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Azriel estava tendo aquele mesmo sonho de novo

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Azriel estava tendo aquele mesmo sonho de novo. O céu noturno, a figura em chamas no terraço. Mas dessa vez, todo o sonho parecia ter um senso de urgência maior, tudo estava mais desesperador. Ele ouvia pessoas gritando ao redor do fogo, tentando se proteger.

O Encantador de Sombras também conseguia ouvir gritos vindos da pessoa dentro do círculo de fogo. Era um misto de ira, pavor e dor naquela voz ainda não identificável.

Estava tudo uma bagunça, e tudo quente demais. Mesmo estando em um sonho, Azriel podia jurar sentir gotas de suor descendo por suas costas, grudando na camiseta.

E em meio aos gritos da pessoa cercada pelo fogo e os gritos assustados de quem estava do lado de fora, uma música começou a ressoar.

O illyriano levou a mão á uma das orelhas, tocou o lóbulo e depois ergueu os dedos a frente do rosto, vendo sangue pingar pela polpa do dedo indicador. Os ouvidos latejavam diante de tantos sons altos, a música sobressaindo a tudo, infiltrando-se nos ossos do macho e embaralhando seus pensamentos.

"Pulmões cheios de fumaça
Peso na minha cabeça, cheia de sonhos
Estou me escondendo aqui para viver durante o meu sono, e eu nunca vou voltar,
nunca vou voltar."

A voz era doce e perdida, cantando uma música que Azriel se lembrava de ter ouvido uma vez, muitas décadas atrás.

"Estou a caminho do País das Maravilhas
Tiro meu terno e me pergunto
Aqui por um instante
Ou ficar pelo resto da minha vida?"

— Azriel! — Um chamado alto e assustado interrompeu o sonho, fazendo o Mestre Espião abrir os olhos e se sentar eufórico na cama. Elain estava de pé, as costas contra a parede e segurando uma grande caixa nas mãos.

Azriel respirava ofegante, olhando ao seu redor. As sombras estavam uma bagunça, espiralando freneticamente a frente de seu rosto, atrapalhando sua visão. Ele fechou os olhos, concentrando-se em acalmar a respiração e controlá-las.

Depois de alguns segundos com os olhos fechados, ele sentiu que as sombras, lentamente, estavam se acalmando. Podia ouvir melhor o coração exasperado de Elain e alguns grasnados constantes vindos da janela.

Quando abriu os olhos e virou o rosto, viu cinco corvos empoleirados na janela, grasnando para o cômodo e focando os olhinhos escuros em Azriel.

Elain viu que o macho tinha conseguido acalmar um pouco as sombras e largou a caixa por cima da cama antes de dar a volta pelo quarto para sacudir uma das mãos na direção dos pássaros, expulsando-os.

A Archeron não havia dormido ali, ele notou. As lembranças da noite passada voltavam a sua cabeça, fazendo-o perceber que a fêmea havia dormido na Casa do Rio.

Elain estava vestida com um vestido rosa-claro com alguns babados e corações bordados de vermelho. Seu cabelo estava preso em uma trança simples e os olhos de corça estavam cansados.

 𝐅𝐈𝐑𝐄𝐁𝐈𝐑𝐃, acotar; azriel Onde histórias criam vida. Descubra agora