -- Debocho dele

Antes que ele começasse, o pedaço de metal na minha mão raspou em seu rosto. Ele esganiçou, estremecendo os seus membros, impedindo que eu continuasse.
Grunhi, frustrado, pisando meus joelhos na sua mão e continuei desenhando em seu semblante. O sangue esvaziava. O cheiro da carne viva queimando as narinas. Os seus olhos reviravam, até que eu finalizei as letras na lateral da sua cara.

— Agora podemos nos divertir.

Peguei o seu queixo e torci lentamente, obrigando-o a permanecer de lado à medida que o pedaço de metal cortava a sua orelha. Era bom escutar a sua carne despedaçando. Mas eu precisava de mais.

— Você… — Sua voz era incomodativa. Precisava cortar a sua língua. — Nós vamos estar no mesmo inferno.

— E será um prazer.

Quando percebo meu pai me entrega um alicate, tinha certeza de que desmaiaria.

-- Você matou meu pai -- Jonas fala olhando na direção do Oliver

-- Eu nem sei quem é seu pai -- Meu pai rir dele

-- Alex, conhece? Você o matou

-- Fiz um grande favor a humanidade -- Ele da as costas -- Agora me dê orgulho, filho

Abri a sua boca, embora ele tivesse força de vontade para mantê-la fechada, contudo o seu corpo estava fraco. Eram muitos golpes para pôr os seus glóbulos brancos a funcionar, impedindo de se preocupar com outros ferimentos feitos.
O alicate cortou a sua língua, torcendo-o até ver apenas o branco dos seus olhos.

Usei o seu corpo, arrancando tudo o que poderia causar ainda mais dor. Utilizei como saco de pancadas. Como um lugar para escrever. Um lugar para externar o que os meus demônios gritavam. Os ossos da sua estrutura facial eram triturados pela sequência de socos.

Minha raiva era espelhada em toda a tortura.
O esmaguei freneticamente. A sua cabeça foi se tornando esponjosa, a abertura nela por ser jogada contra o piso irregular abria espaço para que mais líquido avermelhado e viscoso pintasse o chão, assim como as minhas mãos e as nossas roupas.
Até que o seu corpo virou algo inútil. Não havia mais nada nele que eu pudesse utilizar, então, sentei-o e finalizei com o ato.

Perfurei o seu crânio, respingando vermelho por todos os lados, acertando em meu rosto também. Abri lentamente enquanto a sua garganta já não era capaz de produzir mais nenhum som pelo corte das cordas nasais depois de tantos gritos.

Jonas morreu

A realidade volta quando ouço a voz do Aiden

-- A Octávia...

Eu precisava dela, eu queria minha cachinhos de volta

-- O coração dela ainda bate








Me maceta, me maceta Dylan 🤤

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