‧₊˚ 𝐏𝐀́𝐒𝐒𝐀𝐑𝐎 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐆𝐎 ‧₊˚
Azriel levou duzentos anos para esquecer Theodosia. Ao menos, tinha convencido a si mesmo de que tinha conseguido. Mas precisou ir em busca da princesa há muito desaparecida da Corte Outonal porque ela era a úni...
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Theodosia sentiu seus joelhos se chocarem contra o piso quando Brynjar a atirou no chão. Ela se esforçou para se apoiar nos ombros e erguer o rosto, tentando ver onde estava.
Ela reconheceu as pilastras, reconheceu o salão.
O salão onde Antonieta foi assassinada, duzentos anos atrás.
O salão que ela incendiou.
Theo finalmente ousou se voltar para Brynjar, os olhos se ocupando em observar cada centímetro da face do macho.
Metade do rosto dele era marcado por cicatrizes de fogo. Cicatrizes que ela causou quando incendiou o palácio.
Brynjar notou a centelha de orgulho que havia no olhar de Theodosia e abriu um sorriso amargo ao dizer: — bem-vinda de volta.
Theodosia não conseguiu conter o choro esganiçado. Não conseguiu controlar o desespero que derrubou seu corpo contra o chão de novo.
— Não — Theodosia se engasgou com a palavra, olhando para as portas enormes que davam para o subsolo do palácio. Já estavam abertas, esperando. — Não.
Brynjar riu, se afastando e seguindo para outra saída do salão.
— Levem os três para a prisão — ele ordenou antes de partir.
— Não — Theodosia soluçou quando um guarda se aproximou por trás e tentou levanta-lá. — Não!
Ela devia voltar para a Casa na Floresta como Grã-Senhora, não como prisioneira.
Theodosia se viu batendo os punhos contra o piso, frustrada e de coração despedaçado, gritando com toda a fúria que cortava seu peito.
O guarda a puxou com força, tirando-a do chão e arrastando seu corpo em direção ao corredor.
Para a prisão.
[...]
Todos os três foram colocados em celas diferentes, distantes uns dos outros. Theo sequer sabia em qual local da prisão eles estavam.
A cela era clara demais, devido as tochas no corredor, além do barulho insuportável dos gritos dos feéricos que estavam trancados ali. Brynjar estava testando um elixir novo neles. Os feéricos pareciam sentir uma dor inimaginável, os gritos explodindo nos ouvidos de Theodosia.
Ela estava acorrentada, sentada no chão com as costas contra a parede. Ainda com o vestido de noiva.
O sangue de Tysonalus havia respingado no vestido.
Theodosia sentia a culpa retumbar em cada osso. Tysonalus se jogou na frente dela. Ele a salvou.
E estava morto agora.
Tyson ofereceu a Theodosia a chance de salvar a Corte Outonal, e ela o retribuiu com morte.
— Quando me disseram que você iria se casar para conseguir uma aliança, não acreditei.
